quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A inacção

Há muito que não me sentia tão tolhida de movimentos. Custa-me a fazer tudo e agora percebo porque é que dantes se ficava na clínica durante uma semana depois das operações.
Em casa, temos a tendência a mostrar ( a quem?) que não somos piegas, que possuímos uma enorme coragem, que ainda estamos aqui para as curvas, que a velhice pode esperar e que o Céu é bom, mas é para os outros...nada de mais errado.

Há três dias que não saio de casa e mesmo assim, tenho feito tudo o que posso, desde regar as plantas até despendurar a roupa, tirar louça da máquina, arrumar o quarto, etc. Só tenho empregada 4 horas por semana e estou habituada a repartir tarefas com a minha filha. Ela não se apercebe muito bem quão mal eu estou, as dores que tenho ou o sacrifício que faço em me mover, as minhas dores não são forçosamente as dela, mas não levo a mal. Quando tinha a idade dela também não compreendia porque é que a minha Avó tinha tanta dificuldade em se levantar da cadeira e porque usava a
bengala para apanhar as coisas que lhe caíam do colo. Muito sofreu ela com reumatismo, às vezes penso se vou ficar assim até aos 93 anos!! Oh, no!!



O que me vale é o computador e a Internet. Nunca pensei que me fizesse tanto jeito e passo horas com ele no meu colo ( por isso se chama laptop) a trabalhar para o projecto, a pesquisar, a ler emails, a conversar no FB ou a ver alguma série que descarreguei. Já vi os dois episódios de Segurança Nacional ( Homeland), tenho três de Downton Abbey para ver, já vi dois de Parenthood, tudo em inglês. Adoro poder descarregar o que quero e ouvir a música que me apetece. Hoje em dia já nem vale a pena ter leitores de CD. Este meu laptop liga-se ao plasma e pode-se ver tudo na TV, embora eu prefira ver no ecran do pc.
Música prefiro ouvir pelo iPod a não ser que seja a do Mezzo ou Brava.

Quem imaginaria, há 20 anos, que hoje até se poderia convalescer duma operação sem tédio, nem depressão?

Se não houvesse dores, então, era o paraíso....

4 comentários:

  1. Compreendo perfeitamente como se sente, eu também me sentiria aborrecido se não pudesse ir à rua ou brincar com os amigos. Penso que a Luísa também se apercebe como está. Grandes melhoras, Daniel

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  2. Pois é, só nos damos conta da impossibilidade de sair quando não o podemos fazer. Aproveita a tua idade para brincares nos tempos livres, andar de bicicleta, passear, ver coisas bonitas, pois mais tarde há cada vez menos tempo para isso.

    Gosto muiot de estar contigo também quando vens sozinho e posso tratar-te bem, fazer panquecas, rir ou ver filmes. Conversar também é bom....:)

    Bjinhos

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  3. Mas as dores passarão, Virgínia, e o seu interesse pela vida e pelo belo continuam. E isso é muito bom porque a vida sem interesses seria uma monotonia. Vai ver que quando menos contar já anda por aí a tirar as suas belas fotografias. Desejo-lhe muito umas rápidas melhoras.
    Um beijo.

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  4. Obrigada, Graciete.

    Esta semana vai haver um passeio no Douro com a Vivacidade e tenho muita pena de não ir, mas não me sinto com coragem ainda para grandes vôos.

    Bom fim de semana!
    Bjinho

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