quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Olá a todos

Como diria o meu amigo Noddy no seu carro amarelo!

Não ando muito feliz.

Quem é que é feliz com dores? Com lágrimas ainda vale....mas com dores destas que massacram uma pessoa um dia inteiro, não nos dão descanso e obrigam a tomar panadois de 6 em 6 horas?

Tenho andado no mar...ou seja criando materiais sobre a preservação dos mares. Hoje fiz o que se chama um minding map, que são diagramas com foto e tópico para os alunos preencherem com palavras relacionadas. É mais ou menos como se vê aqui. As fotos inspiram os alunos a escrever nas caixas e depois a criar frases completas em que incluem estas palavras sugeridas por todos.





Cada vez gosto mais de trabalhar neste tipo de coisas, nada demasiado sofisticado...

O meu neto está aqui a fazer trabalhos de casa e no Brava oiço um quarteto de Fauré. Música inefável que sabe bem numa tarde de paz.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sobrevivi

Hoje fui operada a um joelho.
Às 8 da manhã estava já na Trindade....não fosse o Carmo cair:))

Estive lá desde essa hora até agora. Cheguei a casa com dificuldade , mas o meu ex- foi buscar-me e trouxe-me aqui. Graças a Deus.

Consigo estar sentada com a perna apoiada, mas vou ter de fazer exercícios constantemente para esticar cada vez mais os tendões que estão atrofiados por terem sido submetidos durante anos à intrusão de duas calcificações terríveis.
Neste momento não me sinto nada feliz, embora tenha conseguido dormitar alguma coisa, lido o livro do meu irmão e ainda ouvido alguma música. Sinto-me meia zonza, mas quero fazer coisas, não consigo estar parada!! Como as ondas quero ir e vir....




No quarto da clinica só pensava no que será estar doente acamada durante anos, não poder fazer nada autonomamente, viver dependente dos outro. Só peço a Deus que me leve rapidamente, como à minha Mãe, que faleceu numa noite dum ataque de coração. Mas ainda falta muito segundo o meu neto.:)

Quando o cirurgião me deu alta às 6, disse-me que tinha estado a operar desde as 9 non-stop....e ainda dizem mal dos médicos :). Ganham bem , mas também trabalham muito e que seria de nós sem eles?

Daqui a seis semanas estarei melhor, se me portar bem!!


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

The Silent World

Hoje recebi o livro que encomendei há dias: The Silent World de Jacques Cousteau, um livro encadernado com uma capa linda, que foi produzido pelaNational Geographic Society, contendo as primeiras aventuras do explorador nos diversos mares que foi percorrendo.

O livro foi escrito em inglês, embora Costeau fosse francês, como todos sabemos.

Uma amiga minha, Igone Ugaldebere,  cujas fotos extraordinárias surgem aqui com licença dela, é mergulhadora há muitos anos e trabalha ainda como controladora dos transportes de Londres. De vez em quando, tem férias de semanas e vai para locais remotos, onde passa os dias debaixo de água a tirar fotografias, por vezes, entre os tu+barões que são a sua paixão :) .
Encontrámo-nos nos meetings do Woophy e ficámos amigas, tendo ela ido buscar-me ao aeroporto de Stansted quando fui a Londres há dois anos, algo que nunca esquecerei.
Disse-me há dias no FB que, depois das descobertas de Cousteau descritas neste livro, as técnicas evoluíram tanto que os seus inventos parecem brinquedos.

A verdade é que ele nos trouxe a realidade subaquática para a TV pela primeira vez, maravilhando-nos com documentários, que víamos extasiados no tempo em que a TV tinha apenas dois canais e tudo era novidade. O meu filho era um apaixonado pela Ciência e gravávamos séries como Cosmos para vermos mais tarde. Tudo isso infelizmente já era.


O fundo do mar sempre me seduziu e uma das coisas que gosto de fazer ainda é mergulhar com óculos e tubo, ver as rochas e os peixinhos em cardumes, deslizando suavemente na nossa frente, os raios de sol penetrando e fazendo reflexos de todas as cores na transparência da água, que nos transporta, que nos torna mais ágeis e mais capazes de movimento.

Cousteau escreve com entusiasmo mas sem grandes preocupações ambientais. Nessa altura ainda não havia grandes receios. O que o movia era o desejo de conhecer mais profundamente o que estava para além da terra firme.

