sábado, 30 de agosto de 2014

O Porto visto de Gaia

Dizem que é a panorâmica mais bela da cidade, sobretudo à noite com os reflexos das luzes da Ribeira, da passerelle do Douro, da ponte e do mosteiro.



Vêem-se as inúmeras igrejas que enchem o Centro Histórico do Porto, os edifícios vetustos da zona ribeirinha e as esplanadas e restaurantes que rodeiam os prédios antigos e as suas varandas de ferro forjado. Parece um postal ilustrado antigo, mas sempre sumptuoso.

O Porto é lindo seja qual for a hora. E até com nevoeiro.

Hoje estava uma neblina leve que desbotava um pouco as cores mais vivas, mas não chegava para estragar a beleza do cenário.


Fomos almoçar ao Real Indiana, escolhido pela minha filha que faz hoje 35 anos. Só fomos os três, Pai, aniversariante e eu, dado que o meu filho mais novo tinha um casamento em Alenquer. Estivémos bem , a comida estava boa, mas faltava a alegria dos miúdos e do resto da família. O restaurante também está um pouco decadente, o serviço é péssimo e entristece um pouco ver aquela sala enorme quase vazia.

Daqui a uma hora iremos às Festas de S. Bartolomeu da Foz, passeio já habitual nos anos da Luisa. Andamos sempre por ali, vendo o artesanato e por vezes andamos até ao farol de Felgueiras. Hoje ainda não sei qual será o percurso, depende do tempo e da disposição.

Seja como for, estou feliz. A minha Luisa está óptima, o tempo agradável e somos mesmo "unha com carne"....entendemo-nos na perfeição!

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O dia mais feliz da nossa vida

Foi há 38 anos que nasceu o meu primeiro filho: João.

Tive uma gravidez de alto risco, que passei em Coimbra na casa da minha irmã e na Sertã, onde o meu marido era juiz. Há três anos que tentava ter um filho, tendo perdido três fetos neste processo. Durante esse ano de 1976,  já não dei mais aulas com prejuízo para os meus alunos que ficaram sem professora naquele ermo que era a Beira Baixa.
Por todas estas razões, aquele dia foi especial. Nunca mais esqueço o sofrimento, mas também a enorme alegria que o nascimento do bébé representou para todos os presentes. O meu marido estava eufórico, tinha os meus irmãos de Coimbra, os sobrinhos e os meus Pais que vieram de Lisboa para me apoiar, tudo no meu quarto....nem os ouvia, tais eram as dores :)

Nunca mais na vida tive um dia assim a nível familiar, a não ser passados 24 anos no seu casamento. Neste dia, porém, já não estavam nem o meu Pai, que faleceu em 1980, nem a minha Mãe que não pôde deslocar-se ao Porto por razões de saúde e familiares.

Hoje resolvi ir ao Botânico pelas 4 horas. Estava melancólica, pensando como os anos correm depressa e como a Vida me foi magnânima no que diz respeito aos meus filhos.

O João é um exemplo de determinação, de garra, de paixão pela Vida, um filho que esteve sempre comigo nas alturas mais difíceis, que me ajudou a superar as dificuldades, que me substituiu até, que se responsabilizou pela irmã e nunca me desiludiu.  Mesmo tendo vivido sete anos na Alemanha, nunca senti que ele estivesse longe.
Não, não estou a empolar. É verdade!

O telefone tocou enquanto passeava pelo Botânico. Era o João.  Ouvia-se mal porque ele ia no comboio para Stanford, enquanto os meninos permaneciam no colégio e a minha nora no trabalho em Carnegie Mellon. À noite tinham convidado amigos para uma carilada - ele é que cozinha estas coisas - e  ia haver festa mais animada. Tudo bem.

Voltou a dizer que está feliz em Silicon Valley, que a atitude das pessoas é completamente diferente lá e cá, são optimistas, empreendedores e não estão todo o tempo a lamentar-se pelo estado da nação. Os miúdos adaptaram-se plenamente à escola e já têm amigos q.b.
Não sei em que língua falam, mas são amigos que é o mais importante! Duas semanas é pouco na nossa vida, mas para eles é uma eternidade.

