segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Margens unidas


Habituada que estava a ver ferry-boats a cruzarem-se no Tejo, vindos do Barreiro ou de Almada até ao Terreiro de Paço, imagem que ainda hoje relembro com alguma saudade, fiquei surpreendida quando cheguei ao Porto pela primeira vez em 1979 e descobri que não se podia ir a Gaia por barco, apenas de carro ou de autocarro e agora de metro. Mais tarde descobri que havia uns barquitos que faziam a travessia Afurada - Rua do Ouro de meia em meia hora, mas cujo serviço terminava às 6 da tarde. Mesmo assim ainda a fiz umas duas vezes.


Pensei muitas vezes para comigo que o famoso Mário Ferreira da Douro Azul mais tarde ou mais cedo iria investir num ferry para atravessar o rio, dado que é rápido, barato e deve dar milhões.

Ontem vi a notícia que há tanto esperava. Vai haver um serviço de taxis fluviais e é claro que o investidor é estrangeiro, não um magnate do Porto, nem sequer a Câmara que só teria a ganhar com este negócio.
Deve haver milhares de pessoas a querer atravessar o rio todos os dias...e não só por prazer. Percorrer as pontes às vezes leva horas...qualquer estrangeiro topa isto à distância, mas os portugueses ficam à margem destes negócios...

Nova ligação no rio Douro
O novo serviço de táxi fluvial que liga as ribeiras do Porto e Gaia já está em funcionamento e é assegurado por duas Rabelas – embarcações inspiradas no desenho do tradicional barco rabelo – a funcionar numa lógica de ida e volta, com cada viagem de 230 metros a demorar três minutos
As rabelas vão permitir que os turistas atravessem o Douro de uma maneira mais rápida, segura, cómoda e agradável”, Adrian Bridge, diretor-geral da The Fladgate Partnership, em comunicado
Esta informação, adiantada em comunicado pela The Fladgate Partnership, empresa que está a promover a iniciativa, não só revelou que o serviço está disponível numa base diária entre as 9h e as 20h com um custo associado de 3 euros, mas também que cada Rabela, graças aos seus 15 metros de comprimento, tem capacidade para transportar 28 passageiros em simultâneo.

Fotografia de The Fladgate Partnership
Fotografia de The Fladgate Partnership

O arranque do serviço implicou a montagem de um cais de acostagem com cerca de 12 metros em cada uma das margens do Douro – em frente ao Clube Fuvial Portuense, do lado de Gaia, e frente à Praça da Ribeira, no topo montante do Cais da Estiva, do lado do Porto – tendo as duas Rabelas sido batizadas como “Serra do Pilar” e “Casa do Infante”.
Vai ser bom passear dos dois lados e ver as vistas magníficas ao cair da noite!

10 comentários:

  1. Muito bom e para turistas também. Andei um ano inteiro a atravessar o rio numa barca para a Afurada onde dei aulas. Era agradável, melhor do que ir pela ponte da Arrábida e subir/descer pelos elevadores da ponte que na altura funcionavam. Cheguei a fazê-lo mas com muito medo. O elevador demorava muito tempo e havia aquela sensação de claustrofobia... Ainda hoje tenho dificuldade em entrar num elevador sobretudo sozinha! Traumas antigos...
    Bjs💗

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    1. Sim, lembro.-me de contares essa historia das tuas idas a Afurada, que aventura!! Tb fiquei fehada em elevadores várias vezes e detesto sitios claustrofóbicos, nada como a brisa fresca do rio num barco simpático!!!

      Bjinho <3

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  2. Tantas novidades, Virgínia, ele é Mirós, ele é ferry fluvial...
    O Porto mexe !

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    1. Mexe, mexe. Não muito para mim que já estou na fase Fica em casa.

      Benvindo seja!!

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    2. Não parece, Virgínia, entre a Foz, o Botânico, Ofir, o Algarve... tem mexido ! e ainda bem.

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  3. Obrigada pela informação. Tal como tu atravessei algumas vezes entre a Afurada e a Rua do Ouro. Logo que possa vou fazer esta nova travessia.
    Bjs
    Regina

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  4. Também eu. Mas há outras prioridades neste momento.

    Bjo

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  5. Vezes sem conta fiz a travessia no Tejo, entre as duas margens, nas idas para o trabalho ...Não foi pera doce. Hoje faço por desporto, quando me apetece .
    Sempre que vou a Gaia opte por ir a pé pela ponte. Às vezes de Metro .Claro que sem pressas.Penso que é a melhor maneira para apreciar todo o panorama . Estes barcos também devem dar jeito... Curioso ser um estrangeiro a tomar esta iniciativa ...Também não é caso único . Obrigada pela informação, não sabia dessa novidade !

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  6. Sim, a Mada deve ter longa experiencia de travessias, dado que mora na margem sul. Cada vez que havia greves, pensava nos pobres trabalhadores que tinham de atravessar o Tejo.
    Aqui não se pôe esse problema, estou com curiosidade de ver quanto são os utentes deste serviço por dia e estou morta por experimentar....
    Bjinho

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