sexta-feira, 4 de março de 2016

Descobrindo os clássicos

Há uns dias que me dedico à descoberta dos meus compositores favoritos.

É uma experiência nova para mim, que, em geral, oiço música a toda a hora - dos CDs, do Spotify, do Mezzo ou do Youtube sem palavras ( quanto menos melhor) e, às vezes, sem ligar muito às imagens. Fecho os olhos e deixo-me impregnar de sons, respirando as notas, a harmonia, a espiritualidade da melodia ou a paixão, o entusiasmo e a pujança dos instrumentos em conjunto ou a solo.

Gosto de piano, mas também adoro o violino desde que o meu neto começou a tocar, aprecio a música de câmara bem tocada, os grandes coros, a música coral sinfónica, a orquestral, tudo. Só não sou grande apreciadora de ópera no seu todo, ainda que por vezes oiça uma ou outra do princípio ao fim. Também não aprecio canções, embora as cantasse num coro da faculdade quando era jovem.


Esta semana, comecei por ver um vídeo de 2 horas sobre Beethoven. Embora já tivesse lido biografias do compositor, havia muitos pormenores da sua vida que desconhecia. Ouvir falar da sua vida, ver imagens dos locais por onde passou, acompanhadas de pedaços da sua obra, foi uma experiência lindíssima. Se fosse professora de música, usaria este vídeo nas aulas para incentivar os alunos a gostar  de música clássica.

Ontem dediquei-me a Mozart. Tinha a lareira acesa e ia desfrutando da mesma ao som do mais jovem e mais prolixo compositor do sec XVIII. A sua vida foi efabulada no filme Amadeus, mas grande parte do filme é pura ficção, ainda que uma obra-prima cinematográfica.
Mozart permanece na nossa memória como um enfant terrible, mas a sua maturidade era gigantesca. Aos 35 anos já tinha composto mais do que muitos outros aos 60. A variedade da sua obra é inacreditável, o percurso infindável, a produção magnífica. Ao ouvir o Requiem, senti que Mozart estava efectivamente a morrer ali ao meu lado...

Hoje tenho estado a ver um outro vídeo, desta feita sobre Bach, talvez aquele que mais aprecio agora e sobre o qual menos sei. O apresentador deste vídeo é, para mim, o seu melhor intérprete em termos de direcção de orquestra, John Eliot Gardiner, que ouvi aqui na Casa da Música por duas vezes. O inglês é perfeito, as imagens maravilhosas, a descoberta do homem por detrás da obra, uma aventura. Bach foi sem dúvida um intérprete divino na Terra. A sua musica transporta-nos para um lugar celestial.

Ficam aqui referências aos três vídeos assim como uma citação de cada um dos grandes compositores que tenho tido a sorte de ouvir quase desde que me conheço.

Ainda não se levantaram as barreiras que digam ao gênio: Daqui não

 passarás!”  - Beethoven





Não consigo escrever poesia: não sou poeta. Não consigo dispor as palavras 


com tal arte que elas reflitam as sombras e a luz, não sou pintor...Mas consigo


 fazer tudo isso com a música... - Mozart






O objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro


 além da glória de Deus e a renovação da alma. -  J.S. Bach

2 comentários:

  1. Tão bom, tão bom este seu post, Virginia. Partilho inteiramente do seu encantamento por estes três génios. No entanto, para mim, Bach está em primeiro lugar. Tenho visto vários vídeos, mas ainda não conhecia estes que refere. Vou vê-los com muito interesse.

    Um beijinho e um bom fim de semana :)

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    1. Muito obrigada pelo seu apreço. Nao tenho tido grande feedback aos meus posts que considero têm sido bastante interessantes. As pessoas agora dão mais importância ao FB e há menos diálogo nos blogues. Mas não me preocupo muito. Este post foi escrito com o coração e a minha sensibilidade para a música, que não é de agora. Gosto de partilhar aquilo que me dá prazer....bom domingo, Miss :)

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