segunda-feira, 25 de julho de 2016

Nem me despedi


Parti com a certeza de que iria escrever no blogue mal chegasse aqui à Praia da Luz onde passo férias.

Mas não me apeteceu escrever...limitei-me a tirar fotos e a colocá-las no Fb, onde têm tido imensos comentários. É como um diálogo de férias, ameno e amigável.

Nada de filosofias.

Também não abro a Tv desde que saí...não oiço notícias, nem leio jornais...só sei o que se passa pela net. Um descanso.

Eu, os meus filhos e dois netos. Uma família feliz.

Até à volta, aqui ficam algumas fotos deste local maravilhoso.

as ondas do sueste ou levante

bifanas e sardinhas no fim de semana de festa


entardecer na praia

vista parcial do jardim da nossa casa de família

sábado, 16 de julho de 2016

A fugir da canícula

Confesso que detesto calor assim, abrasador, vêm-me logo à mente as imagens dos fogos e florestas a arder e não as delícias das praias a abarrotar de gente.
Nunca vou à praia quando está este calor, acho que dava dois passos e caía para o lado.




Felizmente posso gozar da praia sem esses problemas na Luz para onde irei brevemente. Lá é só descer uns degraus e estou numa prainha, quase privada. A água é transparente, não há muitas pessoas e as rochas fazem uma alcofa que nos embala.

Aqui prefiro os jardins, o meu em especial, que hoje estava desértico. As flores, porém continuavam viçosas e as árvores davam uma sombra tão verdejante e fresca que era como se estivéssemos numa fonte com água a gorgolejar. Só o jacarandá já estava verde, sem flores, quase.

Sentia-me ali tão bem que me admirei como é que há tão pouca gente que queira passear por aquelas áleas abertas ao público, onde os pássaros cantam e não se ouve gente a falar...


É um oásis no meio da cidade...mas as pessoas preferem os "neon lights" como diz a canção dos Simon and Garfunkel, que vos deixo aqui. The Sound of Silence.


A ideia duma tarde passada no areal cheio de gente suada e transpirada não é certamente o meu ideal. Mesmo que não fosse para a praia da Luz, nunca iria para estas praias junto às cidades. Ofir é um paraíso comparado com Carcavelos, Estoril, Cascais , Matosinhos, Foz, etc.

Mas nem todos podem aceder a ir mais longe, compreendo.

As crianças adoram a praia e estão sempre felizes na água, mesmo quando ela está fria.
Mas não apreciariam elas os verdes dos jardins, se fossem habituadas desde pequeninas a apreciar o Belo?


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Em grande

Esta semana foi grande para o desporto português e não só.

Começou bem logo no domingo com vitórias no Euro, nos campeonatos de atletismo.

O grupo Boats ao qual eu pertenço escolheu para esta semana o tema : Waves.

É um dos temas que mais me atrai, para lá das árvores e flores. Tenho muitas fotos lindas do mar em diversos momentos do dia e épocas do ano. Enviei fotos todos os dias.....e surpresa das surpresas, as minhas foto foram seleccionadas entre as melhores 20 todos os dias. Hoje para culminar este pequeno sucesso, a minha foto foi considerada a 2ª melhor e foi para o Top Wall do grupo.

Estou muito contente. Tiro fotos como hobby, nem sempre muito bem, pois não tenho paciência para estar a preparar os parâmetros da câmara e uso o automático muitas vezes.

Aqui ficam as que foram premiadas e mais algumas que ainda vou enviar:











Ainda bem que vivo junto ao mar. Não o oiço, mas o cheiro da maresia chega até aqui.


quarta-feira, 13 de julho de 2016

Pintura: flores


Não sou muito dada a pintar flores, nem naturezas mortas, mas já fiz experiências nesse campo e não me saí mal, penso eu no meu narcisismo habitual ( há quem diga que sou indulgente comigo própria, se é que compreendem o que isso quer dizer!).

O meu favorito é este, pintado em 2010, segundo creio, aqui na minha cozinha. Ainda não tinha atelier e a cozinha é ampla e cheia de luz.