Hoje sabemos como a vida marítima está ameaçada e os vídeos do Youtube que alertam para o lixo que os humanos lançam no mar, são muito claros e preocupantes. Vivemos como se o planeta fosse nosso, mas estimamo-lo pouco quando se trata de o preservar.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Sumsum corda


Hoje fiz as pazes com o meu Irmão, com quem estava de candeias às avessas desde o Natal passado.

Não tenho muito a dizer sobre o que se passou, há coisas que se vivem mas não se descrevem ... e há momentos em que só apetece dizer: OBRIGADA!

Estou feliz....

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Faz hoje 50 anos

que perdi o meu Avô materno, tinha eu 17 anos.

Se vos disser que o meu Avô foi talvez a pessoa que mais me influenciou positivamente durante a minha infância e adolescência ( até à idade em que o perdi), não estarei a mentir. Ele era diferente. Ele amava-nos incondicionalmente, via-nos com uma argúcia que quase nos feria e tinha sempre histórias para contar, desde os libretos de ópera com histórias escabrosas que faziam ruborizar a minha Avó até às suas viagens por Paris, onde ia todos os anos no Sud-Exprés.

O meu Avô nasceu em Goa em 1881 e foi médico da Marinha, combatente em África na 1ª GG, para além de inúmeras outras actividades que exerceu como antropólogo, historiador, geógrafo e até inventor. Foi um homem eclético, renascentista, o que não admira, tal a sua paixão pela Itália e a cultura italiana.
Casou aos 35 anos com a minha Avó, filha de uma italiana e dum serbo-croata ( descendente), que ainda era sua prima afastada e que tinha 18 anos. Um romance que durou toda uma vida e que nos deu a nossa Mãe, portadora dos genes de ambos e com uma personalidade que também nos marcou a todos.
O meu Avô era indescritível. Sabia fazer tudo e adorava a vida. Nunca me lembro de o ver deprimido ou triste. Connosco era uma doçura.

Amanhã será lançado um livro escrito pelo meu irmão na Sociedade de Geografia de Lisboa, da qual o meu Avô foi Secretário geral durante vários anos nas década de 50-60. O livro será apresentado pelo Professor Adriano Moreira.
" Júlio- Gonçalves : De Goa a Lisboa" procura reaver dados interessantes da sua vida aventurosa e familiar e será uma extraordinária homenagem a uma pessoa tão importante nas nossas vidas e cujos genes todos herdámos.

Estou muito agradecida ao meu irmão Mário pelo trabalho intenso que teve e a que se dedicou durante anos.

O meu Avô , que nos adorava, nunca soube o quanto gostávamos dele. No seu Diário, que escrevia todos os dias, há frases como esta: "As minhas netas são muito minhas amigas, mas só cá vêm quando lhes dá jeito.". Por vontade dele, estávamos lá sempre.

Mal ele sabia o quanto me custava sair de casa deles depois de almoço para as aulas da tarde no liceu....ou ao sábado, quando nos vinham buscar. E como era maravilhoso ficar com os Avós quando os meus Pais iam de viagem.
Mal ele sabia que hoje, eu ouviria  música clássica com os olhos fechados tal qual ele fazia no seu escritório, depois do almoço ou do jantar.
Mal ele sabia que, durante semanas, senão meses depois da sua morte,  me fecharia no quarto a ouvir música clássica e a chorar.

Felizmente a minha Avó viveu mais 30 anos connosco.  Também era uma pessoa muito especial. Não perdi tudo.

Ficaria aqui a escrever sobre o meu Avô durante horas....mas a memória dói. Dói mesmo muito. Só se sabe quem se perdeu verdadeiramente....muitos anos depois.


domingo, 29 de setembro de 2013

Gostosuras

Hoje estava deprimida por várias razões: o tempo cinzentão, as eleições e o paleio inerente, o facto de o meu filho ir de novo por essa estrada fora até S. Joao debaixo de chuva ( sempre tive horror às viagens de carro com mau tempo e tivémos uma vez um acidente em cadeia depois do Natal que me traumatizou a sério, embora não houvesse feridos), a perspectiva de ser operada daqui a uma semana, não sei que mais....estava mesmo em baixo.

Resolvi então ir para a cozinha, pois dizem os psicólogos que ajuda em casos de depressão.

A verdade é que passei umas duas horas a fazer geleia de marmelo ( com pedacinhos dentro que é como gosto e depois, com a minha filha, fizémos um vol-au-vent de camarão para o jantar, que ficou uma delícia ( modéstia aparte). A massa é congelada e os camarões também, mas são de óptima qualidade e o bechamel ficou supersaboroso.

lembrei-me da minha Mãe enquanto fazia a geleia, ela que adorava ter aquele armário cor de laranja muito estreitinho que em tempos servira de farmácia, cheio de compotas caseiras para os filhos e netos se regalarem.

