sábado, 4 de junho de 2016

Monet revisited


Anteontem fui ao Botânico, munida do meu i´Pad para ler um pouco num recanto  do jardim. Ao ver a transformação do meu oásis cheio de flores e cor, fiquei triste por não ter levado a Lumix, companheira das horas mais felizes.

Hoje voltei lá para um passeio bem mais prolongado e  durante hora e meia, satisfiz a minha ânsia de beleza digital e não só!

O jardim está lindo e até custa a crer que é o mesmo de há meses atrás, esquálido, sem folhas, sem flores, despido e húmido.

Tudo ressurgiu nesta Primavera de chuva intensa. A chuva é a seiva das plantas e elas agradecem em dobro as pingas do céu. O céu tem de chorar para que a natureza se rejuvenesça...


 Tirei umas 50 fotos, micros e macros, mas dediquei especial atenção às flores favoritas de Monet.

Do blogue Vício da Poesia, onde podem ver pinturas e fotografias a propósito de Monet, tirei um texto que quase poderia ser meu, de tal modo me identifico com o que expressa...
Como o autor deste blogue, também tenho vícios, mas a poesia não é um deles.

    O meu é procurar guardar mais uns segundos a beleza daquilo que os meus olhos vêem.

Posso não ter paciência para conversar com uma amiga durante hora e meia....mas sou capaz de observar os pormenores das flores dias e dias...

Pintados nos anos 1916-1919, a serie sobre nenúfares de Claude Monet (1840 – 1926) constitui o apogeu na forma de captar o intangivel da luz na água, dando conta das texturas e da mutabilidade da paisagem no imóvel da tela.

Um dos fascínios do meu fotografar é tentar captar a forma como a luz varia a nossa percepção da realidade circundante.


Neste fascínio compreendo os impressionistas e sobretudo Claude Monet, cuja incansável demanda foi guardar na tela a imperceptível mutação da paisagem provocada pela luz. Lembrado das suas pinturas de nenúfares, certo entardecer dei comigo a fotografar um lago cheio de nenúfares, e de tal forma fascinado, que bem entrada a noite ainda fotografava sem flash, tentando conservar a variedade do colorido que o sol ao desaparecer, foi deixando em redor.
https://viciodapoesia.com/nos/


9 comentários:

  1. Gosto muito da pintura impressionista. Monet é um dos meus favoritos mas Pissarro, de quem vi uma exposição em Madrid, há dois anos, é o que mais calma e paz me inspira. No ano passado estive um dia inteiro no Musée d´Orsay e há pouco tempo no Courtauld Institute, com a sua espantosa escada em caracol. Há quem deteste impressionismo, mas pessoalmente sou fã. O quadro "O espaço azul entre as nuvens", de Monet, serviu-me de inspiração para o meu blogue. Aliás, fique fã desse quadro desde os 12 anos de idade, altura em que a revista Tintim publicava as aventuras de Johnatan (agora re-editado pelo Público e vendido às quartas-feiras - na semana passada, precisamente, o episódio com esse nome). Achei sempre que era uma mensagem de esperança e não por acaso, o primeiro poema dos "Mais de mil passeios" termina com o nome do quadro de Monet.
    Belas fotografias, que expressam, não apenas a beleza da Natureza, mas a paz interior da fotógrafa - ambas "contaminam" quem as vê. Obrigado!

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  2. Que bom ter um comentário teu aqui neste meu "espaço azul"....É tão raro a família expressar alguma opinião sobre o que faço!
    Também estive na Courtauld e tenho uma foto da escadaria que já esteve na expo : Jogos de Luz, que era toda a preto e branco. Tb gosto imenso de impressionistas. Monet serena-me, Van Gogh inquieta-me, mas ambos me apaixonam...
    Bela maneira de acabar o dia. Hoje tirei fotos no botanico e depois à tardinha em plena Baixa, nos Loios e nos Clérigos por onde andámos e fomos comer....adivinha... SANTINI!!
    Paz é isto mesmo...mas há quem não compreenda a nossa solidão voluntária...
    Beijinho

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  3. Como dizia a nossa Mãe, e cito-a: "é preciso, de tempos em tempos, termos um romance connosco próprios!". O belo - na música, na pintura, na escultura, na poesia, na Arte em geral -, é uma boa forma de exercitarmos essas competências. Não é cultivar a solidão, é estarmos sós mas acompanhados de nós. Sinto-me cada vez mais pobre dos Outros mas rico de mim (frase arranjada de uma outra de Roberto Carneiro). É quanto me basta, mesmo que irrite certas cabeças pensantes e outras menos dadas à reflexão...

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    1. Hoje vi reportagens de festivais, Serralves, Mini Primavera sound e o diabo a 4 e pergunto-me: como crescerão estas crianças, habituadas a permanente ramboia, diversão, musica altíssima, palhaçadas que dizem ser teatro. Quando era miuda não gostava de festas, sentia-me extremamente infeliz em muitas delas, ainda agora não compreendo como é que se pode passar um dia inteiro rodeado de gente barulhenta e ávida de surpresas, folia, festanças...
      Hoje senti que o meu neto precisava de atenção em solo e conversei com ele...no quarto.Ele anda cansado de turbulência.

      Mas se expresso isto em público, apelidam-me de velha jarreta...

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    2. Acrescente-se, para quem não saiba, que "o Espaço Azul" não existe... foi uma invenção do ilustrador e argumentista Cosey, da BC Jonhatan, ao recrair um quadro de Monet. Mas podia ter existido - basta olhar para o céu para ver que lá está!!! Mas que fique a correcção para quem esteja mais longe do universo da BD.

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    3. Já encontrei na net....é gira a história da BD e da referencia ao quadro do Monet.
      Bjinho

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  4. As suas fotos transmitem tanta paz e esperança na renovação. Gosto de passear consigo :)

    Um beijinho, Virginia

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  5. Obrigada, este é um lugar sagrado, onde a natureza tem a possibilidade de renascer todos os anos. Acompanho essa renovação com ansiedade, pois o inverno é triste e quando chega a primavera, tudo se enche de cor.

    Bjinho

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