quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O génio de Leonard Cohen e de Matisse

Já em tempos escrevi sobre este livro que, em boa hora, encontrei na Amazon e depois em Leeds, donde trouxe dois exemplares. Nunca o vi cá em Portugal, apesar de haver tantos fãs do cantor, para mim, o melhor no género.
Fui sempre fã dele, desde o célebre Joan of Arc ou o Suzanne ou ainda o So long Marianne, que ainda me faz vibrar...para não falar de outras mais actuais como o I'm Your Man ( é, de facto) Take this Waltz ( nome dum filme que anda por aí e que já vi), A Thousand Kisses Deep e o eterno Dance Me  to the End of Love.


No blogue Ignorância, ( http://ignorancia.blogspot.pt/), que acompanho, Pedro Guilherme Moreira, o seu criador, fez uma interpretação da letra da canção em prosa e traduziu-a livremente para melhor compreensão de sentido profundo das palavras; hoje estivémos em "chat" a discutir sobre coisas da Arte e até sobre a ignorância da mesma.

Resolvi trazer de novo este livro ao blogue, dado que o outro ( blogue) há muito é morto e arrefece.






O livro tem apenas versos desta canção acompanhadas de pinturas de Matisse, a propósito. É encadernado e não custou mais do que 19 euros em Inglaterra. Uma pechincha para o tesouro que é.



O poema vem assim tal qual é, não consigo dissociar as palavras em inglês do ritmo da música, que é uma valsa, 1, 2 3...1, 2, 3....uma declaração de Amor, dum amor imortal para lá da realidade crua que está à vista de todos.

"Dance Me To The End Of Love"


Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic 'til I'm gathered safely in
Lift me like an olive branch and be my homeward dove
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
Oh let me see your beauty when the witnesses are gone
Let me feel you moving like they do in Babylon
Show me slowly what I only know the limits of
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love

Dance me to the wedding now, dance me on and on
Dance me very tenderly and dance me very long
We're both of us beneath our love, we're both of us above
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love 

Dance me to the children who are asking to be born
Dance me through the curtains that our kisses have outworn
Raise a tent of shelter now, though every thread is torn
Dance me to the end of love

Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic till I'm gathered safely in
Touch me with your naked hand or touch me with your glove
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love 


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Tolstoi e a Natureza

A minha Amiga Regina publicou no seu blogue um poema que a princípio não me atraíu, mas que depois de voltar a ler, achei fantástico.

Refere-se ao facto de Tolstoi ter fugido de casa, pouco antes de morrer e ter percorrido kms de comboio, em vagões de 3ª classe, sujeitando-se ao frio e neve, mas realizando o que era seu desejo, aproximar-se da Natureza e viver mais perto dela, longe da civilização.

Durante alguns dias a fuga foi um sucesso. Nos trens e nas estações por que passava, Tolstoi era reconhecido por todos, já que era o homem mais famoso da Rússia. Porém, devido a sua preferência em viajar em vagões de terceira classe, onde havia frio e fumaça, o já debilitado escritor contraiu uma pneumonia, que foi agravando rapidamente. No dia 20 de novembro de 1910, o velho escritor morreu durante a fuga, de pneumonia, na estação ferroviária de Astapovo, província de Riazan.




Fiquei impressionada com a narração e com o poema e resolvi pesquisar mais sobre o grande escritor. Encontrei algumas citações que vieram ao encontro de algumas reflexões que tenho expresso aqui neste blogue. O Homem precisa da Natureza e sem ela fica decapitado.


Em vão, centenas de milhares de homens, amontoados num pequeno espaço, se esforçavam por desfigurar a terra em que viviam. Em vão, a cobriam de pedras para que nada pudesse germinar; em vão arrancavam as ervas tenras que pugnavam por irromper; em vão impregnavam o ar de fumaça; em vão escorraçavam os animais e os pássaros - Em vão... porque até na cidade, a primavera é primavera. 
— Tolstói, em "Ressurreição"
O homem pode viver 100 anos na cidade sem perceber que já está morto há muito tempo. 
— Tolstói, em "Sonata a Kreutzer
A felicidade é estar com a natureza, ver a natureza e conversar com ela. 