Não sei onde foi que comecei a comer a geleia com castanhas, é um dos meus pitéus outonais preferidos.

A cozinha ficou um pouco desarrumada e pegajosa com a geleia, mas amanhã a minha empregada fará o favor de me limpar a banca e fogão...

Agora vou ver as eleições...quem me dera que as previsões no Porto saissem goradas....era a cereja em cima do bolo...ou do vol-au-vent :))

Domingos sem missa

Não gosto de domingos, e ainda menos de eleições.

Nunca gostei deles, mas agora ainda menos. São dias cinzentos, em que não apetece sair à rua, as lojas estão fechadas ( embora isso não me preocupe nada), não há autocarros se não de meia em meia hora, os programas resumem-se a futebol e politica rasteira, há sonolência no ar e sinto uma certa solidão.

Poderia ir almoçar com a família, mas acho que filhos e netos devem ter o seu espaço e nunca gostei de impôr a minha presença quando não me convidam...
Ontem passei grande parte do dia com o meu filho mais novo e foi maravilhoso. Hoje estou sozinha.

Está um dia triste, uma chuva miúda, irritante, um ventinho de oeste a dizer que os chapéus de chuva vão ainda ser necessários por mais algum tempo.



Pensei em ir votar, mas não creio que o vá fazer. Pura e simplesmente estou farta da política e não acredito em ninguém, nem me apetece dar voto a ninguém. Nem sequer acho que o voto branco mereça o trabalho de sair de casa e descer a rua do Campo Alegre para a tornar a subir.....dez minutos depois.
Não devia dizer isto, mas quero que toda esta gente se lixe.

Espero que o meu neto não leia isto e não pense que sou uma cota ranzinza..

A verdade é que há quarenta anos que voto e só umas duas vezes não o fiz já nem sei por que razão.

Mas nunca estive tão deprimida em relação à política como agora.
Em geral, acreditava ou esperava algo daqueles em quem votava. Hoje não espero nada....sei que nada se modificará, que tudo será como era e se assim for até nem estamos mal....

Pode ser que se o sol vier, ainda me anime a ir até o botânico respirar a humidade e o odor das plantas repletas de gotinhas de água. Para já, só me apetece olhar lá para fora sem ver nada de nada.....

sábado, 28 de setembro de 2013

E o temporal chegou


Que noite....assustadora, mas empolgante.

Quando estou em casa, vibro com os relâmpagos a cruzar os céus e o ribombar dos trovões , mesmo por cima das nossas cabeças, num acto quase simultâneo de fúria da natureza, vingando-se da secura e da mornice dos dias de verão.

Ontem foi quase uma tempestade de verão, afinal, pois as temperaturas mantiveram-se
 altas e o vento quase tropical. Lembro-me de que isto aconteceu quando o meu filho mais velho nasceu, caíu um temporal impiedoso em Coimbra e o meu ex- teve de ir buscar a Mãe ao Porto, chovia que Deus a dava.

Gosto de olhar para as plantas lá fora, parecem ter ido a uma sessão de lifting e de cosmética, tal é a sua cor e vivacidade. Os verdes, que agora já começam a acastanhar, tornam-se mais brilhantes e sedutores.

Só não gosto do céu cinzento de manhã à noite, mas as nuvens em castelos de cinzento azulado, espelhando-se no rio, são sempre tudo menos banais. E depois há as poças e pocinhas, que reflectem tudo à sua volta, há a dança dos chapéus de chuva singing in the rain.....

A cidade do Porto coaduna-se bem com o mau tempo.
Não fica mais triste, fica mais acolhedora e íntima.
Não precisa de pavonear-se como Lisboa ao sol,  dela espera-se o calor do conforto, das gentes, dos restaurantes, dos recantos rurais, dos bares e das lojas com oferta generosa. O Porto é uma cidade de inverno, cheia de eventos que escasseiam no verão. Todos os fins de semana há concertos, exposições, lojas novas, locais interessantes, jovens universitários que animam a cidade.

E depois há as vistas da cidade, quais delas mais belas. Os sites abundam no Facebook e as fotos são incríveis, como é incrível este lugar.



É bom viver no Porto. Com chuva ou sem ela...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Trabalhar em equipa?


Nunca gostei muito do trabalho em equipa ou de grupo.

