sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Hoje é Carnaval

Esta palavra Carnaval é um pouco ambivalente para mim.


Tenho memórias maravilhosas de carnavais da minha infância, em que brincávamos com serpentinas dias e dias, lançávamo-las da varanda para o jardim e prendiamo-las nas plantas, de modo que elas ficavam dias e dias a tremelejar com o vento, acabando todas encharcadas na relva para nossa tristeza. Também fazíamos harmónios de serpentinas de todas as cores, enormes....

Não me lembro de me fantasiar de nada em miúda, talvez porque não apreciasse muito as festas de Carnaval.

Na adolescência, lembro-me de belos Carnavais com festas dançantes em que nos divertíamos muito e sobretudo arranjávamos pares já mais interessantes. Numa dessas festas comecei o meu primeiro namoro,  ao som de Aznavour, que durou apenas sete meses, mas que me marcou muito, dado que eu estava convencida de que ia durar para toda a vida....o desgosto foi proporcional à paixão....e nunca mais namorei até encontrar o meu ex- dois anos depois.

Passei um Carnaval em Veneza com o meu filho. Já aqui contei como foi essa viagem relâmpago de Munique para o Allgau e daí para Veneza por campos brancos de neve infindáveis. Uma maravilha que nunca mais esquecerei. Veneza com as máscaras, as luzes, as gondolas, pareceram-me algo de surreal.

Hoje fui ao baú buscar uma casaca de sec XVIII que tinha aqui. Era do espólio do liceu e em tempos mascarara o meu filho Zé com ela. De cabeleira branca e calças de cetim, o rapaz ficou lindíssimo.
Hoje, vinte e tal anos depois, repetiu-se a cena com o meu neto Daniel, que embora mais novo, já tem corpo para se vestir a preceito. Ficou muito patusco e não resisto a pôr aqui a sua foto. É um
Mozart sorridente, risonho como no Amadeus!

Há pouco, apesar disso, disse-me que não gostava do Carnaval e que a manhã na escola tinha sido uma "seca". Lembrei-me do seu pai, que fui encontrar lavado em lágrimas no jardim infantil num célebre Carnaval em que foi vestido de palhaço com um pijama meu....e sofreu horrores por causa dos outros colegas...

Forçar o divertimento nunca foi a "minha praia"... sempre gostei de improvisações - mesmo nas aulas - mas não de obrigações.

E já agora podiam passar o entrudo para a 6ª feira, pois é nesse dia que todos os miudos se fantasiam "à séria"!!

4 comentários:

  1. Dos carnavais só tenho estas recordações. As feijoadas que fazia cá em casa com os meus filhos e netos e de um outro, já distante, em que fui com os meus filhos a uma festinha, no Vale Formoso, e em que à minha filha Olga saiu um "chorão" num sorteio. Foi uma alegria.
    Um beijo.

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  2. Em Lisboa não havia comida típica do Carnaval. O que havia era brincadeira pois eramos muitos e gostávamos de nos mascarar até com roupa da minha mãe, saltos altos, chapéus, etc. Mas não gastávamos dinheiro nenhum, a não ser nas serpentinas. AS minha mãe odiava os papelinhos e as bisnagas!!
    Bom fim de semana sem chuva :)....tenho o meu filho aqui, que bom!!

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  3. Voltei a ler o seu post e não posso deixar de acrescentar este comentário. O seu neto é um autêntico Mozart. E como ele está crescido!!! Ainda me lembro dele, um menino tão pequenino a tocar violino, tão bem.Parabéns ao seu lindo neto.
    Um beijo e algum Sol. Mas parece que não vamos ter muita sorte.

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  4. Obrigada, Graciete.
    O meu neto parece mais velho do que é, tem só dez anos, mas já lhe deram 12 e as roupas têm todas de ser compradas dois numeros acima!! Ele fica muito bem com a vestimenta :)
    Bjinhos e bom Carnaval!

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