terça-feira, 9 de maio de 2017

Alentejo

ALENTEJO - acrílico s/ tela



Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave, 
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.


Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema VII" 

8 comentários:

  1. Eu, que vivo no Alentejo, gostei pois é mesmo assim!

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  2. Há quem diga que o Alentejo é poesia e arte! Nada melhor para corroborar esta frase: a linda poesia de Alberto Caeiro e o belo quadro que a Virgínia pintou. Parabéns! Bjinhos

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  3. Conheço mal o Alentejo, tenho pena.
    Nunca lá estive mais do que um dia...nunca passeei pelos campos, nem vi o Alqueva, mas tenho presente a paisagem que aparece em toda a parte. Sobrevoo-o sempre que vou para o Algarve e fico deslumbrada com a planura e as cores tão diferentes do norte. Obrigada, Geninha. Bjinho

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  4. Lindo!
    Parabéns, Mana.
    Gosto das cores e expressa bem a paisagem alentejana! Keep on!

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    Respostas
    1. Hoje fiz outro parecido...
      Se vieres cá podes levá-lo para a tua colecção. Qualquer dia inauguras uma galeria só para mim...:)

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  5. Gostei muito do quadro e de reler o poema (este conhecia)
    um beijinho e um bom final de semana
    Gábi

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