O Jardim Botânico encheu-se de flores, subitamente, enquanto falava com o meu filho: hortênsias, azáleas, buganvílias....
 a distância encurtou-se
o céu ficou mais azul
e os nenúfares saudaram-me a mim e à minha Lumix como se fossem prata...

Ficam aqui as fotos desta beleza.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

De novo a magia do Porto


Ontem fui jantar com a minha filha à Ribeira, talvez em jeito de despedida, dado que o restaurante onde vamos , em geral, fecha durante 15 dias e a Luisa irá para Leeds no dia 11.

Não há local melhor para nos levantar a moral.
É mesmo, na minha opinião, o coração da cidade, o seu órgão vital nesta época estival.
No Natal, S. Catarina ocupa um lugar central. Durante a noite, os bares da Galeria de Paris surgem agora como o foco de entretenimento mais apetecido.
A Ribeira, contudo alia à beleza esplendorosa dum cenário quase insuperável, a vida das gentes ribeirinhas misturada com turistas de todas as raças e credos.

A Ribeira é única, não me canso de o afirmar.
 Faz-me lembrar lugares como Trafalgar Square em Londres,  o Times Square de NY, a Piazza S. Marco em Veneza, O Quartier Latin em Paris, a Marienplatz em Munique ou o Parque das Nações em Lisboa sem mencionar muitas outras que todos conhecemos.

ancoradouro dos barcos rabelos para turistas
Ontem estava uma tarde lindíssima, sem vento, cálida. Arranjámos uma mesinha mesmo à frente na marginal e portanto comemos os nossos habituais rojões, enquanto dezenas de veraneantes passavam

por ali, admirando a vista, tirando fotos, olhando para os menus, discutindo gastronomia, escrutinizando os objectos à venda nos pequenos stands, saindo dos barcos que atracam ali em frente. Até uns noivos se andaram a pavonear rodeados de câmaras, como se estivessem na passadeira vermelha dos óscares!
violinista 
 Caiu a noite. Sentámo-nos num banco a ouvir um violinista tocando peças clássicas. Imediatamente me lembrei do meu querido Daniel a tocar na marginal da Praia da Luz no ano passado. Soube-nos tão bem ouvi-lo que até mudámos de banco à medida que ele mudava de lugar...As peças pareciam escolhidas a dedo, a Dança Húngara de Brahms, que toquei quando era miúda, árias da Carmen que o meu filho cantou no Coliseu, o Danúbio Azul, que dancei no meu casamento...
A magia das bolas de sabão gigantes

Posando para a fotografia

Nada escreverei sobre a beleza dos cais de Gaia e da Ribeira à noite. As fotos revelam tudo e muito mais do que eu poderia dizer.

Cais de Gaia e Caves

Ponte Luiz I e Mosteiro








quarta-feira, 27 de agosto de 2014

As elites e a banalização das massas


Hoje li e respondi a um post do blogue Fio de Prumo, que consta aqui da minha lista. A entrada focava o culto da banalidade na nossa sociedade e nos seus hábitos ou atitudes.


Para mim este é um assunto cliché e que revela uma certo desprezo pelo povo, se não mesmo preconceitos de classe latentes.
Penso que se houvesse blogues há 300 anos, as pessoas eruditas ou letradas teriam expresso as mesmas ideias, as mesmas queixas e talvez até ipsis verbis o mesmo tipo de comentários.

Transcrevo aqui a parte final do post de HSC, pessoa que admiro e com quem me identifico nalgumas opiniões.

Confesso que não sei o que terá provocado esta busca incessante da banalidade. Acredito que a 

globalização lhe não seja alheia, com a importação de modelos que pouco ou nada têm a ver 

connosco, mas que passaram a fazer parte do que chamamos de modernidade.

Creio, igualmente, que a necessidade de nos tornarmos europeus – perdendo especificidades de que, 

parece, nos envergonhamos – tenha também a ver com o assunto.

