quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O futuro


Fui dar uma volta pelo quarteirão, um dos meus passeios favoritos depois de almoço, àquela hora em que nos dá o sono e , se estiver em casa, adormeço no sofá.



Percorri parte do jardim botânico e parte do jardim da FCUP , que tem um portão aberto do lado poente. Permite a passagem dum lado para o outro e foi de lá que avistei uma magnólia absolutamente divinal encostada aos muros do edifício, onde em tempos era a FLUL, agora o departamento de Ciências dos Computadores, creio eu.












Havia alunos a almoçar cá fora, junto aos troncos cortados que servem de bancos. Foi lá que me sentei a contemplar as árvores - sempre a minha paixão e a recordar os belos tempos em que o meu neto Paulinho tinha ali o seu "escritório" debaixo dum grande salgueiro de ramos tombados. Muitas vezes foi para lá, coleccionando pedrinhas, pauzinhos, bichinhos e outras coisas valiosas. Ainda há riscos no tronco feitos por ele nessa altura. Hoje com 8 anos já não brinca desse modo, mas as Avós não se esquecem...









É sempre um prazer desfrutar deste tempo maravilhoso fora da época. Os turistas anteontem na Foz andavam doidos e até tomavam banho de mar...






Isto compensa-me de certo modo das visitas ao hospital, onde infelizmente tudo corre mal.
O meu ex-marido não melhora e pergunta-me qual o seu futuro. Eu retenho as lágrimas e digo-lhe: "Um dia de cada vez...".
Mas sei que um dia já não haverá mais futuro, só o vazio.













Porque não somos como as árvores, que duram anos e anos e se renovam em cada primavera, dão flores e frutos, perdem as folhas, mas voltam a renascer? Destino cruel o dos Homens.

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