quarta-feira, 20 de março de 2019

Quando o sonho se torna realidade


Não é preciso ir muito longe. O nosso país e em especial, a minha cidade, aquela a que chamo lar, embora não seja aquela onde nasci, pode ser um daqueles locais onde nos esquecemos de todo o mal, toda a violência, todos os dramas que assolam a humanidade e entram pelas nossas casas, mesmo sem querermos.

Nada me satisfaz mais agora do que ir passar o fim de tarde à beira-mar.





Muito mais do que viajar, já me cansei das tretas dos aviões, das filas intermináveis, dos check-ins , das seguranças...nada vale a simplicidade de me  meter num taxi ou autocarro e ir até Matosinhos, uma praia amiga, que acolhe todo o tipo de gente, rica e pobre, sem distinção. Sem passaporte, sem muito dinheiro e sem cansaço...

Na marginal vêem-se bicicletas, skates, triciclos, grupos de jovens a correr, crianças a fazer jogging (sic), parzinhos de namorados, surfistas, estudantes a confraternizar. E àquela hora todos se transformam em silhuetas belas contra o horizonte de fogo. Os nosso olhos espraiam-se pela beleza da praia , as marcas na areia, a espuma das ondas baixinhas e sorrateiras, as rochas negras com feitios insólitos, o perfil do Terminal de Leixões onde um navio grande está atracado, os guindastes , tudo sombras fugidias de contornos indefinidos.

Do outro lado uma enorme Lua cheia ergue-se do lado do Parque da Cidade como quem diz: O sol vai-se, mas eu fico aqui convosco até amanhã...



O cheiro da maresia na mará vaza chega até nós maravilhoso.

O sol começa a descer silenciosamente e só os pios das gaivotas quebram a doce calma do cair da noite.


 Jantamos na esplanada cá em baixo donde se disfruta a vista completa. Um bacalhau à moda de Brga divinal e uma sangria enorme...




Não há nada mais belo, mais aconchegante, mais harmonioso. Nada me faz sentir mais irmanada com a Natureza, que permanece para lá dos horrores ou das intempéries. 
Em Matosinhos, não oiço um choro, uma discussão, gente irada, música aos berros. Parece que o tempo parou.

Sou feliz.

2 comentários:

  1. Mais uma vez parabéns pelas belíssimas fotos. Gostei também do texto que as acompanha. Muito poético.
    Ab
    Regina

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  2. Sim, poesia não falta nos fins de tarde na praia. É o que mais procuro hoje em dia, fuga da realidade...
    Obrigada, Regina. É bom ler-te.

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