segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Há mar e mar



mas  o efeito deste elemento na nossa psique será sempre benéfico.




Viver junto ao mar, poder disfrutar desta maravilhosa paisagem sempre que se quer, é um privilégio extraordinário. Nunca me canso de o afirmar. 

Ontem tive um dia difícil e não dormi quase nada. Resolvi ir até ao mar, não sabendo bem onde encontrar consolo para a minha "depressão".



Nada melhor. Tive a sorte de encontrar uma cadeira livre, mesmo no extremo mais perto da praia e aí estive cerca de 3 horas, sem que tivesse consumido mais que uma água das pedras. O tempo estava magnífico, penso que não vi uma nuvem durante as horas que ali estive. Desta vez assisti mesmo ao pôr do sol, que não foi dramático como nos dias nublados, suave, belo, com o mar e a areia a reflectir os raios dourados. Fotos technicolor daquelas que se usam nos filmes românticos dos anos 50.




As ondas estavam altas e como sempre, atacavam o forte rochedo empedernido que fica mesmo em frente à esplanada. Parece um filme e quem quer faz um vídeo muito sugestivo. Eu fiz, mas ainda não percebi como o descarregar aqui.

O pôr do sol indescritível...

A beleza deste cantinho é impar. O site Porto Photography traz todos os dias imagens espantosas do Porto. Vale a pena conhecer o grupo.

https://www.facebook.com/groups/portophotography/?fref=ts

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Perde-se na chuva

Um Poema Que Se Perdeu





Hoje o dia é um 

dia chuvoso e 

triste 

amortalhado 
naquela monotonia doente dos grandes dias. 

Hoje o dia... 
(a pena caiu-me das mãos) 

Acabou-se o poema no papel. 
Cá por dentro 
Continua... 

Oh! este marulhar das almas no silêncio! 


Fernando Namora, in 'Relevos' 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

De olhos bem abertos


paragem do autocarro : Casa das Artes
A fotografia é um vício.

rua Diogo Botelho ( do autocarro)
Cria em nós apetência para ver. Com olhos de lince.

Faz crescer no cérebro aquele impulso para registar, fixar as imagens que vemos, sob um ângulo muito nosso e original.

Não se aprende a fotografar...como não se aprende a nadar bem, se em nós não houver aquela paixão pelo desafio cénico, pelo enquadramento de algo belo e mutável. Há muitos fotógrafos hoje em dia, mas nem todos captam as imagens dum modo único.







 Desde a ida até à paragem do regresso, vejo múltiplas imagens lindíssimas que me apetece guardar. Para mim. Para recordar os momentos maravilhosos que vivi.

Em cada tarde junto ao mar, sobretudo nesta época chuvosa e em constante transformação, a Natureza oferece-nos cambiantes cinematográficos deslumbrantes.

          Na praia dos Ingleses, estavam poucas pessoas. Só três na varanda, onde estive duas horas. Ia bem agasalhada e não senti frio, a não ser quando o sol se escondeu atrás de nuvens carregadas e subitamente a temperatura desceu um ou dois graus. Vim para dentro do bar, onde bebi um chá de camomila e aquela sensação passou.

Não vi o sol a pôr-se. Havia um manto carregado e negro que perspectivava uma borrasca. Assim aconteceu. Perto das 6 caiu uma chuvada de granizo e houve uns lampejos de trovoada. Nada de assustador depois de horas de sol quente entre nuvens.


Hoje foi uma segunda-feira diferente.
Para mim. Sozinha.
Paragem do autocarro do Lordelo
Estava a precisar depois dum fim de semana sempre com a família.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Travelling light


I’m traveling light
It’s au revoir
My once so bright
My fallen star
I’m running late
They’ll close the bar
I used to play
One mean guitar
I guess I’m just
Somebody who
Has given up
On the me and you
I’m not alone
I’ve met a few
Traveling light like
We used to do
Goodnight goodnight
My fallen star
I guess you’re right
You always are
I know you’re right
About the blues
You live some life
You’d never choose

desenho de Leonard Cohen

Ainda estou em choque com a perda do meu ídolo: Leonard Cohen.

