quarta-feira, 16 de outubro de 2013

All work and no play makes Jack a dull boy

Dizem os ingleses que só trabalho e nenhuma distracção fazem do João um chatarrão!! ( tradução livre)

Estive a ver um daqueles programas americanos de transformação de casas por solidariedade, colaboração de uma comunidade, horas de trabalho que não são pagas, famílias com problemas que se tornam famílias felizes, tudo num American Dream, meio piroso, meio consolador e esperançoso num mundo melhor.
Como sabemos que há milhões de pessoas no mundo que precisariam de ajuda e não a têm, ficamos perplexos sem saber se havemos de dar graças a Deus porque alguns conseguem o milagre de mudar as suas vidas e superar as suas adversidades ou se devemos perguntar ao mundo o que deve fazer por todos os outros que nada têm e nem futuro para onde olhar.

O programa de Inglês do 11º ano é pesado, os temas têm todos a ver com problemas sérios: multiculturalismo; trabalho ( e a falta dele); consumismo; ambiente.

Acabámos ontem de escrever o manual propriamente dito e sinto que nele extravazámos o nosso desejo de que o mundo melhore, quer na escolha dos textos, quer nas atividades propostas, quer nas sugestões de projectos a levar a cabo pelos alunos.
Sem querer ser paternalistas, procurámos dar uma imagem do mundo positiva, que ajude os alunos a pensar mais fundo nestes problemas que assolam a sociedade. Não sei se conseguimos os nossos objectivos , mas tentar não custa.
Ainda temos muito que fazer pois um projecto não se resume ao livro do aluno, ainda há muitos outros elementos a acrescentar, por vezes ainda mais trabalhosos e criativos. Mas o principal está feito....

Tenho estado em casa, quase sem sair à rua, até porque chove e tenho medo de escorregar....estou um pouco temerosa, embora me sinta bem melhor. Ainda não ando bem, ainda me doi o joelho, não consigo estar de pé muito tempo, mas acho que melhorei a performance. Oxalá daqui para a frente seja só melhorar ainda mais. Trabalhar é uma benção neste caso, pois distraio-me e nem me faz falta sair e ver coisas. A casa está cosy, sinto-me aqui bem, a minha filha aparece quando lhe apetece, traz jantar, coisas do supermercado e faz companhia no seu modo calmo e silencioso.

Graças a Deus, tenho um sustento e um lar, mesmo que para o mês que vem já vá receber menos da minha pensão. Sou uma felizarda.

2 comentários:

  1. Ninguém devia precisar de caridade. Mas para todos se impõe a justiça.

    Um abraço com o desejo de que continue a melhorar.

    ResponderEliminar
  2. Sem dúvida.....mas o trabalho comunitário é muito importante e no nosso país se há uma catástrofe ( como nos Estados Unidos), fica tudo à espera do Estado salvador para indemnizar as vítimas, como se o Estado não fôssemos nós que com o nosso empenho podemos fazer milagres. O trabalho cívico quase não existe em Portugal....
    Bjo

    ResponderEliminar