Porque uma cidade (ao menos para mim) são ruas com lojas, cafés, tascos, quiosques. Passeios com a gente a cruzar-se, saudar-se e conversar. Aromas, cheiros e ruídos das lojas. Falares e vozeares na partilha dos espaços comuns. Homens-estátua, cauteleiros, vendedores ambulantes, tocadores de música e até pedintes e penduras. Uma cidade são varandas com flores, granitos lavrados, anúncios, letreiros, cartazes.
Semáforos e trânsito. Como no bairro onde moro, além da paisagem, só há solidões, vazios, silêncios sepulcrais, ventanias enregelantes, dilúvios de água correndo no asfalto, quando chove, e assaltos a automóveis, longe da Vitória e de Carlos Alberto, onde me nasceram os dentes, sinto-me fora de mim.
segunda-feira, 25 de abril de 2016
O coração do Porto
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Gostei das fotografias e da imagem do que é a cidade. Moro nas Antas, perto do centro do Porto, onde moro ainda me sinto na cidade.
ResponderEliminarum beijinho e uma boa semana
Gábi
Também me sinto dentro da cidade, embora me façam falta as lojecas e a animação da Ramada Alta onde vivi 30 anos. Aqui é tudo verde, mas falta-lhe vida. O que vale é que estou perto do coração da cidade e quando quero, como ontem, lá vou eu "viver" um pouco!!
ResponderEliminarBjinho
Tenho alguns livros de Hélder Pacheco mas acho este texto excecionalmente bonito.Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarRegina
Tenho vários livros que me foram oferecendo nos Natais e gosto muito da escrita dele. Descobri, por exemplo, no seu blogue, que as séries inglesas policiais são da sua preferência e descarreguei uma da ITV citada por ele. É passada em Leeds no Yorkshire, uma maravilha. Já vi três episódios e fiquei "addicted"....
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