quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Gincko biloba - a árvore que a tudo sobreviveu


Há uns anos que nesta época do ano visito a parte mais funda do jardim botânico , onde se vê a maldita VCI e se ouve o ruído infernal dos veículos que a toda a hora por ali circulam.

Tudo por causa destas árvores que me supreendem sempre no outono - já no finzinho - com as suas folhas tipo pétalas douradas.

A delicadeza destas árvores é indescritível, parecem rendas que se espreguiçam nos seus ramos escuros e contrastantes.

Uma beleza que não dispenso, esta semana já lá fui três vezes e hoje levei os meus netos para eles as verem.




Por um sobrinho que trabalha na mata do Vidago - mais propriamente no campo de golfe - fiquei a saber que o seu nome em português é avenca. Conhecia as avencas de casa e tive várias. Eram lindíssimas, mas com sol quente murchavam. Não sabia que estas árvores se chamavam assim e lá no local só está o nome em chinês.

Transcrevo aqui um excerto da wiki, que me parece interessante. Fica aqui também o poema que Goethe dedicou a esta bela árvore e uma outra em espanhol de Elena Martin Vivaldi.

Ginkgo biloba, de origem chinesa, é uma árvore considerada um fóssil vivo, pois existia já no tempo dos dinossauros, há mais de 150 milhões de anos. 
É símbolo de paz e longevidade por ter sobrevivido às explosões atômicas no Japão.






Foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão Engelbert Kaempfer por volta de 1690, mas só despertou o interesse de pesquisadores após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando perceberam que a planta tinha sobrevivido à radiação em Hiroshima, brotando no solo da cidade devastada. 
São árvores caducas, isto é, que perdem todas as folhas no inverno. Atingem uma altura de 20 a 35 metros (alguns espécimes, na China, chegam a atingir os 50 metros). Foram, durante muito tempo, consideradas extintas no meio natural, mas, posteriormente verificou-se que duas pequenas zonas na província de Zhejiang, na República Popular da China, albergavam exemplares da espécie. Hoje, a planta existe em praticamente todos os continentes e no Brasil há exemplares produzidos de sementes.
Goethe, famoso cientista, filósofo, poeta e botânico alemão, escreveu um poema sobre ele em 1815 falando da unidade-dualidade simbolizada na folha do ginkgo.



GINKGO BILOBA 
[ÁRBOL MILENARIO]
Un árbol. Bien. Amarillo
de otoño. Y esplendoroso
se abre al cielo, codicioso
de más luz. Grita su brillo
hacia el jardín. Y sencillo,
libre, su color derrama
frente al azul. Como llama
crece, arde, se ilumina
su sangre antigua. Domina
todo el aire rama a rama.
Todo el aire, rama a rama,
se enciende por la amarilla
plenitud del árbol. Brilla
lo que, sólo azul, se inflama
de un fuego de oro: oriflama.
No bandera. Alegre fuente
de color: Clava ascendente
su áureo mástil hacia el cielo.
De tantos siglos su anhelo
nos alcanza. Luz de oriente.
Amarillo. Aún no imagina
el viento, la desbandada
de sus hojas, ya apagada
su claridad. Se avecina
la tarde gris. Ni adivina
su soledad, esa tristeza
de sus ramas.
                                          Fue certeza,
alegria – ¡otoño ! - . Faro
de abierta luz.
                                        Desamparo
después. ¿Dónde tu belleza ?
                              Elena Martín Vivaldi

2 comentários:

  1. Conheço esta planta,de nome, como planta medicinal cheia de virtudes e efeitos "milagrosos". Nunca usei até porque ainda não está provado que seja tão benéfica.
    Como árvore desconhecia o seu aspecto mas gostei muito. Quando for ao Botânico hei-de ir ver.
    Bjs

    ResponderEliminar
  2. Só esta semana é que vão manter estas cores. Basta vir um temporal para desaparecerem as folhas todas. Neste momento está divinal. Há muitas espalhadas pela Baixa, no Largo dos Loios e nas ruas transversais aos Clérigos.
    bjos

    ResponderEliminar