terça-feira, 30 de setembro de 2014

Impossivel ignorar


Raras vezes tenho aqui discutido política. É assunto que propositadamente evito, já que, noutros blogues, ela abunda.

Mas hoje e, perante uma foto que encontrei no Facebook, não posso deixar de me interrogar:

O que mudou com a eleição de António Costa?



Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!

domingo, 28 de setembro de 2014

O que vale são as pequenas maravilhas

Hoje tenho-me entretido com a contemplação, o gozo pleno de coisas simples  e belas, como a vista das janelas da minha casa que de repente se iluminaram com o sol da tarde, depois duma noite de chuva, verdes ( ainda), cheias de gotinhas de água, resplandecentes.

Estive a pintar um quadro mas ainda está a secar. Penso que ficou bonito, mas não sei...

No mezzo transmitem um concerto de que gosto muito de Schubert. Ouvi-o tocado pelo Pedro Burmester com a Orquestra do Porto em São Bento da Vitória.  Foi magnífico.

O Woophy agora sugere actividades de fim de semana ligadas a temas. O desta semana é fotografia com letras ou números que apareçam casualmente num cenário normal.

Tinha tantas fotos possíveis no arquivo!!
Escolhi estas e foram bastante apreciadas. Nas legendas podem ver de que se trata. Bom resto de domingo!

Poema de João de Medeiros - Pedreira do Nordeste - Ilha de S. Miguel

Mini livro com as obras completas de Jane Austen ( !)

Montra da livraria Waterstones em Leeds

Mapa para turistas da Abadia de Kirkstall em Leeds

Autocarro para turistas na Madeira

Anuncio do shopping Trinity em Leeds

sábado, 27 de setembro de 2014

Privilegiados

Hoje tenho estado em casa.

Acordei cheia de tosse - a tal que eu temia - e embora, já ontem me tenha precavido com a compra de uns comprimidos que são fortíssimos, de manhã sentia-me mesmo mal, com dores no peito e pouca vontade de fazer algo mais criativo.

Andei por aqui, ouvi música, vi documentários na TV e nada fiz de especial.

Vi na SIC um dos programas que mais aprecio : 60 minutos, da CBS americana.

São sempre obras primas, que vale a pena ver e rever.

Este versava sobre o Estado Islâmico e assustou-me muitíssimo.
Não sei como é que o mundo pode assistir a este massacre, como é que estas populações podem sobreviver com as armas apontadas à cabeça, as mulheres em constante risco de serem levadas e abusadas, as crianças separadas dos pais, a falta de tudo, o terror, o medo, a escuridão...

Passamos o tempo a queixar-nos de que o nosso país deixa a desejar ....e quantas destas pessoas dariam tudo por uns dias aqui... em paz?

Somos uns ingratos, uns ambiciosos e às vezes mesquinhos. Tudo nos é dado, um clima espectacular, uma paisagem maravilhosa na maioria dos casos, um mar lindíssimo e riquíssimo em espécies, liberdade de escolha daquilo que lemos, ouvimos ou dizemos. Mas as queixas são imensas e de todo o género, vindas de pessoas mais que privilegiadas. O FB está cheio delas.

Oiço no BRAVA um dos mais belos concertos de violino que conheço: o Opus 35 de Tchaikoswky. O violinista é Joshua Bell, um dos mais famosos artistas americanos neste momento.

De repente esta melodia leva-me numa viagem no tempo até aos meus 10-12 anos, ao Coliseu dos Recreios em Lisboa, onde ouvi pela primeira vez este concerto tocado por Ruggiero Ricci e fiquei apaixonada por Tchaikowsky que já conhecia do Lago dos Cisnes.

Sei-o de cor, quase nota por nota. O leitmotiv é duma beleza nostálgica tão expressiva que me faz chorar...que feliz eu fui em criança....que sorte eu tive de viver numa família em que se amava e ouvia música...que feliz eu sou por habitar num país lindo onde reina a paz....que ingrata ao queixar-me duma gripe inofensiva.

