quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Back to memory lane

 Os ingleses usam esta expressão para indicar uma descida ao passado, um regresso ao que já foi, aos anos da nossa vida que já não voltam. Em geral, são momentos muito felizes, que gostamos de recordar. Mas também podem não ser, há crises que não saem da nossa memória e que nos fazem sofrer, mas não conseguimos esquecer.

Neste caso, trata -se de


relembrar dois anos bem destacados da minha vida em  que muito aconteceu, uma reviravolta total que me trouxe dois filhos e uma mudança radical.

Estava a viver no Porto em casa da minha sogra - situação sempre desagradável, sobretudo quando se não conhece a cidade, nem amigos, nem família do nosso lado.


Tinha saído de Lisboa em 1975, passado pela Sertã durante dois anos onde vivi em clausura, com breves visitas a Coimbra e Porto. O meu marido foi transferido para Esposende como interino. Ao fim de oito meses, colocaram no em Chaves, que era o cu de Judas. Não conhecia Trás-os-Montes e era a 500km de Lisboa onde tinha os meus Pais. O meu filho pequenino tinha desasseis meses.


Consegui colocação no Liceu de Chaves e mudamos em pleno inverno com neve e um frio de rachar para uma casa linda, mas sem aquecimento. Havia uma lareira que eu aproveitava bem quando tinha lenha.


Vivi dois anos e engravidei da minha filha com certos riscos pois Chaves não tinha serviço de ginecologia. Felizmente não tive problemas e fui fazendo as as análises prescritas.

Chaves era uma cidadezinha simpática com muitos


espanhóis, lojas, feiras, restaurantes óptimos e colegas com classe. Adorei o ambiente da Escola e os alunos, bastante respeitadores ainda que com dificuldades a inglês.

Aos fins de semana fazíamos a viagem ao Porto em 4 horas. Estradas horríveis, tempo horrível, gelo, frio. Não deixaram saudades, tanto mais que eu detestava a casa da minha sogra, e não me dava bem com ela .

Ontem fui aos sítios por


onde passei esses anos. O meu filho agora com 47 anos, ri-se quando recordo as suas tropelias. Todos gostavam dele, mas era difícil de domar. Não parava quieto nem um segundo. Até cantava a altos berros as canções da Eurovisão para os passantes da rua, que pediam bis.

Chaves mudou totalmente. Está uma cidade enorme com tudo o que é bom. Não me importava de viver lá uns meses, embora o mar me faça muita falta.


Foi fantástico revisitar o passado. Graças ao meu Filho, que se preocupa muito com o meu bem estar.

God bless him.

1 comentário:

  1. As alamedas da memória, se as soubermos usar, são o melhor que há. Vamos andando pelos caminhos que escolhermos, e apenas por esses, acompanhados por quem quisermos, por quem escolhermos ,e tudo se pode iluminar com uma luz tão bonita !

    Que bom foi vê-la de volta!

    God bless you

    Margarida

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