terça-feira, 14 de julho de 2015

Mixorofada

Desde que voltei do Algarve que me sinto de mal com o mundo.

A confusão vem, não só de dores constantes que só se atenuam com brufens, mas também da ausência de assuntos interessantes para discutir ou ler.

Os media estão infernizantes com o tópico GRÉCIA, sobre o qual todos comentam, todos opinam, todos acusam, desdizem-se dias depois, repetem-se, massacram e para nada de útil contribuem.


O Facebook não se consegue ler tais são as alarvidades postadas por pessoas que deveriam ter tento no que dizem e pensam.
A incoerência entre o que expressam e o modo como vivem é confrangedora. Não percebem nada de nada - como eu - mas atrevem-se a dizer tudo como se fossem peritos em política europeia...

Estou farta disto tudo e apetecia-me ir com a minha amiga Regina para Trás-os-Montes por dois meses....

Não há mesmo pachorra!

8 comentários:

  1. Em Agosto já devemos estar sozinhos por lá. Teremos muito gosto em que vão lá passar uns dias. Vão de comboio até ao Pocinho e lá vos esperaremos. Os contactos estão no mail que enviei.
    Ab
    Regina

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    1. Isto era apenas um desabafo Regina. Não me sinto capaz de fazerviagens neste momento e ando na fisioterapia pois tenho dores crónicas nas costas e nos joelhos. Muito obrigada pelo convite, até pode ser que calhe, mas o Porto é o ideal para passar o verão, está fresquinho - odeio o calor e já tive de o aguentar na Luz, embora lá haja o mar - e tenho a companhia do Zé que vem de férias. Talvez vamos passar uns dias algures, mas não em Trás os Montes, onde ele vai passar um ou dois anos....
      Bjinhos e boas férias!

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  2. Só passei por aqui para lhe deixar um beijinho e desejar-lhe as melhoras.

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  3. Mas não paga mais por escrever umas linhas mais :)

    Já sabe que gosto sempre das suas opiniões sobre o que escrevo...e tudo é susceptível de contraditório :)

    Bjo

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  4. Quanto ao Facebook, a minha resposta é a que tenho tido não vendo,até agora, razão para mudar: apesar de algumas coisas úteis e de um bom meio de "saber onde está alguém para poder comunicar" (lista telefónica, portanto...), acho uma feira de vaidades, um expoente de narcisismo e uma catedral de banalidades idiotas e espúreas. "Hoje comi sushi!!!!!!!" - 340 likes. Ou ainda melhor: "Hoje morreu o meu melhor amigo!" - 456 likes.
    Quanto à Grécia: para lá da liberdade da Grécia de escolher o seu governo (que por acaso nada tem a ver com os desmandos anteriores, aldrabices nas contas, etc, mas está a pagar por isso) e de os outros países também terem a liberdade de dar ou não dar confiança e dinheiro, a questão é se a Alemanha, como sempre, depois de ter perdido a guerra enquanto Prússia, duas guerras no século XX, com os custos para todos os outros por causa da loucura de um homem mas de um aparelho que o suportou e de um povo que o elegeu (não me venham dizer que os alemãos, coitadinhos, não sabiam nem podiam fazer nada - parece o BPN ou o BES...), incensou e colaborou com uma das formas mais hediondas de regime, que custou 55 milhões de mortos e a destruição de um continente, tenta uma vez mais dominar a Europa, desta vez com "canhões de euros". As estatísticas não mentem. Depois das ajudas financeiras que a Alemanha teve, recuperou mas através de indústrias e de uma economia que melhor se adapta a mecanização e a menos trabalho, coisa mais difícil, por razões históricas, climáticas e de tipo de produção, na Europa do Sul. Produzir um bom vInho do Douro ou do Porto é bastante mais complicado do que fabricar um Mercedes topo de gama! É pena isto não ser suficientemente dissecado. A maioria dos trabalhadores europeus trabalham mais horas do que os alemães. Porquê? São cránios, os alemães? Disciplinados acredito, basta ver os desfiles hitlerianos... mas tiveram a sorte de ter muito dinheiro dado, dívidas perdoadas, e poderem ter uma economia de "carregar no botão".
    Se a Europa (ou o que resta dela) simplesmente decidisse NÃo comprar produtos alemães (e há tantas alternativas mais apelativas...), queria ver o que faziam. Vendiam a Angola? À China? À Rússia? Aos EUA? Ou ficavam a comer peças de BMWs? Adenauer percebeu isso. Willi Brandt, Helmut Schmidt, Kohl, entenderam isso. Esta almôndega loira ressabidada de ter nascido na DDR, mais o seu ministro das Finanças e o inefável ministro da Economia, que de SPD tem tanto como eu de especialista de kung-fu, foram buscar o que há de pior nos teutões. Não entendem que, se cairem os países europeus, caem eles também. O ideal de Jean Monnet foi a paz e a igualdade. Isso não cola com a palavra Alemanha,, Prússia ou Bundesqualquercoisa. É pena, E mesmo que "o povo alemão não tenha de ser confundido com os seus dirigentes", 90% do povo alemão apoia esta estratégia, como 75% do povo alemão apoiou Hitler e a sua solução final. Que me desculpem os que estão fora destas percentagens...