Deixo-vos este concerto neste sábado que começou com sol, mas vai ter chuva pela certa.....


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Blues

Hoje estou com os blues.

Melhor: estou engripada, nariz a pingar, aquelas constipações que dão dor de cabeça e em que só apetece fechar os olhos e não prestar atenção a mais nada. Não que tenha muito a que prestar atenção, mas gosto de ouvir um bom concerto no Mezzo e vibrar com os intrumentos em sintonia ou ver um filme e interessar-me pelas personagens e enredo, sem estar a espirrar de 10 em 10 minutos e a assoar-me ao papel de cozinha, pois os lenços já são pequenos nos intervalos dos espirros. E ainda não veio a tosse, que é o que mais temo, pois deixa-me completamente exasperada.

Tudo porque ontem no balneário do health clube estava uma corrente de ar incrível e quando saí da piscina, senti uma diferença de temperatura aterradora. Vi logo que ia dar para o torto e estive para fazer o reparo na recepção. Vou fazê-lo na próxima vez que lá for....amanhã não será, não me sinto capaz de sair, sequer.

É a primeira vez que estou doente sem ter ninguém que me faça um chá. Não que isso seja grave, já fiz uma salada de atum para o almoço e vou fazer uma sopa para o jantar. Só que essa chávena de chá significaria tanto.....e a minha filha adora beber chá a toda hora!!

Ainda por cima resolvi ver um filme do TVC1 e o enredo é para o macabro. Uma produção franco-italiana, muito lenta, sobre uma jovem que se dedica à eutanásia, convencida de que alivia o sofrimento dos doentes terminais. A história começa a ter interesse quando ela se depara com um engenheiro cheio de saúde, que só quer morrer porque está farto da vida.
Nesse momento, ela pôe em causa o direito de ajudar a morrer alguém que tem tudo para viver. Sente-se mal e fora do contexto em que aceitou aquele "emprego".

O filme chama-se Mielle ( Mel), que é o nome da jovem. Nada tinha lido sobre ele e não me parece que tenha tido sucesso nos cinemas. Mas quero vê-lo até ao fim.


Está uma tarde esplendorosa com aqueles pores do sol outonais que adoro. A grande tília do jardim vizinho já está com as folhas acastanhadas. É a árvore mais frondosa que vejo do meu quarto e que adoro. No inverno fica esquálida e os ramos enchem metade da vista da minha janela.


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O sol...o sal da vida


A nossa vida está muito dependente do sol.

Precisamos dele como pão para a boca. Eu falo por mim.

Hoje quando abri a persiana e vi sol radioso, senti-me outra, parece que a nossa alma rejuvenesce e apetece logo sair, fazer coisas...

Mas, ao mesmo tempo, sinto a nostalgia dos dias de verão, da praia, do mar, das ondas e do calor. Este ano fiquei com deficit de praia, fui muito cedo para a Luz, em Junho, onde a água estava fria, mesmo assim aproveitei bem. Depois disso só dias esparsos em Ofir que me encheram as medidas porque adoro aquela praia, independentemente do calor ou do frio e tanto eu como a minha filha sentimo-nos no céu. Até o meu neto recorda aqueles tres dias com saudades. Mas foram poucos.



Nunca mais fui à praia , mas se o tempo continuar, vai ser muito bom passar uma tarde na praia dos ingleses, da qual tenho saudades.

Hoje vou à piscina, pelo menos faço exercício e fico mais relaxada....
é tão bom termos todo o tempo livre do mundo!!

Tenho-me sentido quase inebriada com a ideia de liberdade total!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O copo meio vazio

Hoje tive, finalmente, que encarar a realidade: estou só em casa, completamente só, durante a manhã, a tarde e a noite.
Não espero ninguém, não oiço a chave a rodar na fechadura, nem vozes a dizer Olá Mommy a não ser pelo telefone. Ainda não me compenetrei de que estou mesmo só, mas estou a fazer tudo para superar esta dor que me assola de vez em quando. Felizmente está sol.....Preciso dele como de pão para a boca...