Acho que nunca pintei tão bem como aqui, embora por vezes a mesa ficasse cheia de salpicos, assim como as paredes e o chão. Podia pintar quadros grandes, o que se torna difícil agora. O atelier é muito pequeno, a mesa só dá para quadros pequenos e ainda tenho uma cama pequena a um canto para os meus netos. O cavalete é bom, mas canso-me de estar em pé e além disso só dá para quadros em que a tinta não tem água nenhuma, o que não se passa com muitos dos meus quadros.

Chamei a este TULIPA, embora seja abstracto...a foto não está famosa, mas dá para ver as cores.

Acreditem ou não, tenho este quadro encostado a uma parede do quarto, pois não há espaço nas paredes para ele.... :). Mede 80x90 e foi pintado em acrílico sobre tela.



terça-feira, 12 de julho de 2016

a minha rua linda


Moro numa das ruas - se não a rua - mais belas do Porto.
Na realidade, o meu apartamento não dá para esta rua, mas da janela do meu quarto vejo-a bem. A frente da casa dá para o Campo Alegre, uma avenida enorme e barulhenta, mas com o Botânico e árvores por todos os lados. A transversal chama-se António Cardoso e é dela que estou a falar.

Hoje percorri-a toda - são 800m no google map - e aproveitei a ocasião para experimentar o meu i'Phone e tirar fotos de flores.

Há pelo menos dez espécies de flores diferentes - hortenses, canas da ìndia, buganvílias, agapantos, hibiscos, lírios, lantanas,  etc., todas arranjadas em canteiros junto aos prédios ou nos jardins das casas independentes. Um manancial de cor e de bom gosto. Não sei quem trata delas, penso que são os condóminos que pagam aos jardineiros, mas nesta época do ano, as flores estão no máximo da sua força e a rua transforma-se num verdadeiro jardim.

Muitas vezes vim aqui buscar os filhos a festas de anos de colegas do colégio alemão e secretamente invejava as famílias que se podiam dar ao luxo de viver nesta zona, embora a mim, pessoalmente, me desse muito mais jeito viver perto da Escola onde dava aulas na Ramada Alta. Nunca me imaginei a vir viver para este local.


As árvores que ladeiam toda a rua
e que, volta e meia, são abalroadas pelos carros, são um tesouro. Ai de quem algum dia se lembre de as tirar, haveria uma sublevação local. São árvores frondosas como já não há muitas no centro da cidade. Devem ser resquícios de quintas senhoriais do século passado.


 A meio da rua fica o BB Gourmet , um restaurante e confeitaria muito famosa aqui na zona. frequentada por gente muito bem, pois a maioria vive por aqui. Gosto de lá ir jantar por vezes e volta e meia, tomo um chá à inglesa. Hoje tomei uma limonada porque estava cheia de sede depois de vir da Clínica Maló e do Pingo Doce. Sentia-me feliz por poder andar bem, mas tinha necessidade de me sentar e comer alguma coisa doce! Acabei por escolher uns scones, que nem sequer são muito doces, mas souberam-me pela vida. A minha filha foi lá ter comigo e trouxe as compras no resto do caminho.

Viver num local assim nunca teria sido realidade se a minha vida não tivesse dado uma volta em 2005. Foi nessa altura que o meu filho, que tinha comprado um apartamento aqui, insistiu para que eu comprasse um também para ficar perto dos netos. Dava-lhes jeito e eu ficava mais acompanhada. O meu apartamento fica no prédio contíguo ao dele. Nessa altura, ainda estava a trabalhar na Escola e de 2006 a 2008,  até à reforma,  ia de autocarro para as aulas às 8.30, o que era um sacrifício grande.

Em 2008, veio a reforma e passei a ser mais uma "madame" privilegiada que só trabalhava para a editora e podia ficar em casa quando queria. Foram anos mais agradáveis, em que apreciei mais este bairro e sobretudo os seus encantos naturais. As pessoas são um pouco diferentes daquelas a que estava habituada na Ramada Alta, mas até foi bom poder mudar de ambiente.


