sábado, 29 de agosto de 2015

Os surfistas

Estar em Ofir é poder disfrutar duma vista inegualável de mar e pinhal, mas é também poder seguir as pisadas de dezenas de jovens que praticam o surf naquela praia quase deserta.



Há dias cinzentos, tenebrosos, de bandeira vermelha em que ninguém se atreve a desobedecer às regras. Mesmo nesses dias, vislumbram-s as cabeças negras dos corajosos surfistas, a quem as ondas não metem medo.

Admiro-os tanto quanto desejaria ter podido aprender essa modalidade que não era popular no meu tempo e que agora faz furor. Quase todos os praticantes exibem corpos musculados e elegantes dentro dos seus fatos negros e esguios.

É um prazer observá-los, fotografá-los e depois em casa relembrar as cenas "maradas" a que se assiste nestas praias nortenhas.

Há noites em que até depois do por do sol, se vêem jovens com as pranchas a subir até à escola. Noutros dias, perdem-se no nevoeiro, esfumando-se no mar revolto. Grupos exercitam o corpo antes de se enfiar nas ondas.

As imagens estão aqui a homenagear a sua coragem.


Fica uma curiosidade sobre as origens do surf, um desporto radical que faz hoje de Portugal um foco turístico extremamente apetecível.

Acreditava-se que, ao fabricar sua própria prancha, se transmitiam todas as energias positivas para ela e, ao se praticar o esporte, se libertava das "energias negativas". Os primeiros praticantes desse esporte acreditavam que sua prática seria um culto ao espírito do mar. O reconhecimento mundial do esporte veio com o campeão olímpico de natação e pai do surfe moderno, o havaiano Duke Paoa Kahanamoku. Ao ganhar a medalha de ouro nos jogos olímpicos de 1912, em Estocolmo, o atleta disse em entrevista que o seu treino se resumia em "cavalgar sobre as ondas com uma tábua de madeira" e, desse modo, passou a ser o maior divulgador do esporte no mundo. Com isso, o arquipélago do Havaí e os seus esportes típicos passaram a ser reconhecidos internacionalmente.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Na bruma....

Há uns dias que não escrevo. Embrenhei-me na bruma dos dias que aqui são mágicos, mesmo quando o nevoeiro invade a terra e tudo se torna indefinível.

Hoje dei um longo passeio até à praia para despedida, pois daqui a umas horas já estaremos no Porto. O meu laptop avariou - o cabo partiu, de modo que tenho escrito no  da minha filha. Fotos estão na máquina à espera....



 Logo vou passsar pela FNAC e comprar o novo cabo, pois não passo sem laptop.

Foram uns dias calmos e bons para conhecer melhor os meus netos, que já estão uns rapazinhos muito civilizados e agradáveis para convívio. Juntos fizémos tudo, tomámos banhos, jogámos à bola na água, fomos ao mar, vimos pores do sol, comemos bem nos buffets e lá fora, vibrámos com o futebol do Sporting e Belenenses, rimos, lemos, etc. Eles lêem muito e isso é fantástico pois acordam cedo, mas não incomodam ninguém.


A minha filha está nas suas sete quintas, ar, água e liberdade é tudo o que ela precisa para ser feliz. Eu tb, embora me preocupe mais com tudo.

Aqui no quarto até se ouvem os passarinhos duma árvore redonda mesmo por baixo dos quartos.
Houve uma competição de kayaks nestes dias, de modo que uma parte do jardim estava reservado a dezenas de barcos e remos, num colorido  pitoresco. Uma excursão de chineses também tornaram este hotel numa meca, com gente a falar todas as línguas...

Está-se bem. A Vida é bela.

Esta entrada foi já recuperada em casa, usando o laptop antigo que já não usava há três anos!! Velhos são os trapos!!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Os pores do sol de Ofir


É espantoso como se consegue estar mais de meia hora à espera daquele momento em que o sol se despede da Terra, após mais um dia de intenso labor.