Mas, na base de tudo isto, o que julgo estar verdadeiramente em causa é um abandono da procura 

da excelência e a aceitação da mediocridade como uma forma de existir.



Parece-me muito redutora esta visão do panorama social português actual, onde podemos assistir a  toda a espécie de demonstrações culturais - medíocres, médias ou excelentes.

Cada vez mais se valoriza o que é nacional, nem sempre muito bom, mas bem nosso, como o Fado ou a música "do mundo", o desporto, mas também a pintura, a arquitectura, a fotografia e outras formas de Arte.
Nunca houve tanta promoção de artistas portugueses e nunca se viu tanto talento nos jovens que concorrem a programas de TV ou a bolsas para o estrangeiro.  Há grupos que noutros países com mais audiências já estariam lançados em carreiras brilhantes, mesmo em áreas científicas , onde até há bem pouco tempo, nada tínhamos a acrescentar.

O que acontece é que, como aconteceu com a educação, todos agora têm acesso aos eventos e actividades, já não são só as elites que se dão ao luxo de conviver em festas de arromba ou ir à ópera, todo o povo quer participar, quer actuar, quer viver e tem o direito de o fazer.

É claro que a massificação dos media, das redes sociais e doutras actividades de lazer leva a uma banalização de algo que outrora era só reservado às elites.
As elites - ou aqueles que se acham elites -  não se revêem neste tipo de eventos, sentem-se ostracizados num país onde grangeavam de uma vida em grande ainda há bem pouco tempo. Contra mim falo, que também pertenci a essas elites, por hereditariedade, que não por gosto.

Que dizer? Tant pis ( temos pena, como se diz em gíria popular)!

Oiço neste momento um programa de árias de ópera no Brava HD ( canal que compro por 2.50 €) com a orquestra sinfónica de Berlim.
Excepcional. Parece que estou a assistir ao vivo um espectáculo magnífico e este está
à disposição de qualquer pessoas que tenha TV Cabo. Hoje em dia quem a não tem?

Quanto não teria dado o meu Avô por poder ver este programa na sua salinha há cem anos atrás?

Será isto a banalização da música ou verdadeira democracia?


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Esta é a minha praia

Usa-se muito esta expressão para indicar o gosto por qualquer actividade que nos agrada plenamente, ou seja, a nossa zona de conforto, aquela em que sabemos lidar com os percalços e antever os problemas. Em inglês e na negativa, usa-se a expressão "That's not my cup of tea", ou seja, não é coisa do meu agrado, não quero nem gosto.

Bordeira
Descobri, há tempos, um site ligado à SAPO que apresenta vídeos em directo  de muitas das nossas praias do norte ao sul, praias que conheço como Matosinhos ou Leça da Palmeira, Cascais e Carcavelos e outras que desconheço como Santa Cruz ou Peniche. Curiosamente há poucas webcams no Algarve, mas a minha praia da Luz é uma das contempladas para meu gáudio. Já que não estou lá, ao menos sei o que lá se passa.... :)

Esposende

guincho ( google)
Estou horas a contemplar estas praias, o mar mais ou menos agitado, o vento a enfunar as velas dos windsurfers ou parapentes, as pessoas minúsculas que se amontoam junto à água ( fria) como é o caso da Praia da Luz no Algarve este ano - e a beleza agreste e dispersa como a da Bordeira,  praia linda onde estive no ano passado ou  do Guincho, uma das minhas praias de eleição.

matosinhos
Dá-me a sensação de estar mesmo sentada numa esplanada a admirar a vista numa bela tarde de sol ou numa triste tarde de chuva e nevoeiro.

Acho que isto já se tornou um vício. O meu voyeurismo é meramente contemplativo e nunca curiosidade mórbida, de modo que não estou muito preocupada. Sei que muitos dos meus familiares andam pelas praias, mas nunca me passaria pela cabeça vigiar-lhes os passos!!

Junto com os vídeos estão indicações metereológicas - a metereologia foi sempre "a minha praia", confesso - a força do vento, a temperatura do ar e da água, previsões, etc.

