sábado, 11 de maio de 2013

To the wonder de Terrence Malick


Acabei de o ver.

Hesito entre escrever impetuosamente "Adorei " e  racionalizar: " tudo isto não chega para se fazer um filme".

É nesta antítese que me coloco.

Mais um filme de Terrence Malick - o realizador de The Thin Red Line ( para mim o melhor filme de guerra que jamais vi).

Filme que é quase só contemplação, monólogo interior, imagens diacrónicas de vidas aparentemente vazias. Ânsia de encontrar respostas, sensação de paraplegia mental, imagem que já usei no meu comentário a uma entrada dum blogue muito especial. O que é liberdade?

Não há história, nem sinopse, nem resumo. Não há enredo, quase não há personagens.
Há pedaços de vida, résteas de sentimentos, sofrimento calado e.... a Natureza em todo o seu esplendor.  E há a música.

Filme credível no que respeita o amor... paixão que queima mas que arrefece e nos deixa frios e vazios mais tarde ou mais cedo.
Impossibilidade humana de compromisso, de apprivoisement, claustrofobia quase permanente.



Fui a última a sair do cinema e como sempre, verifiquei que um centro comercial "é um lugar estranho". Famílias inteiras procuram evasão, mas ela não está ali.

Fugi imediatamente "to the wonder". Onde quer que ela esteja.


6 comentários:

  1. Também vi, Virgínia. Acabei de "postar" sobre ele. Diria que não gostei. Ou que não gostei completamente. Mas é um filme que perturba e incomoda. E que tem imagens belíssimas. E que faz pensar...

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  2. É um filme que fica connosco muito tempo depois de sairmos da sala de cinema.

    A música é belíssima e as imagens são como um ballet....

    Bjos

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  3. Ainda não vi, e não sei se vou ver, Virgínia. Sou (era?) incondicional do Malik, mas parece que desta vez ele não atinou e fez mesmo um filme vazio e lamechas.

    Devia dar o benefício da dúvida, mas não me puxa nada :(
    Prefiro rever o Lawrence logo que possa.

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  4. O filme não acrescenta nada sobre o talento de Malick, creio eu, e é um flme nitidamente para o sexo feminino, não me parece que os homens tenham pachorra para cenas destas.:))

    Vi a apresentação do Lawrence, mas não me apeteceu rever o deserto, depois de o ter visto ao vivo no Egipto e na Tunísia:)
    Lembro-me que quando saí do Monumental depois de o ver, me parecia ter poeira nos olhos e as costas tortas de andar de camelo. Mas o Peter O'Toole era cá um "pão"!Aqueles olhos penetravam-nos...

    Abº

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  5. Eu saí do Trindade, saudoso Trindade, e comprei logo um bilhete para o dia seguinte. Acho que o vi 3 vezes de seguida, uma delas com os meus pais. Durante dias não se falava de outra coisa...

    Revi-o nos meus 30 e tal em Viana, projecção medíocre, e saí de lá aturdido, mas que grande filme, que obra monumental ( artisticamente).
    Depois, só em DVD :(

    Não gosto do deserto, só fui a África / Marrocos uma vez e disse nunca mais. Mas ali as areias são um personagem de ficção, as roupas são traje de teatro. Que grande encenação.

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  6. Foi no Trindade que vi um dos melhores filmes da minha vida, esse seria capaz de ver tres vezes na mesma semana: Amadeus. Saí de lá paralysed, quase não conseguia olhar para as pessoas normais!!

    E Na Casa das Artes vi outro que me arrasou: O Piano. Deus meu! Já não se fazem filmes assim.....:))

    Eu adorei o deserto, apesar do calor......é ainda mais temível que o mar em dia de fúria!!

    A sua ária de Rossini tb me encantou e ouvi duas vezes!! Aliás vi o Barbieri há pouco tempo no Mezzo, numa encenação moderna giríssima.

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