Eram mesmo verões azuis, aqueles que passavamos nesta bela vila da Luz.
Viemos para cá em 1966 pela primeira vez, tinha eu acabado de encontrar o Manel numa viagem a Suécia.
Tudo era novo, estava entusiasmada, escrevia lhe cartas apaixonadas, sonhando com passeios aqui a beira mar, sob as falésias, nos carreirinhos cheios de plantas silvestres, nos barcos dos vizinhos...
Era mesmo um sonho de férias, que se tornou realidade durante anos e anos. Tínhamos um grupo de amigos fixes, cujos pais eram casais exemplares, juntavamo-nos todos os verões, namoriscavamos os mais giros, brincávamos muito e com inocência, que hoje já não existe.
Era mesmo um mundo ideal, que desapareceu quando os mais jovens começaram a casar e a ter filhos e os mais velhos a falecer. O meu Pai foi dos primeiros e a nossa vida já não era nada do que tinha sido. Depois vieram divórcios, impensáveis nos anos 60.
Fomos muito felizes aqui, embora o meu ex marido não gostasse de praia e se aborrecesse de morte.
Hoje que estou aqui sozinha com a minha Lu, com o Zé a trabalhar em Faro e o resto da família no Porto, sinto a nostalgia do que se passou e pena por não poder reviver o passado.
Há que viver o "aqui e agora"😊
ResponderEliminarRestam as recordações.
Esta sua reflexão, remeteu-me para um poema que escrevi em 05/03/20007, e que transcrevo:
É na dor que renascemos
E nos aperfeiçoamos
Sentindo que até vencemos
Tão fortes nos transformamos
É mesmo, Pureza. Se não tivesse passado por tanto este ano, não estaria a gozar desta benesse que é poder estar aqui com uma filha que amo tanto. Obrigada.
ResponderEliminar