— Tolstói, em "Os Cossacos"

Depois de ler estas linhas, resolvi sair e ir até ao Botânico...precisava de encontrar a tal harmonia e compreender como ela é essencial para mim. Como sempre fotografei recantos nunca dantes explorados, como a casa que servia de celeiro e que fica mesmo em frente da minha janela.


Agora, depois de uma hora lá fora e  aqui sentada na sala a ouvir o concerto nº 2 de Liszt, cujo 2º andamento se coaduna muito bem com estes pensamentos e fotos que tirei, sinto-me plenamente feliz. Tenho a certeza de Tolstoi me compreenderia.




segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Boa sugestão

Por sugestão dum fiel leitor deste blogue, Mário Gonçalves, mudei a foto do cabeçalho, que aliás era um quadro meu, mas de que não gostava muito neste papel de entrada no blogue.

Esta foto, tirada ontem no Parque da Cidade, não tem muita cor...mas tem o essencial para nos fazer sonhar...

Obrigada , Mário, como vê as vossas sugestões são importantes para mim.

O seu blogue é um dos meus favoritos, leio-o sempre e com interesse, mesmo quando me faz sentir duma ignorância confrangedora:)))

A walk in the park

Os ingleses usam esta expressão para denominar uma tarefa fácil, que não exige demasiado saber, nem experiência, algo que se faz com gosto...


Um passeio no parque da Cidade é uma destas tarefas, nem chega a ser encargo ou trabalho, vai-se por puro prazer, pela necessidade de conjugar o nosso tempo de cidade, submetidos a toda a espécie de opressões poluentes para os olhos, pulmões e ouvidos, com  o tempo na Natureza quase virgem, simples, bela e sem sofisticações. Os britânicos sabem bem o que significa essa harmonia cidade-campo e foi na Inglaterra que vi um parque enorme pela primeira vez, percorrendo a cidade desde os Kensington Gardens até ao Hyde Park Corner ou ao Marble Arch, horas a passear e a apreciar o ar puro e a vista alargada dos espaços verdes. Também em Munique, a cidade mais harmoniosa que conheço, existe o maior parque da Europa, o Englischer Garten, lindo no verão com os seus rios e lagos, mágico no inverno, branco e puro, quilómetros de terra só para nosso gozo ao fim do dia...

O Porto tem muitos espaços verdes no meio dos prédios antigos, há plantas que crescem por entre os muros, em locais incríveis, morros que perduram, apesar do amor ao cimento e ao betão que grassou nas últimas décadas do sec XX. Há pedacinhos na cidade que me fazem lembrar vilas rurais, com hortas e couves, árvores de fruto e plantas naturais, o trevo, a hera e o musgo.

Mas à medida que a cidade crescia, menos espaços verdes sobravam, os grandes prédios começaram a invadir os locais até então ocupados por quintas - como esta do Campo Alegre, que em boa hora cederam à Universidade do Porto - e o centro da cidade passou a ser mais um foco anti-natural, poluidor, feio e triste...

Foi no fim de século XX que se concretizou este sonho: a construção dum parque enorme, dádiva que os portuenses mereciam e ambicionavam há muito, ainda que a orla de mar fosse já uma pérola da cidade, a não desdenhar.


Fica aqui uma curta sinopse da génese deste maravilhoso local, que aqui homenageio.

O Parque da Cidade é o maior parque urbano do país, com uma superfície de 83 hectares de áreas verdes naturalizadas que se estendem até ao Oceano Atlântico, conferindo-lhe este facto, uma particularidade rara a nível mundial.

Previsto no Plano de Urbanização do Arquitecto Robert Auzelle nos anos 60, foi projectado pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal, tendo sido inaugurado em 1993 (1ª fase) e finalizado em 2002, com a construção da Frente Marítima.
Na sua concepção paisagística utilizam-se muitas das técnicas tradicionais da construção rural, o que confere ao parque uma expressão intemporal, naturalista e uma estrutura com grande poder de sobrevivência.