Oiço todos os dias - como o Miguel Esteves Cardoso - o seu último album e sinto uma mágoa fininha, que não consigo reprimir.

O som dos violinos, o ritmo dos instrumentais num swing em crescendo, transporta-me num rodopio infernal do qual não quero sair.
                     
A sua voz que parece vir das profundezas da terra enche a minha sala e convence-me de que ele não morreu.

Não pode.


He's just travelling light.
As he used to do.
It's only "au revoir"


sábado, 12 de novembro de 2016

To Leonard Cohen







Oh like a bird on the wire, 
like a drunk in a midnight choir 
I have tried in my way to be free.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

So long, Leo










HE WAS MY MAN!

THE MAN WITH THE GOLDEN VOICE

IN HIS TOWER OF SONG

WAITING FOR THE MIRACLE TO COME.

AIN'T NO CURE FOR LOVE, LEO!


TAKE THIS WALTZ AND

DANCE ME TO THE END OF LIFE




IF IT BE YOUR WILL.





"Anthem"



The birds they sang 
at the break of day 
Start again 
I heard them say 
Don't dwell on what 
has passed away 
or what is yet to be. 
Ah the wars they will 
be fought again 
The holy dove 
She will be caught again 
bought and sold 
and bought again 
the dove is never free. 

Ring the bells that still can ring 
Forget your perfect offering 
There is a crack in everything 
That's how the light gets in. 

We asked for signs 
the signs were sent: 
the birth betrayed 
the marriage spent 
Yeah the widowhood 
of every government -- 
signs for all to see. 

I can't run no more 
with that lawless crowd 
while the killers in high places 
say their prayers out loud. 
But they've summoned, they've summoned up 
a thundercloud 
and they're going to hear from me. 

Ring the bells that still can ring ... 

You can add up the parts 
but you won't have the sum 
You can strike up the march, 
there is no drum 
Every heart, every heart 
to love will come 
but like a refugee. 

Ring the bells that still can ring 
Forget your perfect offering 
There is a crack, a crack in everything 
That's how the light gets in. 

Ring the bells that still can ring 
Forget your perfect offering 
There is a crack, a crack in everything 
That's how the light gets in. 
That's how the light gets in. 
That's how the light gets in.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Dias de chuva

Nada melhor que irmos às compras numa zona povoada de gentes, de turistas fora da época, mas já arreada para o Natal.

As montras têm tudo, estão ansiosas por mostrar o que se pode comprar para homens, mulheres e crianças, para o menino e pra menina.

Os pavimentos reluzem com a chuva e os transeuntes reflectem-se na calçada. O sol espreita tímido, mas as nuvens adensam-se.

Nas lojas ainda não há muita gente e a tentação de comprar é enorme. Já temos camisolas e calças, cachecois e meias, mas as cores são tão bonitas, os preços tão aliciantes que de repente vemo-nos com mais umas peças


modernas e interessantes.
É claro que são mais umas a enfiar num armário cheio de roupa que não uso, é pura vaidade, mas se não cedermos de vez em quando, deixamos de ser normais.








Vou de autocarro e metro, venho de taxi.

Comprar lã para tricotar foi sempre um dos meus vícios. Tenho uma gaveta cheia de restos de lã. Infelizmente não tenho nenhuma neta a quem ensinar. Adorava usar as lãs dum modo criativo...

Vou fazer mais uma camisola para a minha Luisa, ela adora lãs feitas por mim e em Leeds já neva.


Na Fnac, onde não ia há muito, pasmo com o espaço sem ninguém. Compro tinteiros para a minha impressora, mas em casa descubro que me enganei na referência, vou ter de ir lá trocar. Penso que não servem e nem ouso abrir a embalagem.