Com nuvens ou sem elas, com neblina, com chuvisco ou com um céu esplendoroso, o pôr do sol é sempre diferente e torna diferente tudo em seu redor. As ondas coloram-se de rosa, as cristas brilham mais, as tonalidades do céu são das mais variadas.

E depois há os contra-luzes: as gaivotas, os barcos, os surfistas, as boias....tudo fica negro contra aquele brilho quase insuportável.

Daqui desta praia disfruta-se um dos mais belos panoramas que conheço em relação ao final do dia. Virado a poente, o sol olha-nos de frente e morre no mar.

Estas são algumas das fotos que tirei em dois dias....








E um poema de Rimbaud para terminar:

L'Eternité

Elle est retrouvée.
Quoi ? - L'Eternité.
C'est la mer allée
Avec le soleil.

Ame sentinelle,
Murmurons l'aveu
De la nuit si nulle
Et du jour en feu.

Des humains suffrages,
Des communs élans
Là tu te dégages
Et voles selon.

Puisque de vous seules,
Braises de satin,
Le Devoir s'exhale
Sans qu'on dise : enfin.

Là pas d'espérance,
Nul orietur.
Science avec patience,
Le supplice est sûr.

Elle est retrouvée.
Quoi ? - L'Eternité.
C'est la mer allée
Avec le soleil.


sábado, 22 de agosto de 2015

Os fins de tarde de Agosto


Tenho assistido a pores do sol e fins de tarde magníficos este ano. Talvez porque estou no norte e as tardes são mais diversificadas, há mais neblina, nuvens e contrastes de luz. No Algarve, os pores do sol não têm história, o céu está sempre azul e o sol até cansa.

Hoje fui a Matosinhos jantar com a minha filha à Cufra, restaurante estupendo no piso 2 do edifício transparente, um mamarracho em betão construído à revelia da paisagem e mesmo à saída do parque da Cidade. 

É feio por dentro e por fora, mas a vista de lá de cima e o ambiente dos cafés em baixo, a azáfama dos surfistas que pertencem à escola ali mesmo, as crianças e as famílias dão um certo colorido à praia. O restaurante é bom e acessível, o prato - posta de vitela na pedra - estava uma maravilha e a sangria bem saborosa.

Depois foi o passeio pela passerelle a olhar para a praia e para as gaivotas que se amontoavam, piando alegremente na areia junto ao mar. O sol já estava baixinho e as silhuetas do Porto de Leixões, com o seu novo terminal de contentores, pareciam algo futurista numa praia...

Alguns bares já estavam cheios de gente nova com aspecto feliz e música estridente. Em contrapartida outros estavam ainda vazios e tristonhos com música de cabaret.

A Anémona destacava-se no azul do céu. Muito bela, mas trucidada pelos prédios que a afogam do lado oposto ao do mar. Esta escultura deveria ter sido colocada no parque da cidade...


Ficámos ali até o sol desaparecer por detrás das gruas do porto. Tarde serena....e bela de fins de Agosto.


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Dia Mundial da Fotografia



Um pouco atrasada, aqui vai a homenagem a esta bela actividade, hobby, paixão, arte ou o que lhe quiserem chamar.

Coloco aqui umas fotos a preto e branco que tirei este ano. Espero que gostem!

Ribeira

health club

Estação Oriente

Vista da minha varanda

Nenúfares do jardim botanico

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Do autocarro

Hoje fui de autocarro à Baixa para uma consulta médica.

Hotel das Cardosas

cordoaria

Torre dos Clérigos

Igreja dos Clérigos
































portão do mercado do Bolhão
escadas do mercado do Bolhão
      Aconsulta levou uma hora - ter uma médica há 35 anos é excelente - e ela constatou que eu emagreci 9 kg desde a última vez que lá fui. Deu-me os parabéns, dizendo que eu era uma "linda menina"!!!  Gosto muito dela, é uma médica à moda antiga, escreve tudo à mão ( deve ter escrito o meu nome em mais de dez papeis diferentes), não usa computadores, mas aponta tudo desde o primeiro dia em que a consultei por causa da gravidez do meu filho mais novo. Sabe tudo acerca de mim e da minha família, elogiando sempre o meu Pai, que conheceu e o meu sogro com quem andou na faculdade. Fico feliz pois orgulho-me dos meus antepassados...