A presença da pedra proveniente de demolições de edifícios e de outras estruturas, assume uma característica preponderante deste parque, onde a construção de muros de suporte de terras, estadias, charcos drenantes para a retenção de águas das chuvas, descarregadores de superfície dos lagos, tanques, abrigos, bordaduras de caminhos e pavimentos, criam uma ideia rural e campestre.
Em 2000, foi seleccionado pela Ordem dos Engenheiros com uma das “100 obras mais notáveis construídas do século XX em Portugal”.

Fauna e Flora



Ao vaguearmos pelo Parque é possível observarmos e desfrutarmos de uma vasta diversidade da fauna existente, que ao longo dos anos se tem vindo a crescer e a fixar de forma natural, (por exemplo: patos bravos, cisnes, gansos, galinhas de água, peixes, sapos, rãs, coelhos vários repteis, etc.) Actualmente, este espaço é palco de vários percursos migratórios de aves, das quais se destaca a garça.
A flora do Parque é rica e diversificada, estando limitada pela proximidade do mar. Existem 74 espécies arbóreas, 42 espécies arbustivas, 15 espécies de árvores de fruto e 10 espécies aquáticas, num total de várias dezenas de milhares de exemplares.

Câmara Municipal do Porto

domingo, 24 de fevereiro de 2013

clima britânico

Ontem uma amiga minha inglesa perguntou-me como é que eu me estava a dar com este clima britânico. Ri-me, pois na realidade, o tempo tem estado duma inconstância mais própria desse país do que do nosso à beira-mar plantado. Tão depressa faz um sol exuberante como chuvisca, de vez em quando troveja, o céu apresenta-se dum azul safira logo de manhã para, daí a umas horas, surgir toldado e plúmbeo, ameaçador....até há arco-íris... nunca vi um inverno tão variado e tão bonito simultaneamente.



Este clima é bom para ver o que nos rodeia dum modo mais preciso, as imagens são mais nítidas, as cores suavizadas, mas cheias de nuances que as sombras e sol provocam, a fotogenia das pessoas e das coisas enriquece-se com luzes e contrastes.


Hoje resolvemos ir até Matosinhos almoçar na esplanada junto ao edifício transparente.


Viva a democracia, lá pode-se ver e estar com pessoas de todas as classes, desde os pés descalços - os surfistas que por ali deambulam antes de se afoitar às ondas - às crianças a tombar dos seus skates ou bicicletas - miúdos a jogar à bola -  cães de todos os tamanhos e feitios - parzinhos de namorados - velhotes rabujentos - grupos de estudantes estrangeiros - mulheres independentes agarradas ao telemóvel - é toda uma paleta de personagens que surgem e desaparecem logo a seguir,  ficando por vezes perpetuadas nas fotos que tiro sem elas saberem....


E o mar....aqui é bravo e cheira a maresia, como eu gosto. Praia quase nenhuma, maré cheia a invadir o areal que costuma ser enorme. Ondas brancas, regulares e estrondosas...

A esplanada está concorrida com famílias felizes, domingueiras, sem crise....come-se razoavelmente, nada de luxos, uma francesinha e um cordon bleu ( tudo francês e muito chic), um panaché a condizer....

Vimos depois do almoço pelo parque da cidade até à saída principal. Uns bons quilómetros, numa paisagem que se diria britânica, tal o verde dos relvados, a paz que se respira, o silêncio de carros, o chilreio de pássaros diferentes, os cisnes majestosos e as gaivotas insubordinadas, o céu indescritível , uma paisagem que os portuenses amam cada vez mais, pois foi o presente mais belo que lhes poderiam oferecer neste início de século.







O Parque da Cidade é uma jóia em qualquer parte do mundo...e a única jóia na Europa que se estende por vários quilómetros para acabar... no mar.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

ARCO ÍRIS

Há muito tempo que não via nenhum tão bonito.

É sempre um sonho ver um fenómenos destes, não só pela sua beleza, as também pela raridade...

A minha Amiga Regina, que explica aos meninos como se forma o arco íris ainda hoje colocou no seu blogue este poema de Manuel da Fonseca.

Uma tarde
O Toino
chegou ao largo
com um vidro extraordinário.
Segurava-se
entre o polegar e o indicador;
virado para o sol,
e do outro lado
chispavam as sete cores do arco-íris!
E nós,
em volta,
esquecidos do jogo do pião!...