Não é "a minha praia" , como soi agora dizer-se.

Aborrece-me temporizar,  esperar, pactuar, modificar, tolerar, admitir, consensualizar e outros verbos assim.

Devo ser demasiado segura de mim ou demasiado diferente dos outros. Os meus filhos saem a mim, sempre detestaram trabalhar em grupo. Um deles descartou-se pela vida que escolheu, o outro não tem outro remédio se não entrar no jogo, embora moderadamente.

Admiro sempre os trabalhos melhores que o meu, aprecio-os, elogio-os,  mas não gosto que interfiram naquilo que eu faço. Gosto de ser a única responsável.

É um defeito enorme, reconheço, que tem pautado toda a minha profissão. Infelizmente, aguentei esse "regime" durante toda a minha vida profissional. Dei aulas em grupo, preparei cursos em grupo, critiquei aulas em grupo, fiz projectos em grupo, organizei n coisas na escola em grupo. Sempre, mais ou menos contrariada.

Em tempos, odiava que me obrigassem a trabalhar em grupo nas acções de formação ( poucas que fiz) e acabava por ser eu a fazer quase tudo. Preferia ter o trabalho de fazer do que gerir o trabalho dos outros.

Este é o último ano em que vou trabalhar para a editora. Estou naquela fase em já quase nada me interessa, dado que os valores comerciais são sempre sobrevalorizados em detrimento da verdadeira missão que nos leva a escrever manuais escolares.

O tempo é escasso, a pressão é muita e mesmo quando há momentos de alegria comum, tudo parece muito artificial e nada chega....

Lembro-me do tempo em que esta tarefa era mesmo árdua, mas o ambiente de trabalho fantástico, não tínhamos a editora a vigiar cada um dos nossos passos e a determinar o que... e como fazer. Cheguei a um ponto em que me me sinto watched por um Big Brother quase 24 horas por dia!!!


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Há dias elásticos


Hoje a minha manhã rendeu-me quase quatro horas, embora só tenha saído às 10.

Tinha uma consulta marcada para o meu ortopedista na Boavista e fui de autocarro - o 504, que vai para a Casa da Música . Desci junto ao cemitério de Agramonte e aproveitei para beber um pingo no Buondi, um dos cafés que mais aprecio na Rotunda. Comi um éclair pequenino que me soube bem, pois nada tinha comido em casa. Aproveitei para recarregar os meus títulos de transportes, que já estavam a acabar. Atravessei a Brasília - quem o viu e quem vê aquele shopping, o primeiro da cidade, onde tanto gostava de ir com os meus filhos!


Ás 10.45 estava no consultório onde ainda esperei uns 15 m. O veredicto foi implacável. Terei de ser operada ao joelho quanto antes - ou seja no dia 7 de Outubro - para raspar duas calcificações que me estão progressivamente e impedir a movimentação da rótula e das articulações, provocando atrofia e incapacidade de "esticar" a perna plenamente. Tudo isso afecta a coluna e os ossos todos, causando dores e mal estar ( eu sei!!!).
Mas pelo menos tenho a certeza de que não vou esticar o pernil de vez!!!

Para a operação tinha de fazer um electrocardiograma - que fiz logo a seguir em menos de meia hora nos HPP - e análises que farei amanhã.
Despachei-me de tudo isto e resolvi telefonar ao supermercado Froiz para ver se me poderiam trazer as compras ainda hoje se eu lá fosse pelas 13 horas. Ficou tudo combinado para as 4.30. Mas ainda dava tempo de ir à ZON, onde queria cancelar a conta do apartamento do meu filho, que estava em meu nome. A ZON estava vazia, a menina era uma simpatia e ficou tudo arrumado, de modo a que não haja desperdício.
Fui então logo ao Froiz e comprei as provisões do mês, tinha o frigorífico e os armários vazios e neste momento até dá gosto olhar para eles:))). Às 4.30 estava aqui tudo na minha cozinha ( desculpem a publicidade...mas este serviço é mesmo *****).

Ainda fui comer uma sopinha à Livraria Leitura, onde folheei o livro de Luis Portela, pessoa que muito admiro, sobre os valores da vida. Interessante.


Cheguei muito cansada a casa, chovia a potes ( bendita chuva, que saudades!) ; estava feliz por ter conseguido fazer tanta coisa numa manhã....às vezes, parece que só o facto de estar a projectar uma viagem à Austrália em Junho com o meu filho me dá asas ...como aquele anúncio do Red Bull  ...

Happiness is looking forward to....foi sempre o meu lema...