terça-feira, 5 de novembro de 2013

O closet


É o nome mais in para o antigo guarda-fatos, que existia em quase todos os quartos tradicionais, mas que ocupava imenso espaço e tinha um tamanho disforme para se poder arrumar a roupa de homem, mais volumosa e as peças mais leves das senhoras. Nunca tive guarda fatos no meu quarto, que me lembre, pois preferia pôr a roupa noutros quartos ou no corredor. Na minha casa de infância, havia uns quartinhos, onde a roupa era toda pendurada e os sapatos arrumadinhos nos seus lugares.
Habituei-me a ter pouca roupa e fazia uma razia de tempos a tempos.
Quando mudei para esta casa, o meu quarto tinha um closet embutido na parede, como é habitual,  e eu estava sozinha, dispondo de muito espaço. Para além disso, num pequeno vestíbulo, havia outro armário embutido, fazendo tudo parte da suite com a casa de banho ultra-chique. Era um luxo a que não estava habituada e comecei a a acumular roupa, não me desfazendo dela por razões sentimentais ou porque achava que alguma vez as iria vestir ( wishful thinking!).

Hoje não sei o que me deu. Resolvi tirar tudo o que tinha e ir arrumando ( quase por ordem alfabética) camisolas, t-shirts, casacos, camisas, saias, calças, cintos, malas, etc. Cheguei à conclusão de que tinha roupa que dava até eu morrer e que não devia comprar mesmo mais nada nos próximos 20 anos.
Fiquei assustada e comecei a encher uma pilha com o que estava velho, não me servia, parecia da minha mãe, era ridículo na minha idade, tinha cor amarela ou estava salpicado com acrílico das minhas pinturas.
A pilha ficou descomunal e mesmo assim, o closet está cheio com tudo arrumadinho, a roupa de verão metida numa caixa grande ou em gavetas mais pequenas para não estorvar a arrumação do resto. Adorei fazer isto e a minha psique agradeceu.
Tenho calças para dar e vender, saias muito giras e até um vestido da Redoute que nunca mais vesti, mas que vou usar pois é francamente bonito e tem um casaco igual. Encontrei algumas peças que pensava perdidas.

Infelizmente o casual é aquilo que mais uso, como se vê nesta foto tirada em Kirkstall pela minha filha. Adoro sentir-me à vontade e sapatos de salto nem vê-los!!!

Devia ser mais coquette,  sair mais, socializar,  ir a concertos e festas para poder mostrar a minha "nova" colecção outono-inverno!!

Agora só me falta imitar a Barbie senior e pintar os cabelos de prateado!!

6 comentários:

  1. Já me ri! Sabe, também não gosto de ter muita roupa. Faz-me confusão! Separo a roupa para o dia-a-dia,ou a casual, a desportiva e alguma para situações mais formais , que não são muito frequentes.O Engraçado, quando me ponho com estes trabalhos também me dá um certo relaxamento, mesmo que fique cansada de tanto pensar. Calçados só gosto dos práticos e confortáveis. Se tenho de usar outros mais sofisticados é para estar sentadinha. Tenho alguma fragilidade nos pés...Digamos que são o meu calcanhar de Aquiles.:)
    Gostei de ver as suas arrumações.
    Beijinhos.

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  2. Depois de ter escrito isto já fiz mais modificações e o meu joelho já se está a queixar. Tirei umas armações de rede que tinha no closet e puz lá um armarinho de madeira com um azulejo que em tempos serviu para a cozinha. Ficou muito bonito com a minha roupa interior ( fios dental, etc. :)))

    É bom mudar…..bjinhos

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  3. Como eu a invejo, Virgínia!
    Ter um closet, uma suite e uma lareira, era o meu sonho! Não tenho, a casa é antiga, pouco espaço e impossível modificar:-(
    Aproveite bem tudo o que tem, tirando partido e disfrutando ao máximo. Haja saúde, não é?
    Espero que a sua recuperação seja rápida e que brevemente possa fazer a sua vida normal
    Bjinhos Maria Eugénia

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  4. Sabes que às vezes fazem-se milagres em casas antigas porque os quartos são muito maiores. É preciso é ter dinheiro para pagar as obras. Tenho uns quartos muito pequenos, mas o resto compensa, a cozinha é enorme e a sala razoável. Ainda tem uma lavandaria que dá muito jeito. A lareira é um luxo que eu adoro…..sempre foi o meu sonho. Mas já vivi em nove casas diferentes…..:)
    Beijinhos

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  5. Não vejo a Virginia "coquete". Vejo-a simples e com bom gosto. É engraçado que eu, este ano, também dei uma reviravolta ao meu guarda roupa e não fiquei nada contente com algumas coisas que acabo por comprar e que depois ficam penduradas, sem ser usadas. O consumismo é uma doença. Eu bem me quero libertar mas,às vezes, lá caio no exagero. Agora é mais difícil com os terríveis cortes de que estamos a ser vítimas. Quanto à casa dos meus sonhos, que seria tão simples, já não vou a tempo de a encontrar. Mas não era a atual, nem de longe,nem de perto.

    Um abraço.

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  6. Sei que sonha com uma casa minimalista….como eu sonhava e ainda consegui realizar logo a seguir a separar-me. Nessa casa vivia o meu filho Zé, que está agora em S. Joao da Pesqueira. Só tem mesmo o mínimo para nos sentirmos bem. É claro que deixei muitas coisas na casa do meu ex- e ele bem se queixou pois toda a minha papelada da escola ficou lá em caixas.
    Já vivo aqui há sete anos e já acumulei muita coisa, inclusivé no atelier, onde ponho tudo o que não dá jeito por nos quartos. A minha filha tb tem o closet dela cheiissimo, mas nem ouso lá tocar.
    Não compro quase nada, mas os saldos de camisolas atraem-me sempre, é a peça que mais compro :)
    Bjo

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