O meu filho partiu pelas 5.30, depois dum serão, misto de alegria do dever cumprido, excitação do feedback positivo nas redes sociais, mas também de tristeza de, mais uma vez, termos de dizer adeus.

Ontem falámos com os meninos pelo skype e eles estavam tão reais e queridos, que só nos apetecia apertá-los. De manhã tinha estado a responder a um inquérito do meu neto Daniel sobre a minha juventude e o Portugal de há 50 anos atrás. Ele se encarregará de traduzir as 5 páginas para alemão, dado que eu escrevi em português. Vou acompanhando tudo o que eles fazem e por vezes, a minha nora até se surpreende pois nem sempre sabe do que se trata.
Oiço o telejornal da hora do almoço e, desculpem o termo, "vomito" as cheias de Lisboa - dão mais de dez vezes as mesmas imagens, os mesmos comentários, a

Adicionar legenda
s mesmas acusações, um verdadeiro massacre aos telespectadores. Entretanto, notícias interessantes são-nos sonegadas e ninguém as ouve.

Não aguento estes media, esta xunguice de gente, esta fixação em Lisboa. O Porto Canal é uma vergonha, ontem entrevistavam o António Costa, quando se estavam a instalar wi-fi nos STCP, algo inovador ao qual o Presidente da Câmara deu o seu aval e apoio.

Este país está podre, devia haver censura da informação lixo, deviam ser despedidos os jornalistas sensacionalistas que só querem audiências a custo da desgraça.

A vida continua. Hoje arrumei o quarto da minha filha de tal modo que ela nem reconhecerá quando vir!!! Arrumar coisas faz-me bem...e ajuda a preencher o vazio.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

70.000 visitantes e o aniversário de Leonardo Cohen



Para comemorar os 80 anos de Leonard Cohen, atingimos os 70.000 visitantes precisamente ontem, dia 21 de Setembro.

Cohen sempre foi um dos meus cantores favoritos, embora ele seja também poeta e pintor que admiro. Já aqui escrevi longamente sobre ele, mas não resisto a juntar uma nova canção que veio publicada agora no seu novo album : Popular Problems.

É um protesto contra os males do mundo. Belo. Venham muitos mais. Que a sua "golden voice" nunca se apague!


domingo, 21 de setembro de 2014

Orgulho duma mãe



Do PÚBLICO de 21/09/14

Autocarros da STCP com Internet gratuita a partir de segunda-feira no Porto





 

O meu filho João a experimentar o sistema
Os utentes da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) terão acesso gratuito à Internet nos autocarros que circulam na cidade do Porto a partir de segunda-feira e por um período experimental de seis meses.
Trata-se de um sistema que vai “colocar em rede os cerca de 400 autocarros” da empresa de transporte público, através de uma tecnologia que utiliza “não apenas a rede celular, mas também os pontos fixos de wifi de rede de fibra óptica que existem espalhados pela cidade, através do projecto Porto Digital”, explicou João Barros, responsável pela spin-off Veniam’Works, que desenvolveu a tecnologia.
O serviço vai ser lançado publicamente na segunda-feira à tarde, com uma viagem inaugural com partida da praça General Humberto Delgado.
A implementação desta tecnologia comerciável, que está patenteada, “é o culminar de cinco anos de trabalho”, que envolveu cerca de 30 engenheiros, dos quais dez doutorados, no âmbito do projecto Future Cities, disse.
O também director do Centro de Competências para as Cidades do Futuro afirmou que existe “a possibilidade de assegurar a continuidade” do projecto após os seis meses experimentais, mas para já o objectivo é “aprender ao máximo como é que a rede se comporta e que tipo de tráfego é que gera”.
Fonte da STCP considerou hoje que o serviço Free WIFI “representa um imenso valor acrescentado para os cerca de 300 mil clientes”. “É algo totalmente inovador e pioneiro. O Porto é a primeira cidade europeia a disponibilizar cobertura wifi na rede de autocarros públicos”, acrescentou.
João Barros adiantou que na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos da América, e Barcelona, em Espanha, “já demonstraram interesse em adoptar esta solução”. “Esta será a primeira vez que se testa um serviço destes com esta escala”, frisou o responsável.
Elogiando o “grande empenho” da Câmara do Porto nesta expansão da cobertura da rede wifi, Barros considerou que esta experiência vai tornar o transporte público mais atractivo, o que “gera mais receitas e permite melhorar a qualidade de vida urbana”, bem como “aumentar a possibilidade de pessoas com menos recursos financeiros acederem à Internet”.
Para aceder ao wifi gratuito, os utentes da STCP, mas também quem circular perto das paragens, apenas precisarão de fazer um clique na página de acesso ao sistema que lhes surgirá no ecrã do telemóvel ou de um tablet.