Ainda melhor é a canção OVER THE RAINBOW, imortalizada no filme o Feiticeiro de OZ, que continua a ser um dos livros e filmes da minha vida. O meu neto toca-me isto no seu violino e faz-me chorar...aqui é cantado por um hawaiano, que torna a canção ainda mais doce.


Somewhere over the rainbow, way up high
There's a land that I heard of, once in a lullaby
Somewhere over the rainbow, skies are blue
And the dreams that you dare to dream, really do come true

Someday I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far behind me
Where troubles melt like lemon drops away above the chimney tops
That's where you'll find me

Somewhere over the rainbow, bluebirds fly
Birds fly over the rainbow, why then, oh why can't I?

Somewhere over the rainbow, bluebirds fly
Birds fly over the rainbow, why then, oh why can't I?

If happy little bluebirds fly beyond the rainbow
Why, oh why can't I?



4 da manhã


Lá fora chove, um silêncio pouco habitual

enche de angústia a rua

chamada de Campo Alegre.

O céu plúmbeo,

as luzes trémulas , receosas e esquecidas

Lá longe, as da cidade, 

envoltas em névoas poluídas....

Tempo de invernia

sem sol, nem maresia....

Virgínia

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Caixinhas de Pandora :)


Desde ontem que não paro de trabalhar nas minhas provas, as últimas que vamos rever, pois o projecto tem de estar pronto em fins de Março. É uma maratona,  trabalho de dias e horas, desde Abril até Março, quase um ano, findo o qual nos sentimos cansados, mas satisfeitos com o resultado....e prontos para outra maratona, a do 11º ano.

Tive muito receio de aceitar este desafio em 2012, pois já me acho com direito a descanso e um pouco longe da sala de aula, mas por outro lado tudo o que é challenging me atrai e acabei por aceitar.

Abri a Caixa de Pandora....ignorava as exigências quase megalómanas que hoje em dia professores e editoras apresentam aos autores, desde os materiais do aluno até aos recursos do professor, os elementos tecnológicos e virtuais, interactividade, etc.

É um mundo em que a Escola está inserida e que, apesar das suas lacunas, visa alcançar. O ensino não mudou muito, em termos de conteúdos, mas os alunos e as condições das salas de aula são sensivelmente diferentes do que eram há seis anos quando trabalhei para a editora. Felizmente tenho a ajuda de colegas, uma delas inglesa, que colaboram em tudo comigo e inclusivamente divulgam e experimentam os materiais na sua experiência quotidiana.

Por falar em Caixa de Pandora. Nestes dias , para descansar, entretive-me a pintar caixinhas redondas, daquelas que se compram aos chineses por pouco dinheiro. São de balsa -madeira muito fina e a tinta funciona como uma aguarela...é muito relaxante....

Na falta de tempo para quadros mais imponentes, contento-me com as minhas caixinhas de Pandora...ninguém sabe o que podem conter!





sábado, 16 de fevereiro de 2013

Música de filmes

Poucos são os filmes completamente ausentes de música.

Lembro-me de um, que diziam ser uma obra-prima de Lars Von Trier, em que as cenas se desenrolavam sem um acorde, um som melodioso, uma vibração harmónica. NADA!

 Saí a meio do filme com o meu filho, pois ele não suportava a ideia de ver um filme sem música. E eu também não.

Pode parecer estranho, mas não é. Muitas pessoas não se dão conta de quão importante é o fundo sonoro que acompanha o desenrolar do drama ou da comédia. Para mim é essencial, é uma outra personagem com vida , em diálogo permanente com a história, em sofrimento, em paixão, em dor e também em plenitude ou em êxtase.

Há filmes que são Música e que sem ela, ficariam quase cadáveres, corpos sem alma.

Lembro-me de vários.

O Piano, um dos filmes que mais me emocionou, vi-o aqui na Casa das Artes e voltei a vê-lo uma semana depois. Saí em perfeito estado zombie, tal o impacto que a música de Michael Nyman exerceu em mim.

Outro: Morte em Veneza, uma obra-prima, a que a música de Mahler empresta toda uma tonalidade nostálgica, sensual e bela como a luz do sol a nascer nos canais de Veneza...