Tudo isto me apaixona, mesmo não fazendo planos de ir viajar ou sequer de ir apanhar sol.

Ficam aqui os links para quem possa estar interessado.

Alguma destas praias tem ser a vossa!!!

http://beachcam.sapo.pt/praias/praia-do-guincho/

http://beachcam.sapo.pt/praias/matosinhos/




segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Afogando as saudades no skype e na piscina

Ontem foi um dia em grande.
Estive com dois dos meus filhos ao vivo e falei com o terceiro via skype durante meia hora. Só faltou bebermos um cházinho e comermos bolos todos juntos. Senti-me tão próxima deles três que acredito não haver nada no mundo que nos separe.

Em Setembro a minha filha partirá para Leeds para tentar um novo mestrado em tradução e legendagem. Sei que também comunicará comigo sempre que for possível e entre nós não haverá fusos horários a considerar.

O meu filho mais velho está feliz e cheio de projectos, os miúdos adaptaram-se bem à nova escola internacional em Silicon Valley , onde se fala alemão, inglês e espanhol ( com menos frequência).


O mais pequenito quando não percebe o inglês diz : Auf Deutsch, please! ( em alemão, s.f.f), como se a língua materna dele fosse essa. Contou-me isto via skype e enterneceu-me.

Tudo isto é espantoso e leva-nos a acreditar que o sucesso depende muito de nós próprios. No caso do meu filho e nora, o seu sucesso é merecido, pois nunca tiveram "padrinhos", nem amigos dos pais que lhes dessem seja o que for. Ajudei-os há uns anos com as aulas de música dos filhos e pouco mais. Tudo o resto foram eles que conseguiram através do seu espírito de iniciativa e sacrifício.


Os miúdos vão pelo mesmo caminho. Adoram a escola, "onde os meninos se portam bem e só há uma professora na primária que ensina tudo.
O mais velho, Daniel,  não gostou muito da aula de espanhol, achou muito fácil, mas é natural que para nós, portugueses, seja mais acessível do que para os filhos de americanos e alemães ou asiáticos que frequentam o 6º ano com ele. Quase todos os miúdos são filhos de engenheiros ou técnicos informáticos que trabalham nas telecomunicações e nas diversas empresas de Silicon Valley, mas apesar disso, promovem o que chamam as "playdate", encontros entre famílias para brincarem e se conhecerem. Tudo é normal e interessante, tornando a vida mais fácil para todos.

Hoje voltei à piscina e andei lá uma hora a nadar, a mover-me dum lado ao outro ao som de música que tinham posto a tocar. Saí de lá mais feliz.
Ainda passei pelo Bom Sucesso, onde o apelo das bolas de berlim da Leitaria da Quinta do Paço foi mais forte... :).
Quando fui para a paragem do autocarro, apetecia-me falar com toda a gente, dizer-lhes o quanto amo a Vida.

Não há dúvida: sou uma privilegiada....Laos Deo!

domingo, 24 de agosto de 2014

De novo, o Bessa!

Estou colada ao ecran a assistir ao jogo Boavista- Benfica.


Após seis anos de espera dolorosa, o nosso Boavistão, o clube querido do meu filho mais novo e agora até do meu neto que ouviu contar histórias desse mítico clube, volta à Divisão dos Primeiros e atreve-se a competir contra os gigantes.

É um David em tudo, nos meios financeiros que são escassos, no número de adeptos, no lote de jogadores que conseguiu angariar, nas esperanças e objectivos que almeja conseguir.



Lembro-me dos jogos em que o Boavista conseguia assustar os grandes, o FCP e o Benfica, sobretudo neste estádio aos quadrados negros e brancos, tão belo quanto oneroso para as poucas posses do clube. O FCP foi sempre o menino bonito da cidade e infelizmente, como acontece no nosso país, os pequenos são condenados e os grandes absolvidos, mesmo quando as acusações são iguais.


Muito lutou o Boavista nestes anos para não morrer. Jogou nas divisões mais ínfimas com as armas que tinha. Houve promessas que não se cumpriram, houve sonhos que se desfizeram, houve homens que nunca desistiram.