Não posso deixar de me sentir muito orgulhosa do trabalho desta equipa, pois acompanhei a génese deste processo e  sei quanto empenhamento, entusiasmo e sacrifício estiveram envolvidos.

PA,RABÉNS VENIAM!!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Ressaca


Sinto mesmo a ressaca - que nada tem a ver com jetlag, pois as horas de Leeds são as mesmas do Porto - depois duma viagem que mexeu , e muito, com os meus sentimentos e a minha visão dum futuro cinzento que este tempo parece acompanhar.

Estou aqui na sala, falei há pouco com a minha filha, pois as saudades são imensas....ver a carinha dela no ecran faz-me bem. Tinha ido fazer compras para a casa e conhecido duas das suas housemates, uma holandesa e outra de Trinidad.

Deve ser interessante conhecer novas caras e travar relações pela primeira vez. É uma coisa que não me acontece há algum tempo e que me faz falta. Sempre fui mais comunicativa com estranhos do que com os colegas, talvez para me resguardar das fofoquices que se geram em meios mais fechados.

O tempo continua péssimo, nem dá vontade de sair de casa. Tencionava ir à piscina ou ao cinema ver Os Maias, mas nada disso vou fazer.

Penso que sairei apenas para almoçar aqui no café, mais para ver pessoas do que pelo prazer de comer...comprarei o jornal, lerei alguma coisa sobre a vitória do NAO na Escócia, que já se previa, e virei para casa de novo, tratar da minha roupa, pois a empregada resolveu faltar no único dia da semana em que teria de vir.

Tenho acompanhado as noticias da Sky News sobre o voto dos escoceses e impressiona-me a participação destes cidadãos, mesmo divididos quase ao meio.

Todos foram votar, vêem-se pessoas a celebrar, outros a chorar, mas há abraços entre Yes e No's. Os comentários são inteligentes, todos predizem a continuação da "luta" pela independência, e sabem que o panorama vai mudar em relação a Inglaterra e ao governo do RU. Gostava de pertencer a um país ou região que lutasse pelos seus direitos deste modo. Aqui o marasmo é cada vez maior e as alternativas demasiado fracas.




quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Seja qual for a decisão



GOD BLESS SCOTLAND!


UMA NAÇÃO DENTRO DE UM REINO MERECE SER DIGNIFICADA E ESCOLHER O SEU FUTURO1


GOOD LUCK!





terça-feira, 16 de setembro de 2014

Um parque à inglesa

Ontem fomos a um local idílico, daqueles que já só se vêem nas séries inglesas....o Roundway Park.

O Porto tem um parque que dentro de anos estará como este, mas vai levar alguns anos e terá de ser poupado à construção selvagem e ao barulho rodoviário que estraga completamente o sossego dos utentes. As pessoas têm de o usar civilizadamente como aqui, onde tudo é preservado e cuidado.

O Roundway Park fica a escassos kms de Leeds. De taxi chega-se lá em dez minutos e pagam-se apenas 8 libras.
Ontem prometiam chuva e ainda chuviscou quando já nos víamos embora, mas o céu apresentou-se com boas abertas e aqueles tons tipicamente britânicos que é talvez o que mais aprecio aqui neste país.

