domingo, 8 de fevereiro de 2015

Silhuetas e contra luzes

É um dos fascínios dos verdadeiros fotógrafos: fotografia contra-luz.

Agora no inverno, é mais fácil conseguir efeitos extraordinários, dado que as árvores estão despidas e os troncos são verdadeiras esculturas erguendo-se para o céu. Do mesmo modo, os pores do sol tornam-se mais visíveis às horas em que podemos andar nas ruas ou perto do mar.


Este ano tenho visto no Facebook fotografias incríveis de pores do sol no Douro, mas não gosto de as reproduzir aqui sem autorização dos autores.

Em tempos, fiz uma exposição de fotografia no Vivacidade a que chamei Jogos de Luz. Todas as fotos eram a preto e branco do mesmo tamanho e a contraluz. Essas fotos estão no meu atelier em três paredes e formam um recanto que considero mesmo artístico.

Entretanto aderi ao grupo Silhouette Art Photo e já fui seleccionada inúmeras vezes para o TOP, que inclui as melhores do dia ou dum determinado tema. Ficam aqui algumas dessas colagens e as minhas "galardoadas" e não galardoadas. Não me canso de fazer experiências.


E para terminar um poema que encontrei no blog Cosmopolitan.com e que é apropriado ao tema:

Contraluz

Eu sou o verso que vaga perdido
inerte dentro de um sonho tardio,
sou a saudade que me tem esquecido,
sou o poetar da dor que não alivio ...


Sou o poema que lanço ao infinito
na oprimida poesia que julgo conhecer,
sou quem na noite desperta aflito
agonizando no versejar sem se caber ...

Sou angústias que exponho ao destino
no horizonte inóspito do meu pranto,
sou a lucidez contida em cada desatino,
sou a ternura derramada no acalanto ...

Sou um profeta estranho ao futuro
trilhando desertos em caminhos sem guia,
sou a contraluz de um coração escuro,
sou o prelúdio do amor rimado à revelia ...

Sou a fratura exposta da face discreta
na peregrinação em busca da licença poética,
eu sou o sangue esvaindo da ferida secreta,
eu sou o orgasmo da minha poesia frenética ...

Sou a poética que ao crepúsculo reconheço
exilada no mais profundo porão do meu ser,
sou todo o sentimento que em vão ofereço,
sou o poeta que, enfim ... vai desaparecer ...

Jean Paul Lopes



9 comentários:

  1. Não sou a pessoa indicada para avaliar fotos. Nem pouco mais ou menos.Mas as suas inspiram-me tanta vida , estética e beleza que é sempre um gosto vê-las. Gostar do que se faz e ser compensado por isto dá incentivo para não parar...Assim seja! Beijinhos.

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  2. Se me tirassem a máquina creio que ficava deprimida. Adoro fotografar, sobretudo coisas, pormenores, edifícios , árvores, o mar, etc. Não tanto pessoas :). A minha Luisa é super fotogênica e dá-me gosto tirar-lhe fotos, tenho muitas. Nunca fiz curso nenhum, é tudo instinto e muita observação de fotos doutros. Há sete anos que pertenço a grupos e isso tb inspira e ensina. Uma boa semana, Mada!

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  3. Que maravilha de post, Virgínia !
    Sim, o contra-luz até acaba por dar uma "dimensão" mágica à realidade fotografada, quando quem assim verdadeiramente o sabe fazer.
    E um mimo, a sua foto in "the best of Minimalism" !
    Mas as árvores é como diz, verdadeiras esculturas e lindíssimas, como essa esplêndida foto, tendo esse céu por fundo.
    Uma beleza também, essa silhueta do banco e sua sombra no verde.
    Parabéns, Vírginia !
    Beijinho.

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    1. Muito obrigada, Manuela. Sabe que é sempre bom ter feedback dos meus posts? Dá-me inspiração para escrever mais e mostrar o que gosto, o que faço, o que sinto. Ainda bem que aprecia a arte porque isto é mesmo uma paixão.
      Beijinho para si e para a Manuela E.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Parabéns pelo seu "conseguimento" na arte da fotografia!
    P.s. " conseguimento" deve ter sido mesmo a melhor tradução que a Presidente da Assembleia da Républica conseguiu para a palavra inglesa " achievement"!!

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  6. Obrigada, Dalma. Gosto da palavra achievement. Rima com fulfilment! :)

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  7. Fantásticas. Mais palavras para quê?
    Ab
    Regina

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    1. Não poupes nas palavras, Regina. Até podes responder em verso! :)

      Bjinhos

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