Só nestes meses de verão, o clube já recuperou 7.500 sócios, o que é uma proeza nos tempos que correm.

Há uns dois anos quando passeava no Parque da Cidade vi uma criança a correr com oa indumentária boavisteira e umas sapatilhas azul brilhante!
Pensei para comigo: Como é que ainda há miúdos a perpetuar o nome a grandeza dum clube após anos de exílio forçado? Que lhes contarão os pais e avós?

Eu sei o que foi o Boavista.
Estive lá no dia em que se sagrou campeão em 2001.
Nunca mais esquecerei a alegria do meu filho e de todos os seus amigos e até de alunos meus!

VIVA O BOAVISTA FUTEBOL CLUBE!


sábado, 23 de agosto de 2014

Esposende para terminar as férias em beleza

Ontem pôs-se um dia magnífico e aproveitámos em grande. Soube-me maravilhosamente estar na praia - até levei a minha cadeirinha - e poder tomar banhos prolongados. A temperatura seria duns 18º, mas sabia bem, revigorava. Estava límpida com algumas algas, que emprestam um cheiro característico às praias atlânticas.

Fui feliz naqueles momentos com a minha filha, nada que se compare com a piscina, onde se ouvem as crianças sempre a gritar ou os paizinhos a puxar por elas - os portugueses são muito showoffish, adoram dar nas vistas e tudo o que fazem é com muito alarido.



Resolvemos ir jantar a Esposende, onde já não ia há uns dez anos. Está uma verdadeiro resort de férias, com as suas casas baixas e bem cuidadas, jardins e marginal espectacular. Faz lembrar as praias da Côte d'Azur. Fomos primeiro até à praia para eu matar saudades dos meus tempos de jovem mãe. As barracas azuis e brancas e a praia vazia recordarm-me os filmes antigos como o Morte em Veneza...






 Realmente o estuário do Cávado é uma das paisagens mais naturais que conheço - como a Ria de Aveiro - e ao fim da tarde adquire uns tons de laranja-ferrugem que contrasta vivamente com o azul da água. Muitos jovens se dedicam ao paragliding - não sei como se diz em português . devido ao vento norte que empurra as velas a uma velocidade vertiginosa.

O restaurante novinho em folha fica junto à margem do rio e tem uma construção bonita em que se nota o bom gosto acima de tudo. Os talheres são de design muito originais, os pratos confecionados na perfeição. Foi um pouco caro, mas a posta à barrosã grelhada com grelos e batata a murro estava perfeita. Adorámos o ambiente.



Este foi o último dia e foi perfeito. Deus nos dê muitos como este!!

Já escrevo do Porto, onde é sempre bom voltar....

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Mais um dia....

Resolvemos ficar mais um dia até sábado.

O hotel está cheio, mas ainda arranjaram uma noite.
É só para não ficarmos com um dia sem sol para despedida. Hoje esteve bastante nublado, a ponto de não apetecer mesmo ir à praia. Tomei um banho na piscina, mas vim logo para cima pois sentia a humidade a entranhar-se no corpo.

Antes disso dei um longo passeio pelo lawn de golf, que está bem verdinho e que dá para a praia, embora não tenho saída directa. Como sempre estive a admirar as flores e planras elvagens e até cogumelos encontrei. A humidade aqui é de 100% quase todos os dias....lembro-me que tinha de tirar toda a roupa que estava a secar - incluindo as fraldas do meu pequenino - à noite pois no dia seguinte estariam encharcadas e a cheirar a maresia :)

 Hoje o jantar buffet no hotel estava muito bom. Regalei-me com uma sopinha de couve branca, caril de frango e sobremesas variadas. Tenho procurado não abusar, embora haja aqui uma variedade de acepipes fabulosa. Se fôssemos a comer tudo todos os dias saíamos daqui com 10kg a mais!

Depois ainda demos uma voltinha pela praia e pelos cafés, mas não há nada de entertenimento aqui à noite. É só TV a dar futebol todos os dias e pessoas embasbacadas a olhar para o écran. Realmente, o povo português agora contenta-se com pouco....