Ficam aqui as fotos das flores da "minha" rua. Como podem ver, não são minhas, mas enriquecem-me a vista e a alma.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Carta dos degueulasses ao mundo ( Visão)





Carta dos “dégueulasses” ao mundo

Aprendam isto: somos nós o povo que arranca o prefixo de impossível






© REGIS DUVIGNAU / REUTERS
Estão a ver aquele canto esquecido da Europa, lá mesmo ao fundo, longe das linhas de TGV, dos fiordes e dos canais, das cordilheiras e das planícies centrais? Aquele terreno entalado entre os espanhóis e um oceano gigante, lá para trás do sol posto, onde Judas perdeu as botas?
Diz que é terra de gente desorganizada, xico-esperta, cábula, trapaceira. Um povo de preguiçosos, fracos, deprimidos. Mandriões, subservientes, abatidos. Indolentes, sonolentos, cabisbaixos. Diz que nos falta muito, tanta coisa. Falta-nos o método, o foco e a capacidade analítica. Falta-nos perspetiva, visão estratégica, capacidade de desenhar planos de longo prazo.
Diz que somos uns tristes, nojentos, porcos. Abaixo de cão. “Dégueulasses”, portanto.
Sabem lá vocês, oh mundo!
Aqui há um povo nobre. Gente que não se resigna, que faz das fraquezas forças, que cai e se levanta, que renasce. Gente que constrói um império a partir de um nico de terra, que se atira ao Oceano sem saber o que esperar para lá das nuvens e da curva do horizonte. Gente que não se apequena perante o tamanho do adversário, que se atira aos confrontos com a atitude de quem tem pouco a perder.
Gente que não desiste, que não se cala, que não baixa os braços.
Aqui vive o povo mais criativo do mundo. Um povo que vê borboletas nas traças, que desafia o razoável, tira coelhos da cartola, transforma as entranhas em poesia, o lixo em luxo e o quase nada em tanto. Que faz da tragédia glória.
Aqui vive um povo de coração a sair do peito, que acolhe, que adota, que perdoa. Que tanto grita como beija, tanto luta como chora.
Aqui vive um povo que finta o destino, que desafia a probabilidade, que contorna condenações e desalinha a ordem natural.
Somos lutadores e orgulhosos, como Ronaldo. Somos certeiros e inspirados, como Rui Patrício. Somos príncipes rebeldes, como Quaresma. Somos o herói improvável, como Éder. Somos cegamente otimistas, como Fernando Santos.
Somos grandes gigantes e hoje a taça é nossa. Venham os franceses ou alemães, as crises e as sanções, os desatinos e as confusões. Os exits e as depressões.
Somos nós o povo que arranca o prefixo de impossível. E se ele teimar em não cair, o que certamente será muito injusto, uma idiotice pegada ou um azar dos diabos, havemos de sobreviver.




domingo, 10 de julho de 2016

VAMOS PORTUGAL


O futebol poder parecer

alienante,

sinal de fraqueza dum povo humilhado,

vergado pelos tempos de crise que passou,

emigrado durante décadas,

nunca satisfeito com as suas gentes,

exigente e condescendente

tímido e titubeante,


 mas a verdade é que ele está aí, o momento por que todos esperávamos.


Podemos não vencer, mas já vencemos.

Podemos falhar, mas os outros também falham.

Podemos mandar bolas ao poste, à barra, à figura do guarda-redes, mas a bola é nossa.

Podemos chorar lágrimas salgadas, mas já o fazemos há tanto tempo, ó mar salgado!!

Podemos ainda carpir amanhã a oportunidade perdida, ou os penaltis falhados.

Podemos censurar o seleccionador pelas escolhas que fez, pelos que não jogaram ou jogaram mal.


mas

O entusiasmo, a fé, a crença, a ilusão, o orgulho, o sonho estão presentes.

Eles cantam

Allons enfants de la Patrie
Le jour de gloire est arrivé
Contre nous de la tyrannie
L'étendard sanglant est levé
L'étendard sanglant est levé...
mas nós cantaremos: 

Heróis do MarNobre povo,Nação valente e imortal...

sábado, 9 de julho de 2016

Down memory lane

A minha Mãe teria feito ontem 98 anos. O dia 8 de Julho era sempre um dia especial com jantares na Outra Banda para onde atravessávamos de ferry. Que saudades das tardes de Julho com o sol a morrer no Tejo.

Em Lisboa, costumava ir à Baixa com a minha Mãe quando era criança e adolescente.