E ainda: Amadeus,  que já vi umas tantas vezes, um filme que "não existe", transcendente como a música de Mozart.

Podia ainda citar mais como As Horas, Once Upon a Time in America, Expiação, todos eles filmes cuja música nos fica na memória e depois de terminados os filmes, queremos continuar a ouvir.

Hoje fui à Casa da Música. O programa consistia em soundtracks de fimes italianos. No palco, a orquestra do Porto e um maestro italiano, cheio de garra. Já há muito que lá não ia, os programas não me têm entusiasmado e por vezes, não me apetece sair à noite.

O reportório foi bastante rico para um concerto de matiné, pelas 18h. Reouvi a música de Il Postino, o Carteiro, de La Vita é bella, La Strada, O Leopardo e finalmente de O Padrinho. Uma pléiade de bandas sonoras todas elas candidatas a óscares ou vencedoras dos mesmos.

A orquestra não desmereceu. Tocou com brio.

Saí de lá com pena de não ter ouvido outros também:  Ennio Morricone, Philip Glass, Dario Marinelli, John Williams ou Leonard Bernstein....tantos e tantos compositores de soundtracks que tornaram os filmes imortais....ou vice-versa.


Ficam aqui duas das bandas sonoras que ouvi hoje, qualquer delas belíssima...como os filmes dos quais elas são parte integral.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Manhã...tão bonita manhã....

Uma manhã de sonho.


É quase inacreditável como ainda existem lugares como estes à face da terra, acessíveis mas virgens, despoluídos, belos e sublimes em muitos recantos da nossa costa.


Estou-me a lembrar também da costa vicentina, para mim, o cenário mais impressionante de mar e rochas do país, local onde me senti tantas vezes entre a Terra e o Céu...

Ofir permanece um desses lugares intocáveis - não foram as três torres construídas há uns 50 anos, que ofendem a paisagem e sujam a imagem duma das mais lindas praias nortenhas.

Há outras parecidas - Esposende, Moledo e Caminha, por exemplo, mas nessas, as casas e as pessoas enchem de cor os areais e as dunas.


Aqui não há nada....ou quase nada... e no areal tudo é permitido...crianças, cães à solta, gaivotas, jovens , casais, grupos dispersos, turmas de estudo....


Hoje entretive-me a tirar fotos a pessoas anónimas, que por ali andavam, linda que estava a manhã, sem pinga de vento, luminosa.

Na areia os vestígios espelhados da maré cheia, com os contornos marcados pelas correntes de água que por ali tinham passado horas atrás e ali deixaram a assinatura...

Se fosse poeta, teria escrito um poema parecido com isto:  Manhã, tão bonita manhã...Aquela triste e leda madrugada....ou ainda... Morning has broken like the first morning...

Mas não sou poeta, escrevo com os olhos. Vejo, fotografo, sinto e registo....pois manhãs como estas não se podem varrer da memória... 










Nem dá vontade de regressar....



É já hoje que se acaba o paraíso....ainda temos algumas horas para nos despedirmos. A minha filha já está na praia, nem veio ao quarto depois do pequeno almoço. Não quer perder pitada da benesse que isto representa.

Liguei o PC e no meu email tinha as notícias todas deste dia - mais um - que passará a correr em direcção àquele em que tudo acabará, ou em que já não conseguirei escrever o que me vai no pensamento...

Os títulos do CM são estes:


Dão vontade de chorar, mais vale fechar o laptop e ir ver o mar, que desfruto daqui da janela em toda a sua grandeza, oiço as ondas a quebrarem na praia, sem estrondo, antes como uma suave melopeia....

Foi bom enquanto durou, até poderia prolongar a estadia por mais dois dias, mas amanhã vêm os meus pequenitos, o meu ex- faz anos no Domingo, a PE deve precisar de mim e as almofadas não são como a minha, onde durmo muito melhor.






Bom, vou para a praia.....sonhar mais um pouco....dançar, molhar os pés, quiçá, respirar mais umas 
horas de felicidade, bem que nem todos têm, a julgar pelas notícias....sou FELIZ!