Hoje fiz um postal com uma colagem para mandar aos meus familiares e amigos do FB. A minha foto foi tirada com a webcam do laptop, mas não ficou nada mal, as outras são da Luisa sorridente, da praia e piscina.

Hoje quero ver se falo com os meus netos ( só pode ser depois das 11 da noite pois eles estão na escola. A diferença horária é de 8 horas!! Ando cheia de saudades de ouvir as vozes deles e de os ver também!!

Mare nostrum


Já me tinha esquecido de como é bom nadar no mar...

A água estava fria - aí uns 18º, mas a sensação de frescura é mesmo terapêutica, o cheiro a maresia, as algas fininhas, a areia imensa, o calor pálido do sol....tudo isto faz destas praias nortenhas um regalo para o corpo e para a vista.


Talvez porque ia para o Guincho ou para Carcavelos em miúda, nunca me amedrontei com a frescura da água, nem das ondas. Ontem, o mar parecia um lago, ainda melhor que na Luz, onde não há ondas. Podia-se nadar até longe sem perigo e havia pé durante muitos metros. A praia estava pitoresca, com grupos de jovens - muitos - a jogar à bola , a namorar, a dormir, a fazer surf ou bodyboard, senhoras a bronzear-se nos seus bikinis exíguos, tudo aquilo de que gosto na praia do povo!


Tomei banho com a minha filha, brincámos aos tubarões, dançámos a valsa, mergulhámos e rimos. Fazem-nos bem estes momentos de pura diversão.

Para variar no regresso, dei com o pé numa pedra e magoei-me bastante, hoje tenho um dos dedos negros e uma dor bastante impeditiva de andar...sou uma azarenta, não há nada a fazer. ..

Amanhã já vamos embora, mas foram uns dias felizes e que não mais esquecerei....os últimos dias de verão para mim...

Carpe diem!!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O sol a morrer no mar

Há muitas maneiras de morrer.

Como nós, o sol encontra todos os dias novas facetas para se dar a conhecer, exibir o seu esplendor ou mesmo ocultar o seu brilho por detrás de nuvens. Mas é raro não se dar pelo poente, sobretudo no verão. É a hora do twilight, que se designa por lusco-fusco em português...

Durante três anos vivi numa casa - onde agora vive o meu filho mais novo - que ficava no alto ( da Ramada Alta), num dos pontos mais altos, se não o mais alto, da cidade do Porto. A casa, um duplex nos 8º-9º andar, é toda virada ao poente.
Sala e quartos têm uma vista panorâmica da parte ocidental da cidade, desde a Afurada até ao Cabo do Mundo, com o horizonte do mar duma ponta a outra, mas também revelando o caos arquitectónico que é a nossa cidade . Não há um princípio, meio e fim, a construção é mesmo feia duma maneira geral e caótica....
Naquela casa via-se o põr do sol sobre o mar todos os dias....excepto nos dias de chuva grossa ou nevoeiro cerrado. Tirei muitas fotos e até fiz um passepartout com cinco pores do sol diferentes, com nuvens,  neblina,  céu limpido ou num esplendor de encher o olho.

Por vezes todo o céu ficava rosado, roxo, amarelo e até cinzento com fímbrias douradas. Uma abóbada de tons variegados que nunca me cansei de contemplar.


Na minha casa actual quase não dou pelo pôr do sol, pois sendo um 2º andar, só se vêem árvores e não há um horizonte amplo. Mesmo assim já tirei fotos das yuccas em contra-luz bem bonitas.

Ontem fui ver o pôr do sol depois do jantar, hábito que mantenho desde que pra aqui vim pela primeira vez. Tenho fotos de vários pores do sol, mas infelizmente aqui a net é tão lenta que nunca permite mais duma foto.

Não foi nada de especial, mas como todos os pores do sol no mar transmite-nos aquela sensação - quase dramática - de que ele morre gradualmente, numa despedida lenta e quase dolorosa....deixando um rasto dourado nas ondas, que também elas vêm morrer na praia aos nossos pé. É o fechar do dia....