quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A netflix: séries policiais de qualidade.




Aderi à Netflix, há uns meses e já vi muitas séries excelentes ao ritmo que quero, quando quero, com a adrenalina e o suspense necessários para que as histórias nos envolvam, as personagens deixem a sua marca, os temas fiquem a bailar na nossa mente.
Gosto de ler as reviews, os foruns de discussão, biografias de actores, depois de ter visto bem a série. É completamente diferente de ver episódio atrás de episódio durante semanas na Fox.



A Netflix contém séries, filmes, documentários, entrevistas, concertos, etc. e serve para crianças, jovens e adultos, podendo seleccionar-se segundo o perfil do utente. Pago, 9,99 $D por mês.




Já vi séries francesas, como Marseille, mas na sua maioria são americanas ou inglesas. A melhor que vi foi Broadchurch, mas há muitas excepcionais, como The Killing, American Justice, How to get away with Murder, The Good Wife, House of Cards, etc.

Estou cansada da Fox Crime, que acaba por ser repetitiva, ainda que transmita as melhores séries criminais do panorama britânico. Canso-me dos detectives sempre muito originais, dos ambientes rurais ou da cidade de Oxford, muito posh e rebuscada.

Ultimamente comecei a ver uma série que é quase um documentário sobre a Justiça americana, o sistema judicial, as condenações injustas, as confissões forçadas, as comunidades desprotegidas e ignorantes, etc.
Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que , desconhecendo os seus direitos, são manipulados pelos agentes  da Polícia, de modo a confessar crimes que não cometeram, convencidos de que se verão livres do pesadelo que enfrentam nos calabouços dos xerifes. Muitas vezes essas confissões gravadas são as únicas provas apresentadas em tribunal, ignorando os procuradores outras provas que poderiam levar a novas e verosímeis pistas.


A ânsia de encontrar culpados, a ambição dos agentes em subir nas carreiras, a vulnerabilidade dos suspeitos, acabam por conduzir a uma condenação pesada por 12 jurados mal informados.
Revolta-me que isso aconteça, mas estes casos são reais, e em geral, fazendo uma pesquisa na net, leio mais sobre o assunto e chego à conclusão de que foi mesmo assim.

Não há invenção, nem parcialidade, apenas factos reais e entrevistas com pessoas antes e depois do crime. Mesmo quando se prova que houve um mau serviço da Lei, não voltam atrás e os presos continuam presos sem direito a liberdade condicional.

Este sistema tem sido muito criticado por escritores como John Grisham, por exemplo, mas não suficientemente exposto. Há séries como a fabulosa Rectify, que descreve a experiência de um condenado que é libertado 20 anos mais tarde por se provar a sua inocência.

Nada disto é muito uplifting, nem deixa a pessoa muito bem disposta como séries de humor, mas faz-nos pensar na vida e na injustiça a que as pessoas mais pobres ou mais vulneráveis estão sujeitas por incúria ou ganância de quem está no poder.

Deixo-vos aqui com o genérico de Broadchurch, música fabulosa e inquietante de Olafdur Arnalds.


2 comentários:

  1. Olá Virgínia. Tenho estado ausente porque como sabe o meu Pai faleceu e até ao dia 30 há que esvaziar uma casa e nem imaginamos a quantidade de coisas que se armazena...
    Tenho eu e a minha irmã esta tarefa uma vez que as outras duas moram longe. É desgastante física e emocionalmente, como deve imaginar... TODOS os dias incluindo sábados e domingos sem parar...
    Também tenho o Netflix e é para ver o que gostamos ao nosso ritmo, na verdade. Gosto muito da Fox Crime mas aborrece-me a constante repetição das séries também.
    Bjs

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    1. Querida Geninha,

      Não sabia que o teu Pai tinha falecido, os meus pêsames atrasados.
      Infelizmente também tenho essa incumbência em relação à nossa antiga casa, onde o M. vivia. Está cheia de trapalhadas de todos e até da minha sogra que viveu lá também. Comecei a dividir os livros, mas já desisti de o fazer sozinha, os meus filhos não têm sequer o fim de semana livre, a Luisa está longe e eu fico muito deprimida quando lá estou. Nem sei o que fazer a tanta coisa, colecções que o meu marido tinha, material jurídico já ultrapassado, loiças e mobilias antigas. Mas resolvi deixar aos meus filhos a responsabilidade de esvaziar uma das casas -a maior - e eu farei o mesmo no apartamento da minha sogra. E ainda há arrumos com roupas, livros e coisas dos meus filhos....um pesadelo. Bjinhos e coragem!

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