domingo, 19 de abril de 2015

Experiências únicas

Já vim mais de dez vezes a Leeds, umas por necessidade, outras por prazer, outras por urgência.
Nunca senti esta Paz, uma felicidade sem limites.
Departamento da Universidade com jardim florido

Nunca estive tão feliz com a minha filha, com quem partilho e partilharei momentos sublimes.


É difícil descrever o que fazemos - e terá interesse? - é mais importante assimilar e viver em pleno todos os minutos e segundos desta partilha mútua, procurando que para lá das imagens, fique a memória.

Desde 4ª feira que tenho passado por estados de alma diversos, desde algum cansaço à chegada até à
contemplação de paisagens que revelam qual bela é a Terra e este país em especial.


Não são só os cenários, são - e muito - as pessoas, que cada vez aprecio mais aqui no West Yorkshire. Dizem que os portugueses são corteses, aqui as pessoas são duma simpatia incomparavel, ternurentos mesmo, prestáveis, sorridentes e duma afabilidade contida.

os Moors
A mistura de raças é indescritível com predominância de asiáticos, indianos e paquistaneses com quem me sinto em casa. Os meus genes comunicam com os deles.
Famílias inteiras de imigrantes já integrados, muitas crianças nos seus carrinhos de bébé, ao colo dos pais, à mesa dos restaurantes,  nas lojas, sorridentes e satisfeitos. Não se vê miséria, nem gente a pedir. Todos parecem mais ou menos contentes com a vida e alguns já pertencem à 4ª geração de imigrantes, como o chofer que nos conduziu à terra das Brontés anteontem à tarde e nos mostrou toda a região.

Come-se bem em Leeds, pois há restaurantes porta sim, porta não aqui no centro, com toda a espécie de gastronomia. Mesmo ao lado do hotel fica o Red Hot, que oferece um buffet de 27 países diferentes, com mais de cem pratos e acepipes à escolha....uma tentação que só acaba porque o estômago não aguenta mais.  Hoje experimentámos uma Steak House, Casa dos Bifes, onde nos deliciámos com um naco grelhado - tipo posta à Mirandesa com cebola frita, puré de batata, molho de cogumelos e uma alface cortada tipo couve cheia de um molho delicioso. Ainda bebemos um copo de cidra, que parecia o nosso vinho verde adamado.
Ao almoço, como sempre uma sopa - há muitas e variadas - com pão. Tenho o feito todos os dias e a glicémia desceu para 147, um nível bem mais consentâneo com o meu normal.

museu dedicado aos Brontés
Anteontem andámos de taxi durante cinco horas - eram para ser três, apenas - pelos Dales, na zona mais bela do Yorkshire, parando sempre que nos apetecia. O chofer era paquistanês, muito jovem, mas já com três filhos, educado, culto e conhecedor de todos os cantos e recantos da zona. Até nos
paisagem rural
Presbitério 
cemitério junto ao presbitério
 convidou para ir a casa dele, imaginem!! Deleitámo-nos com a visita ao presbitério , onde viveram as três irmãs Brontés e donde sairam as suas obras : O Monte dos Vendavais, Jane Eyre, etc. das quais foram feitos belos filmes e séries. O local é mítico e duma beleza rural menos agreste do que parece nos filmes. O verde dos campos contrasta com os montes amarelados, roxos ou acastanhados ao longe. A pedra das casas é muito escura, ainda mais que o granito e as lojas parecem do seculo XIX.
salgueiro junto ao lago no Roundpark

Ontem fomos ao Roundpark que é um dos maiores da Europa, magnífico, com um lago duma beleza absolutamente encantatória.
Dezenas de pais com crianças
espalhavam-se pelo parque, felizes, sem gritos, sem choros, respirava-se uma paz indizível mais parecida com o Éden que a nossa imaginação concebe.

Hoje fico por aqui. Junto algumas fotos das muitas que tirei.

Amanhã é o nosso último dia. Já estou um pouco triste por partir, mas daqui a dois meses a minha Luisinha estará comigo na Praia da Luz onde vamos passar 15 dias à nossa maneira.....e Leeds será mais um pedaço da nossa memória comum.










8 comentários:

  1. Que bonito, Virgínia, ainda bem que teve sorte com o tempo, com a época primaveril soalheira, coisa incerta nessas paragens. Pelo menos o incómodo da viagem sai bem recompensado.

    Continuação de dias bonitos para ambas,


    Abraço.

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  2. Belas as imagens, as descrições e os estados de alma que partilhaste connosco.
    Ab para ti e para a Luísa

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  3. Para os dois o meu agradecimento sincero. Sei que se sentem felizes por mim e é isso que me comove. Que ambos tenham muitos momentos assim....

    Abraços

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  4. As imagens e o texto estão em perfeita sintonia. Quase que me consigo imaginar também a passear o olhar por esses montes e vales, tão frescos e floridos e a respirar toda essa história. Obrigada por me ter deixado viajar consigo um bocadinho. Um beijinho e boa viagem de regresso.

    ps: Virginia, penso que Mansfield Park e Sensibilidade e Bom Senso são da autoria de Jane Austen.

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  5. Tem razão, Miss :) ! Que gaffe para uma prof de inglês. É que estou habituada a olhar para estas autoras como algo em conjunto, tão britânicas, tão rurais e simultaneamente tão inteligentes. Obrigada pela rectificação.

    Hoje démos outro passeio inesquecível pelo Yorkshire Sculpture Park, onde há uma exposição especial de Henry Moore, o colossal artista oriundo aqui de Leeds. Estava um dia de sonho....

    Bjinhos

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    1. Ora, não tem importância nenhuma. A mim também me acontece trocar nomes :)
      Gosto muito de Henry Moore, cujas esculturas nos dão a sensação de terem sido transformadas pela natureza e pela erosão de milhares de anos. Que privilégio, Viginia!
      Um beijinho

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  6. Tudo muito bom e muito belo ! Virgínia, de facto acho que está muito mais em paz consigo de há uns tempos para cá...Assim se mantenha!
    Na parte em que li que as crianças estavam bem comportadas no parque que descreve, lembrei-me do passeio que fiz a uma quinta, que é maravilhosa, mas não tive a mesma sorte de contemplar o lugar em silêncio. Havia um casal com dois filhos pequenos que não paravam de falar aos gritos. Até parecia uma gravação porque não se calavam um segundo. É um grande defeito em Portugal falarem aos berros...

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  7. Pois é, Madalena. Lembro-me sempre de ter ouvido uma mãe portuguesa aos berros com o filho no cimo do Arco do Triunfo nos anos 60. Fiquei horrorizada!
    Aqui pode ser que as coisas sejam más dentro de casa, mas fora a aparência é de uma perfeita harmonia, pais , mães e filhos...
    Já estou de regresso, a minha Luisa já foi dormir à residência, tem aulas amanhã....e eu aqui estou à espera do sono....mais uma vez adeus!

    Bjinhos

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