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  5. Não concordo inteiramente com essa diabolização dos alemães. Mas já falei muito sobre isso no FB, numa thread que o João lá pôs e que atraiu muitos amigos e comentários inteligentes. Até um amigo nosso americano de quem não ouvíamos falar há um ano escreveu umas linhas inteligentes. A Grécia não é assim tão vítima e a Alemanha não é como vcs pintam. O João viveu lá 7 anos e conhece-os bem....

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  6. Espero ainda em vida mudar essa perspectiva... porventura uma ideia feita, mas com algum fundamento. Talvez sejam traumas dos 6 anos no Deutsche Institut, com aquelas Fraus todas a moerem o juízo. Mas continuo a pensar que, já desde a Alta Idade Média, que os "bárbaros do Norte" sempre invejaram as terras e as características dos povos do sul, quanto mais não fosse porque asseguravam alimentação todo o ano, enquanto no norte apenas havia que comer durante escassos meses - até ao desenvolvimento dos cereais e dos silos, o que já é numa época posterior. É por isso que, no norte da europa, só sobreviveram os fortes e altos, e no sul, onde sempre havia qualquer coisa para comer, sobreviveram os mais baixos também. A história antropológica, social e de sobrevivência migratória (depois imperialista porque à força das armas) mostra as razões que residem no nosso paleo-cérebro.
    Quanto à Grécia, claro que há desmandos, mas provavelmente inferiores aos dos Sócrates, Salgados, Bavas, Ricciardis e Dias Loureiros... mas atenção: quando se fala que havia 20 jardineiros para um jardim, é uma coisa, mas porventura apenas episódica (quantos motoristas na presidência do conselho de ministros ou nas agências de regulação?). Quando se fala de reformas precoces para cabeleireiros, estamos a falar de pneumoconiose por inalação de laca e outros produtos, tal como nos mineiros com a silicose. O mal dos "media" é misturarem tudo para fazer manchetes porque sabem que tudo é efémero e o que dizem num dia já não interessa nada no dia seguinte... Mas que a indústria/economia alemã teve grandes condições à partida e que é diferente da nossa, e´um facto. Produzir turismo não é o mesmo que produzir carros... é bastante mais complicado, menos mecânico, mas porventura mais humano...

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  7. Penso que se deve ser equilibrado na análise dos factos políticos ou então permanecer calado quando não se percebe o que se passa. Mandar bocas sem qualquer fundamento - que é o que se faz no FB na maioria dos casos - é realmente estúpido. Lidei com alemães toda a minha juventude e depois através do filhos, e tenho uma ideia bastante clara sobre a maneira de ser do povo, ainda que separe o indivíduo dos 80 milhões de habitantes que vivem na Alemanha. Há de tudo. E há quem aprecie os portugueses e ache que eles próprios é que não dão valor às suas capacidades. E é verdade, é preciso ir-se para o estrangeiro para se ser reconhecido. Lembro-me de entrar nua loja de música em Munique e as paredes estarem cobertas com cartazes da Maria João ( jazz singer), que, em Portugal poucos conheciam. Em Bonn o dono da casa onde eu trabalhava, vinha do supermercado, mudava de roupa e sentava-se ao piano a tocar Bach. Os alemães são culturalmente superiores e tiram proveito da capacidade de trabalho dos emigrantes, promovendo-os e possibilitando-lhes progredir. O mesmo acontece em Inglaterra em muitos casos. O SNS em Inglaterra é cinco estrelas, comparado com o nosso, não há desperdício e qualquer pessoa da UE que adoeça lá tem o mesmo tratamento dos cidadãos britânicos. Vivi isto eu própria e nunca esquecerei. Em paises como a Grécia e Portugal, os próprios cidadãos sal maltratados nos hospitais e centros públicos porque a maioria dos funcionários não tem cultura, nem sentido do dever e acha-se mal pago, explorado, etc. São países totalmente diferentes. Nós também temos startups excepcionais e exportações fantásticas, assim os deixem continuar....

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