sábado, 25 de abril de 2015

O dia dos cravos ( murchos?)

Cito hoje e, contrariamente ao que me é habitual, o meu Amigo Mário Gonçalves que , no seu blogue, expressa muito do que eu penso sobre os 41 anos - quase 2/3 da nossa vida - que decorreram desde que aconteceu em Portugal uma revolução confusa, improvisada como tudo o que fazemos, com tons de rosa e de verde, mas também algo negra noutros aspectos.

Foto do meu amigo Stewart Scott ( Facebook)

SÁBADO, 25 DE ABRIL DE 2015

Pós 25-A : 41 anos, metade de uma vida.


Vivi metade da minha expectável vida em democracia. Não me posso já queixar de ter começado por 25 anos sob ditadura. E a diferença é tanta que cada dia que passa me apego mais a este regime, cheio de defeitos e perversões, e com tudo isso o único que conheço a garantir alguma paz e sossego, algum progresso e qualidade de vida, alguma vitalidade cultural. Para essas coisas é que a liberdade serve, senão para quê ?

Rio-me dos regimes igualitários em moda na América do Sul, que  tanto entusiasmam o meio das ciências sociais coimbrãs, e onde nenhum desses bens foi conquistado. E rio-me ao comparar esses regimes com o regime que cá saiu do 25 de Abril - e que esteve quase quase a ir pelo mesmo caminho, mas não foi, graças à Europa, graças à escolha da Europa, de nos assumirmos estado europeu, social-democrata e, sim, liberal. Rio-me de mim próprio, quando cheguei a acreditar nessa via populista.

Celebrar o 25 de Abril, só se for para celebrar o que somos hoje, e não o que fomos erradamente num passado recente. Posso estar grato ao Mário Soares que ajudou a escolher o bom caminho nos anos 70-80, mas não a este Mário Soares (e sua corte) que agora deu também em reaccionário, retrógrado, passadista, discursando na vulgata do reviralho, desejoso de repisar dias que se esgotaram sem deixar saudade.

Sossego, qualidade de vida e cultura são as minhas palavras de ordem para progresso, para futuro. Não me venham com igualitarismos. A diferença é mais sadia que a igualdade, a sabedoria das elites mais sadia que a vulgar sensaboria do povo.
O meu comentário pode ser lido no próprio blogue O Livro de Areia, aqui do lado direito, um dos , se não o melhor blogue cultural que conheço.
Bom feriado! E ainda melhor domingo!

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