Esta cidade tem recantos mesmo encantadores... o USA TODAY escolheu-a como a mais romântica da Europa!!
prédio Rua Sá da Bandeira

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Best of Boats

Já falei aqui de vários grupos do Facebook dedicados à fotografia artística a que me orgulho de pertencer. Todos os dias faço uma escolha de fotos que possam ser incluídas nessas categorias e dá-me uma enorme prazer colocá-las no meio de muitas outras fabulosas, que me inspiram a fazer mais e melhor.
sudoeste algarvio
Afurada

Douro




Há tempos descobri este grupo, The Best of Boats, que se centra nos barcos e no mar, temas que me são muito queridos, como já deu para perceber.
Ribeira

Na Foz, no Algarve, nos Açores, no Douro, na Afurada, tirei sempre fotos de barcos. Até em S. Francisco!

Vão aqui algumas das mais coloridas.


Douro - cruzeiros



Foz






terça-feira, 11 de agosto de 2015

Parece outono



Cinzentão, o Porto amanheceu depois duma noite de nevoeiro digno duma cidade britânica nos tempos de Sherlock Holmes ou do Jack the Ripper.

Gosto desta sensação de verão acabado, embora este ano ainda não tenha gozado do sol em pleno, a não ser em Junho. Para quem está na praia aqui no Norte, este verão não contradisse a lenda....nevoeiro pela manhã, sol até às 5 , nevoeiro ao fim da tardee durante a noite. Pouca nortada.

Esta foto, que não é minha, mostra bem o que acontece aqui na cidade Invicta.



Hoje vou à Baixa. Preciso comprar umas coisas na retrosaria e uma capa para o meu i'pad, que está desfeita. Na altura não quis comprar uma cara e o resultado foi desastroso.

Vou de autocarro e venho de metro. Gosto desta sensação de vida, embora os ossos me doam e não esteja nada melhor. Não consigo ficar parada.

Até logo!

domingo, 9 de agosto de 2015

Adeus, Ofir, até mais logo



Viémo-nos embora hoje e já estou em casa, onde está fresco, apesar da canícula que se faz sentir lá fora. Ainda aproveitei a manhã para dar uns mergulhos na piscina, lamentando o sol ter vindo só hoje e não nos dias anteriores...

Sabe bem chegar a casa, ter tudo arrumado, as nossas coisas no seu lugar, aquelas que nos são mesmo imprescindíveis e que sugerem pertença.

                                    O meu neto abalou para casa dos pais e vai-me fazer falta...


         O que vale é que planeei voltar ao hotel a 24 e já sei que desta vez vou ter o quarto que amo, com vista para o mar e para o jardim. Foi pena termos ficado do lado norte, pois é mais frio e ventoso, embora se visse o mar e as lojinhas pitorescas, cheias de artigos de praia.





                           É bom estar vivo....e o mar do norte é o mar do norte!!!Sempre agreste, tempestivo e sedutor, ainda que não nos dê confiança...




Oceano Nox

Junto do mar, que erguia gravemente 
A trágica voz rouca, enquanto o vento 
Passava como o vôo do pensamento 
Que busca e hesita, inquieto e intermitente, 

Junto do mar sentei-me tristemente, 
Olhando o céu pesado e nevoento, 
E interroguei, cismando, esse lamento 
Que saía das coisas, vagamente... 

Que inquieto desejo vos tortura, 
Seres elementares, força obscura? 
Em volta de que idéia gravitais? 

Mas na imensa extensão, onde se esconde 
O Inconsciente imortal, só me responde 
Um bramido, um queixume, e nada mais... 

Antero de Quental, in "Sonetos"