No Restelo, onde vivíamos nesta casa, que agora é a Embaixada da Áustria,  não havia nada na altura. Algés era uma vila. Belém só tinha algumas lojecas, onde comprávamos o essencial e os célebres pasteis, que nos deliciavam ao domingo depois da missa.

foto tirada pelo meu amigo Roland Egil em Abril
O autocarro 43 ia para a Praça da Figueira, que era o centro do bulício e das compras. A paragem ficava junto à Pastelaria Suíça e no chão, à entrada, havia jornais da tarde para quem quisesse comprar e ler no autocarro.


Muitas vezes comprei o Artes e Letras, à vinda da faculdade na longa jornada até casa. O autocarro era de dois andares e eu gostava de me sentar na frente, donde se disfrutava a vista da Praça toda. Fazia aquele ritual muitas vezes, mas não me cansava, pois gostava de viver em Lisboa.

Ir à Baixa significava perder uma tarde inteira, em geral.

A minha Mãe tinha mil e uma coisas para comprar, desde linhas, até tecidos , botões e fechos éclairs na Rua dos Retroseiros, utensílios para casa na Pollux,  prendas para casamentos de amigos na Casa José Alexandre, e algumas preciosidades para os nossos "enxovais" nos Armazéns do Chiado ou Grandella de saudosa memória.

Lanchávamos sempre no Chiado ou no Rossio. Os batidos de iogurte e banana do Expresso ficaram-me na memória. Os de morango da Ferrari eram um luxo. Agora já não me sabem ao mesmo...

Ir com a minha Mãe significava por vezes miminhos a atenção especiais, um par de sapatos novos, um casaco, livros ou objectos escolares. Às vezes um 45 rotações da Valentim de Carvalho, mas era raro.

As nossas roupas eram todas feitas em casa por uma costureira, a Aline, que ia lá duas vezes por semana para provarmos os vestidos e para trabalhar com a minha Mãe, que ia dando dicas para que ficassem ao nosso gosto. A máquina era daquelas antigas, uma Singer, muito pesada, mas excelente. Fazer cinco vestidos iguais era obra, mas tivémos muitos e bonitos para levar nas férias, quando íamos para hoteis ou em viagem. Também usávamos bibes feitos em casa, ainda me lembro duns verdes e doutros cor de rosa...parecíamos meninas de colégio.


Ontem fui à Baixa aqui do Porto.

 Já há muito que não passeava num dos locais de que mais gosto, Santa Catarina. Estive lá pouco tempo, mas foi muito refrescante para variar da praia... :)

Não havia muita gente, alguns turistas e muitos jovens sobretudo no Via Catarina, um shopping adorável ( eu que nem gosto de shoppings), cheio de estilo e cor. Por dentro é cosy, com lojas óptimas como o H&M e o Express, supermercado americano com produtos especiais,  a Body Shop,  a Sportzone e a Worten.
Ontem nem sequer fui à Fnac, nem ao C&A, que ficam mais abaixo, pois já ia carregada. Na Terezinha comprei uma sandálias tipo Scholl por 10 euros que me parecem muito confortáveis...ainda passei pela Body Shop para aproveitar as promoções de um creme que adoro e é feito de moringa.






Vim de metro e senti-me turista na minha cidade. É o meio de transporte ideal, mas infelizmente só vai até à Casa da Música, onde apanhei o 504 para o Campo Alegre com o mesmo bilhete. Em meia hora estava em casa.


É bom viver numa cidade onde há tudo e bem à mão.

Também é bom andar sozinha, sem precisar de ajuda, sentir-me autónoma e saudável. Sou uma sortuda.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

As familias felizes não têm história

Há quem diga que quando se está feliz, não há nada para contar.


Limitamo-nos a absorver a felicidade quase absoluta, sem desejo de comunicar, de compartilhar ou de a expressar em palavras, já que ela



 é tão preciosa e tão rara.

Tolstoi escreveu uma frase que ficou célebre:

As famílias felizes parecem-se todas; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira.

