sexta-feira, 10 de maio de 2013

Música sublime - Dimitri Shostakovitch

Há compositores que são um pouco incompreendidos no panorama musical do mainstream clássico e que raras vezes são tocados em público, apesar da sua genialidade e produção avultada.

Refiro-me a compositores muitas vezes repudiados pelos concert-goers, que preferem ouvir Beethoven, Rachmaninov, Schubert ou Chopin, para não falar do superstar Mozart e do celestial Bach.
Compositores como Saint-Saens ( genial, na minha opinião) Bela BartokRavelStravinsky, Prokofiev, Shostakovitch e mesmo os nórdicos Nielsen e Sibelius são preteridos em favor dos "clássicos entre os clássicos", para assegurar a venda de bilhetes e para que as salas se encham.


Foto do blogue - Musica: Dom ou Deus?



Descobri muitos destes compositores e obras através de discos, mais do que pela audição ao vivo. Conheci alguns através de filmes e séries como Mahler, Elgar,  ou mesmo Purcell. Ouvi-los depois ao vivo foi um prazer inolvidável.

Ultimamente, recorro ao Mezzo ou Brava para diversificar aquilo que oiço e felizmente, muitas peças agradam-me ao ouvido, levam-me a procurar outras dos mesmos compositores e a aprender a ouvir composições desconhecidas, muitas delas geniais , mas ignoradas pelo grande público.

Tenho por certo que a repetição no ouvido é essencial para que a música nos apaixone, seja ela ligeira ou clássica. Por alguma razão, as rádios tocam sempre as mesmas modinhas até elas se entranharem na nossa pele.
Tenho um amigo que carrega no rewind mais de dez vezes quando ouve uma canção pela primeira vez e  gosta dela. Houve momentos em que era capaz de ouvir um concerto de Mozart ou peças de Chopin mais de uma vez por dia.

Mas não exageremos.

É belo descobrirmos que há muito mais música do que aquela que nos é dada conhecer...a música é um mundo. Como o cosmos e as galáxias....é um universo...que às vezes está só ao alcance dum clique.

 Como este andante do Concerto nº 2 para piano de Shostakovitch, adaptado para o filme que vou ver este fim de semana, do meu querido Terence Malik,  A Essência do Amor, que, para variar, tem péssimas críticas do Público.
Mais uma razão para o ir ver.

Oiçam este concerto e.... voltem a ouvir....não custa nada...


4 comentários:

  1. Texto muito pertinente e acutilante: a música é um mundo imenso, haja vontade de o descobrir, desbravar e contemplar!

    (Também quero ver esse filme, ou pelo menos vou tentar vê-lo)

    Bjos,

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  2. Na impossibilidade de desbravar terrenos mais telúricos e sólidos, tento não estupidificar de todo neste país que me faz asco por vezes. Hoje 42.000 estarão no Dragão a pagar mais de 20 euros ( foi o que paguei na Choupana) para ver um jogo de futebol, que por muito bom que seja, não será o fim do mundo....e que se pode ver na TV.

    Já puz a minha crítica do filme...deixou-me melancólica, devo dizer....até o falar dos desenhos animados que o meu neto está a ver me incomoda.....

    Bjos

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  3. Uma das razões porque eu gosto tanto da blogosfera é por tudo o que vou aprendendo nos "meus" blogues, pelas descobertas extraordinárias a que nunca chegaria sozinha.

    Beijinho

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  4. Sim, a blogoesfera é muito mais interessante do que o FB, que não passa dum café, onde as pessoas se cruzam.

    Não tenho muitos blogues favoritos, na realidade sou bastante parca nas minhas escolhas. Tb as vezes não me apetece dizer nada sobre o que leio, talvez

    porque não passa de banalidades. E há algo que detesto, é a bajulação e o elogio. Prefiro a sinceridade acima de tudo. Bjo

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