Sento-me numa esplanada em Santa Catarina, onde os turistas passeiam. Adoro o dolce farniente , sozinha e anónima.

Tiro fotos ad-hoc ao que me fascina...


terça-feira, 8 de novembro de 2016

A vida secreta das árvores


É o nome dum livro que adquiri pelo kindle e que me está a encantar.


In The Hidden Life of Trees, Peter Wohlleben shares his deep love of woods and forests and explains the amazing processes of life, death, and regeneration he has observed in the woodland and the amazing scientific processes behind the wonders of which we are blissfully unaware. Much like human families, tree parents live together with their children, communicate with them, and support them as they grow, sharing nutrients with those who are sick or struggling and creating an ecosystem that mitigates the impact of extremes of heat and cold for the whole group. As a result of such interactions, trees in a family or community are protected and can live to be very old. In contrast, solitary trees, like street kids, have a tough time of it and in most cases die much earlier than those in a group. 



Ao observar as árvores durante o seu trabalho nas florestas, o autor descobriu que elas vivem como famílias, comunicando entre si, ajudando-se mutuamente, partilhando nutrientes, defendendo-se das pragas e, conseguindo em conjunto atingir uma longevidade notável. Árvores solitárias não vivem até tão tarde, pois têm de superar sozinhas todas as adversidadades.










É fascinante ler sobre algo que se ama incondicionalmente. Sem árvores, a minha vida não seria igual. Aprendo a viver no meio delas e cada passeio que dou neste jardim, me transmite Paz e serenidade numa época de problemas, que não posso esquecer e tenho de ultrapassar.

sábado, 5 de novembro de 2016

Quality time


























                                                                                                                                                                 A qualidade de vida não se mede por mais ou menos conforto, mais ou menos dinheiro nem mais ou menos saúde. Mede-se também pelos momentos maravilhosos de afecto com aqueles que são mais nossos e que nós amamos.

Esta semana tive o privilégio de ter cá dois dos meus netos a dormir e a passar o dia comigo um em cada dia, Há muito que desejava fazê-lo , mas por variadas razões , não se proporcionou até por que só depois de a minha filha ter rumado a Inglaterra,  fiquei com um quarto e cama decente para hóspedes. A caminha do atelier já é pequena para os meus netos pre-adolescentes.

Com o mais velho fui ao cinema ver Dr Strange e curiosamente gostei do filme, talvez pela companhia, mas também porque sou fã do Benedict Cumberbach, mais conhecido pelo seu Sherlock Holmes. O filme tem efeitos especiais notáveis e é fluido com beleza estética para lá do enredo rocambolesco.Na véspera tinha visto com  meu neto o jogo Porto-Brugges e tudo acabou bem, de modo que fomos bem dispostos para a cama.

Na 5ª à noite trocaram. Veio o neto do meio, que é completamente diferente. É um artista com saídas inesperadas, muito sincero e super curioso. Passa o tempo a fazer perguntas engraçadas.
Fomos almoçar à Máscara, onde comemos uma fondue maravilhosa e depois, enquanto eu caminhava pelo passadiço da Foz, ele patinava alegremente, gozando o sol fantástico que iluminava o mar , as rochas e as esplanadas. Foi mesmo uma tarde bem passada.



Quando chegámos do passeio, ele decidiu que ia fazer-me um desenho. A razão era simples: estava farto de ver os desenhos e pinturas do irmão mais novo no meu frigorífico!
Realmente há muito que não coloco lá desenhos dele. Em geral, quando cá vem faz TPCs e vê TV. E depois tem ballet ou violoncelo.







Valeu a pena. O rapaz tem arte! Não deu palavra enquanto enchia o papel de riscos, círculos, elipses e quadrados. Gostei. Parece um Escher!!!




Momentos destes são qualidade de vida. Porque para lá do conforto, enchem-nos a alma de confiança e esperança no futuro.