Chegámos lá pelas 2.30 e estivémos até às 5. A minha filha disse-me que se sentia em Paz. É a melhor definição para o ambiente em que se emerge vindos duma cidade buliçosa e cheia de gente. Viam-se muitos grupos de pessoas idosas, jovais, andando menos mal, felizes com a sua vida e não me parecendo nada insatisfeitas em geral.

Uns pescadores tentavam a sua sorte e até conseguiram um peixe grande , mas acabaram por metê-lo na água de novo. Uma canoa deslizava pelas águas deixando um lastro prateado à superfície....quem me dera poder ainda remar....várias mãmãs e pápás passeavam os seus meninos ou os seus caezinhos, segurando-os pela trela.








O meu novo poncho soube-me bem, pois estava uma humidade relativa. Démos a volta ao lago - só uma parte pois ele é enorm; depois sentámo-nos na Casa de Chá tipicamente inglesa com vista para o lago. Lá dentro tinha tudo o que sonhamos quando estamos em casa e nos apetece um chá à inglesa.

Comi um bolo de cenoura que aqui são típicos e a Luisa uma fatia de lemon cake e bebeu um chá preto com leite. Maravilha....

As fotos mostram tudo.

Mostram , sobretudo, donde provém a inspiração de alguns pintores como Constable, que deixaram telas lindíssimas e bucólicas do campo inglês.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Life goes on

Ontem passámos um dia tranquilo.

Não saímos da cidade, dormimos bastante, fizémos algumas compras e limitámo-nos a gozar do bulício dos domingos, em que metade dos habitantes saem à rua.

Vêem-se carrinhos de bébés com carinhas de todas as cores, muitos deles filhos de imigrantes, jovens alegres em grupos, velhotes de cabelos brancos risonhos e aparentemente satisfeitos com a vida.

Trinity é a coqueluche de Leeds, um shopping com uma arquitectura arrojada, que engloba muitas das lojas mais conhecidas internacionalmente, como o Marks&Spencer, a Next, a Gap, Gucci, etc. Comprámos um edredão e almofada para a cama da Luisa.





Almoçámos ali num restaurante asiático com mistura de japonês, tailandês e chinês. Não fiquei freguesa, embora a sopa de camarão com vegetais de todo o género fosse muito saborosa. Os preços são baratos e normalmente partilhamos os pratos, de modo que só pagamos 18-20 libras por jantar ( uns 25 euros), às vezes ainda trazemos restos para o hotel.

À noite, estivémos por aqui a ver um filme policial na TV e a dar uma vista de olhos à TVI que se consegue apanhar na net, para ver quem ganharia o Dança com Estrelas. Foi previsível. Basta ter uma cara conhecida e peitorais para as fãs cairem aos pés dos novos ídolos, neste caso Lourenço Ortigão, que conseguiu vencer David Carreira ( já chega da família....!!!). O programa é piroso até dizer basta e a TVI enoja de tanta auto-promoção.

O meu FCP empatou, mas o Boavista ganhou. Estou feliz!!! O meu filho foi ao jogo , deve ter ficado radiante!!

Hoje vamos ao Roundway Park que promete, mas isso fica para depois....até logo!

sábado, 13 de setembro de 2014

Welcome to Leeds


Chegámos anteontem depois duma viagem um pouco cansativa e com um ou outro percalço que felizmente, não passou disso mesmo. A Ryanair portou-se bem, mas no aeroporto de Stansted levámos uma hora a conseguir passar na segurança dos passaportes e a recuperar as malas. Perdemos o comboio para Leeds, tivémos de apanhar o das 19.20, mas chegámos às 22.30 sãs e salvas.

A vista do quarto do hotel Radisson Blue
Começamos as viagens muito bem dispostos, mas lentamente, o cansaço apodera-se de nós e às vezes, temos a sensação de que já envelhecemos demais e que nada nos parece seguro se não a nossa casa e o nosso quarto...mas essa sensação é passageira.

Não é assim. Sair do país é uma lufada de ar fresco e quando me sinto no ar a atravessar os cirros de nuvens duma beleza estratosférica,  com a terra cá em baixo, constato que não fomos feitos para estagnar, mas para conhecer e sonhar...

