sexta-feira, 24 de maio de 2013

Feira do Livro

Sempre adorei ir à Feira do Livro, desde miúda com o meu Avô, que me comprava um livro dos Cinco, comentando que era demasiado barato (13$00) e depois me oferecia um gelado no Casulo, até depois, mais tarde, nos tempos da universidade, em que conseguia pechinchas literárias em inglês ou francês por 2$50.
Gostava da Feira na Avenida da Liberdade, pertinho do Goethe Institut , onde andei durante três anos e que ficava por cima da Smarta ( ainda existe?), antes de passar para o Campo Santana.
Percorria aquela avenida para cima e para baixo e ficava feliz.

Depois de vir para o Porto, não perdia uma feira, quer chovesse, quer fizesse sol. Dantes era na Rotunda da Boavista, onde os meus filhos adoravam ir brincar, subir à estátua ou sentar-se na relva a folhear os novos livros. Ir à Feira era uma paródia, antes do S. João. Comprava livros para eles e muitos de BD para o meu ex-, que era um apaixonado do Corto Maltese ou BD belga e francesa. Não comprava muitos para mim, pois havia poucos em inglês e preferia ir à Livraria Britânica apetrechar-me.
Mais tarde a Feira passou para dentro de portas no Palácio. Confesso que senti a mudança, fechar os livros num local tão abafado foi um erro. Depressa mudou para os Aliados, onde fui umas duas vezes, sem grande entusiasmo.

Este ano resolveram não organizar a Feira. Pelos vistos os editores preferem os leitores de Lisboa, os outros não merecem tal.
Não me conformo e como vai haver uma feirinha simbólica num sítio adequado, convido-vos a irem lá. Pode ser que haja mais escolha!!


12 comentários:

  1. Bom dia Virgínia!
    Apercebo-me dessa polémica de não se fazer a Feira do Livro no Porto através de um amigo nas redes sociais. Também fiquei a saber que se realiza há 80 anos na Invicta, o que para mim foi uma surpresa. Ainda não entendi as razões do seu cancelamento.Só sei que existem guerrinhas entre editoras e escritores na luta pelos espaços:quem fica com o lugar X e Y, quais os autores dos livros que ficam ao lado de quem...O ano passado fui informada desses pormenores, que me espantou e foi mencionado por uma escritora portuguesa.
    Beijinhos.

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  2. É uma vergonha e sinto que se foi por guerrinhas estúpidas, as editoras ficarão a perder. Eu não porque não é por 10% de desconto que deixo de comprar um livro que pretendo. A visibilidade que a Feira dá aos livros e autores é que lhes vai fazer mossa, penso eu. Mas sei que não se realizará, pelo menos foi o que me disseram na Leitura e na pp editora para a qual trabalho.

    O que vale é que há por aí muito alfarrabista, é só procurar....

    Bjo

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  3. Também tenho óptimas memórias da Feira do Livro da minha infância, na Av. da Liberdade e dos passeios à noite, a pé para ir ver e comprara os livros naquelas barraquinhas pintadas de amarelo, a anunciar a chegada do Verão e das férias grandes.

    É ridículo o que se está a passar no Porto este ano e é sobretudo lamentável para a cidade, o país e todos os que, como nós, gostam de livros, do cheiro e do toque do papel e dos mundos para onde eles nos levam.

    E como diz o interesse da Feira não está tanto no desconto que ela proporciona, mas na festa que ela significa.


    Beijinho (e bom fim de semana de sol!!!)

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    1. Também me acostumei à Feira dp Livro e por isso sinto a falta. No meu blogue coloquei uma outra sugestão para além da tua. A livraria Poetria também organiza uma feira do livro e como é muito perto da Praça dos Leões, quem for visitar uma pode aproveitar para visitar a outra.
      Bjs
      Regina

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    2. Obrigada, Regina.

      E o teu livro estará lá???

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  4. Já li que foi por falta de verbas que cancelaram a feira, o que acho absolutamente incrível. Há verbas para os fogos de artifício ridiculamente nouveau riche no S. João e na passagem do ano, há dinheiro para todas as feiras locais e não há para uma cultural??

    Grrrrrr!!

    desculpe, Isabel, não é consigo!!

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  5. Por tudo Virgínia, as feiras do livro nunca deveriam morrer...

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  6. A do Porto existia há 86 anos. É um crime acabar com estas tradições e manter corridas de carros ou outros eventos que não são nada tradicionais e em que se gastam balúrdios.

    Bom Domingo!

    Bjo

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  7. Eu sempre gostei da Feira do Livro, especialmente ao ar livre, como ultimamente na Avenida dos Aliados.É um crime cancelá-la. A primeira recordação que tenho da Feira do Livro, que era ainda na Praça da Liberdade, foi ter lá ido sozinha(era ainda muito,muito nova)comprar, com um dinheirito que uma tia me deu, um livro que o meu Pai, grande republicano, não se cansava de elogiar e dizer alguns dos seus poemas que tinha decorado. Esse livro foi "A velhice do Padre Eterno" de Guerra Junqueiro.
    Estas recordações perduram e ajudam a construir a nossa personalidade.

    Um beijo.

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  8. Atrás de uma aparente grandeza da Cultura escondem-se interesses egoístas económicos. Parece que não, mas a Cultura dá dinheiro e ninguém quer perdê-lo. Daí tanto subsídio reclamado. Um Crime!

    Beijos,

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  9. E eu não sei????

    Trabalho para uma editora que deve ser das maiores do país. Sei bem o que a casa gasta e como se processam as coisas.....agora tornou-se editora de romances e outros géneros e não há fome que não dê em fartura. É tudo bestsellers....mas até o MEC publicou o livro com eles. Engolem as pequenas editoras que vão desaparecendo a pouco e pouco. Mesmo assim pasmo como os livros se vendem.

    O do MEC desiludiu-me bastante....tem alguma prosa que pessoalmente me irrita, tem outros pedaços geniais. É muito irregular....

    Bjo

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