Não sei se a minha felicidade nestes dias foi igual às de tantas outras que vi à minha volta. 
Só sei que já passei muitos dias em Ofir e nunca tive a sensação tão evidente de que tudo estava perfeito.
foto tirada pelo meu neto que viu a flor onde eu nada via se não riscos

Houve alturas em que me preocupei com a minha filha, outras em que o tempo estava mau com vento ou nevoeiro, outras ainda em que fugia aos dramas conjugais ou ao trabalho e à pressão do quotidiano. 

Raras vezes vim completamente aberta a absorver tudo o que se passava à minha volta.


Desta vez, senti que tudo batia certo. O tempo esteve inexcedível, calor, sol sem vento, nuvens altas a colorirem os pores do sol, as crianças felizes à nossa volta e até o futebol veio abrilhantar a estadia e trazer uma nota mais ao que poderia ter sido mais um serão sem história. 

Foram só quatro dias, mas pareceram uma eternidade...no Paraíso.

Ficam aqui algumas fotos. Elas falam por si...














domingo, 3 de julho de 2016

A beleza do mar


Hoje estive quase quatro horas a olhar para o mar.




Tal como o fogo, hipnotiza-me totalmente. Não consigo fazer mais nada. Ouvir música, apenas, e mesmo assim com o fundo das ondas a rebentar nas rochas.

Apanhar o autocarro 204  cinco minutos depois de chegar à paragem e levar 10 minutos a chegar à Foz é um presente divino.

Como não acredito em Deus,  limito-me a agradecer à sorte tudo o que me é dado.

Como dizia o outro :

Esta tarde já ninguém ma tira.
Nem o sol radioso, quente e a brisa prazenteira.
Nem a companhia da minha filha na sua beleza zen.
Nem os rissois e a apple crumble, que só custaram 8 euros.
Nem as cadeiras confortáveis, onde se consegue estar sentado durante horas, sem ouvir gritos, nem berros, nem discussões, nem má criações, nem os lamentos de quem é pobre a mal agradecido.

Poder viver sem carro durante uma vida inteira foi sempre um privilégio. Até me convidaram para ir ao programa da SIC falar sobre isso ( mas recusei). A liberdade tem destas coisas.

Viver no Porto é uma benesse para mim. Quero que as minhas cinzas sejam espalhadas aqui neste mar ou no da Praia da Luz algarvia. Ou então que sirvam para plantar uma árvore no Botânico que tanto amo.

A casa está fresca. A minha filha faz a mala para irmos amanhã para Ofir. Vesti uns calções e uma camisa de ganga para entrar no mood férias. O meu neto também está ansioso por ir connosco. Ofir é um local paradisíaco com este tempo. A piscina é divinal...


O que é que eu fiz para merecer tal?

sábado, 2 de julho de 2016

Os jacarandás da minha vida


   É uma das árvores mais belas que conheço, das mais suaves e rendilhadas, maravilhosa nos seus tons de púrpura, lilaz e azul. Uma beleza.


Andava ansiosa por ver o meu - o do Jardim Botânico, que é único - florido e até pensei que já teria perdido a flor sem que eu desse por isso.

Ontem fui lá ao fundo do jardim visitá-lo. E de repente foi como que uma visão. Uma pintura lilaz no meio da buganvília, dos cactos, dos rododendros, como se duma festa se tratasse. Tão lindo que até apertei a mão da minha filha mais forte.

O chão já tinha um tapete de folhas lilazes e salmão da buganvília, parecia ter sido atapetado especialmente para a minha chegada.
Estive ali maravilhada durante uns largos minutos, feliz por ver que não tinha sido defraudada pela minha árvore favorita.





 As fotos foram todas tiradas pelo meu i'phone, prenda de anos do meu filho, de modo que não terão a mesma definição das anteriores. Mas tinha que experimentá-lo e gostei do efeito.

Fica aqui um poema do meu irmão que já aqui puz mais vezes e de que gosto imenso.

E no fim um quadro a pastel que ofereci à minha sobrinha em 2010.




Jacarandás



Lisboa abriu-se hoje por inteira




Como no canto mais belo a Oxalá




Foi em Maio que a cidade foi ribeira




De água roxa, perfumada e tafetá.




Em Lisboa abriu-se a alma verdadeira




E sentiu-se o que existe para lá




Da magia e da arte feiticeira




Lisboa explodiu jacarandás.




Mário Cordeiro