Leeds recebeu-nos as usual. O Hotel é acolhedor, muito iluminado e com vista para a avenida principal , onde fica a Câmara Municipal e o Museu. Fica no centro ao pé de tudo.

Uma das muitas galerias de lojas chiques
Artistas de rua na Briggate


O Outono a despontar no Hyde Park
Fremente, alegre, jovem, cordial, risonha. São os adjectivos que melhor se aplicam a esta cidade, onde me sinto quase em casa. Não fora o céu toldado - que o Porto tb nos apresenta tantas vezes - sem pinga de chuva, apenas cinzento - dir-se-ia estarmos na nossa cidade. Conhecemos tudo, as ruas, as lojas, os restaurantes de várias nacionalidades, o sotaque yorkshireano, os sorrisos dos empregados em qualquer sítio, a simpatia e afabilidade de pessoas que não vivem em stress continuado.
O rinque dos jovens patinadores e ciclistas






o Hyde Park

Neste momento estou a ouvir um concerto Promenade na BBC2 - sim, aqui há um canal que dá música clássica - como fundo, enquanto recordo o que foram estes dois dias.

Conseguem ver-nos no restaurante argelino do Hyde Park Corner?
A minha filha já tratou de todas as burocracias da universidade e financeiras, hoje fomos a SNS de cá. É aqui mesmo junto ao hotel, não estava ninguém, ela só teve de preencher alguns impressos, daqui a 5 dias dão-lhe o cartão de utente e marcam-lhe uma consulta com o GP. Tudo grátis, sem ponta de stress, uma rapidez de serviço impressionante. Do mesmo modo, já tem o cartão da universidade com uma foto que eu lhe tirei e ela enviou há dias com o tamanho necessário. Está linda!

Entretanto o meu filho João virá ter comigo ao aeroporto de Stansted na 4ª feira e depois parte comigo para o Porto. Vem de S. Francisco, tem reuniões em Londres e depois no Porto durante uma semana. Foi uma notícia fantástica que eu não esperava....ele planeou a vinda de modo a acompanhar-me até casa, fiquei comovida....

É assim a família....a minha.....

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Farewell Porto


Oiço a abertura do Tannhauser de Wagner no Brava HD.

Música épica que faz  despertar os mais empedernidos ou sonolentos. A mim traz-me um misto de sensações, hoje, último dia em que a minha filha vai estar aqui ao pé de mim - até ao Natal.

Já não me despedia dela há dois anos, praticamente viveu sempre aqui comigo, excepto durante uma ida a Lagoaça com o irmão e família. A nossa vida era um "casamento" ideal. Não me lembro de uma discussão, desconforto ou dúvida. Ela sempre me transmitiu Paz e eu compreendo-a como ninguém.

Vai-me fazer muita falta, sobretudo a partir das 6 da tarde, momentos em que estávamos juntas, em que fazíamos o nosso jantarzinho como hoje - massa de atum feita a meias - ouvíamos música clássica do Mezzo ou da Brava - ela fazia crochet, pintava o seu livro de moda ou jogávamos o Scrabble em inglês, ríamos e sabíamos que estávamos bem.




Leeds é o el dorado da minha filha que, desde os 20 anos, - há 15 anos - sonha com a vida em Inglaterra. Já lá estudou em Erasmus, fez um mestrado em Tradução, trabalhou em catering, tentou outro mestrado em ensino de Inglês e foi feliz e infeliz. Também foi lá que adoeceu gravemente três vezes. Mas continua a amar aquela cidade como sendo sua.

Voltar é um risco, mas um sonho que não consigo estancar. Cada vez mais a vida no Porto se-lhe torna insuportável, agora que acabámos o nosso projecto do 10º e 11º anos. Não tem perspectivas de emprego certo e, para a sua saúde mental, é necessário ter algo que a involva e que a faça usar a sua inteligência e skills para que os não perca. O convívio com outros pósgraduados de todas as nacionalidades também lhe faz bem e Leeds é uma cidade de jovens.

