segunda-feira, 21 de novembro de 2016

De olhos bem abertos


paragem do autocarro : Casa das Artes
A fotografia é um vício.

rua Diogo Botelho ( do autocarro)
Cria em nós apetência para ver. Com olhos de lince.

Faz crescer no cérebro aquele impulso para registar, fixar as imagens que vemos, sob um ângulo muito nosso e original.

Não se aprende a fotografar...como não se aprende a nadar bem, se em nós não houver aquela paixão pelo desafio cénico, pelo enquadramento de algo belo e mutável. Há muitos fotógrafos hoje em dia, mas nem todos captam as imagens dum modo único.







 Desde a ida até à paragem do regresso, vejo múltiplas imagens lindíssimas que me apetece guardar. Para mim. Para recordar os momentos maravilhosos que vivi.

Em cada tarde junto ao mar, sobretudo nesta época chuvosa e em constante transformação, a Natureza oferece-nos cambiantes cinematográficos deslumbrantes.

          Na praia dos Ingleses, estavam poucas pessoas. Só três na varanda, onde estive duas horas. Ia bem agasalhada e não senti frio, a não ser quando o sol se escondeu atrás de nuvens carregadas e subitamente a temperatura desceu um ou dois graus. Vim para dentro do bar, onde bebi um chá de camomila e aquela sensação passou.

Não vi o sol a pôr-se. Havia um manto carregado e negro que perspectivava uma borrasca. Assim aconteceu. Perto das 6 caiu uma chuvada de granizo e houve uns lampejos de trovoada. Nada de assustador depois de horas de sol quente entre nuvens.


Hoje foi uma segunda-feira diferente.
Para mim. Sozinha.
Paragem do autocarro do Lordelo
Estava a precisar depois dum fim de semana sempre com a família.

4 comentários:

  1. Também tenho os meus momentos a "sós". A família é-me essencial mas para o meu equilíbrio emocional não prescindo destes momentos, quer seja um passeio, ler um livro em silêncio, ver um filme ou escutar música...
    Bjs

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    1. Somosparecidas, aliás ontem li que as pessoas inteligentes precisam de estar sós..... :)
      Bjinho

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  2. Virginia, se eu visse algumas das suas fotos sem indicação do nome, acredito que saberia atribuí-las a si. Para mim, as suas fotos são inconfundíveis - transmitem-me tranquilidade e uma certa beleza nostálgica, um olhar verde e límpido, o simples recomeçar das coisas.

    Um beijinho

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    1. Isso é um grande elogio, Miss :).

      Os seus textos tb são lindos e gosto sempre de lê-los, pois tem um misto de ficção e realidade que nos toca. Bjinho

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