Tenho esperança de que tudo corra pelo melhor. Graças ao skype posso falar com ela todos os dias e vê-la quase "em carne e osso" ( como diz o meu neto). Irei levá-la e depois venho só até Londres para apanhar o avião pelas 9 da noite. Não vai ser fácil, mas a força estará comigo.


Wish her luck!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Desperdício


Há atitudes tão ridículas e tão chocantes que nem se comentam. Um cartoon vale mais que mil palavras....

domingo, 7 de setembro de 2014

Fins de semana sem adrenalina


Nunca gostei muito de fins de semana,  quando tinha os filhos pquenos e sobretudo, desde que deixei de trabalhar e de ter filhos em casa. São longos e chatos.

Em jovem e mesmo recem-casada adorava os sábados , eram dias em que podíamos fazer o que entendêssemos, porventura ir ao cinema em Lisboa depois de almoço ou dar um volta - nunca muito longe pois o meu ex-marido detestava conduzir nesses dias - dormir sestas,  passear com os miudos, . Mas, mais tarde o trabalho avolumava-se, os dias arrastavam-se e as crianças cansavam-me. Nem me lembro de sábados muito felizes.
Em dada altura, os filhos começaram a ter aulas no Colégio Alemão, de modo que lhes cozinhava um almoço suculento para quando eles chegassem, se sentissem mesmo bem. Eram momentos felizes a que se juntava um professor alemão de quem ficámos amigos e que morava num apartamento por cima do nosso.

Os domingos eram mais interessantes. Íamos almoçar ao Barão, restaurante perto de casa, onde se comia bem ou à Abadia na Baixa. Depois ou havia futebol na TV ou ouvia-se música, dormiam-se sestas e estudava-se. Eu tinha sempre trabalho ou para a editora ou para a escola, o meu marido processos e mais processos. Os domingos eram passados a trabalhar. Os miudos tinham festas de anos ou brincavam com os amigos. Já não precisavam de nós...

Durante anos tive a 2ª feira livre por ser orientadora de estágio. Era o meu dia preferido. Fui várias vezes a Braga, onde o meu filho estudava na Católica, ia ao seu apartamento, arrumava-lhe a roupa, passeava pela cidade e ouvia música na camioneta para lá e para cá. Era uma evasão de casa, por vezes nem chegava a ver o meu filho. Braga representava liberdade. Também aproveitava as 2ªs feiras para fins de semana prolongados , indo a Munique por 4 dias para ver o meu filho mais velho. Era uma viagem cara e com stopover em Frankfurt, mas a alegria dele quando me via valia tudo.



Agora odeio os fins de semana, a não ser quando posso estar em família, como hoje. Vou almoçar com o ex- e filhos. Vamos à Cufra no Edifício Transparente.



A Luisa vai embora na 5ª e estou muito nervosa com essa viagem, mas procuro pensar positivo. Já comprei uma mala nova e leve para poder levar a minha roupa e o laptop, sem o qual não viajo. Enquanto ela trata das suas burocracias na universidade e no banco, eu passeio pela cidade, tiro fotos, vou ao museu, descubro um pouco mais esse recanto da Europa que sempre me cativou mesmo nas alturas de crise. Gosto da maneira de viver dos ingleses e sinto-me sempre bem na terra deles.

Ainda não fui à Feira do Livro pois ontem estava a chuviscar, hoje há demasiados eventos a decorrer  e não me apetece muita animação. Gosto mais de ver os livros com pouca gente à volta e sossego. O local é magnífico e vou aproveitar para estar por ali noutro dia qualquer.

Fazem-me falta os meus pequenitos "em carne e osso" ( como diz o André), cada vez o Campo Alegre anda mais tristonho, as árvores perderão as folhas, como eu perdi os meus queridos. O que vale é que em Outubro ainda os verei " em carne e osso" ....se Deus quiser.

As fotos foram tirada há pouco na rampa do Edifício Transparente. O Parque estende-se em frente, convidativo e verde. A Luisa ficou por lá. Eu vim para casa com os homens..... :)