quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Tristeza não tem fim, felicidade também não.....


Mais um dia glorioso.

Sem artificialismos, sem exigências, aceitando com simplicidade aquilo que nos é dado, pelos deuses, pela Natureza, pelo acaso, pela Vida.

Ando a ler o romance dum escritor cujo blogue está aí ao lado. Chama-se A Manhã do Mundo e reporta-se aos indivíduos que - e aos que não -  morreram no fatídico 11 /9, pequenos episódios que ligam as pessoas e que formam uma cadeia mais ou menos trágica. Estou a gostar, ainda que não seja literatura pura, são mais sketches, reportagens, sentimentos expostos, pequenos eventos que o destino traçou para aquelas personagens....e que traça para cada um de nós.

Há oito anos, destino traçou para mim viver em especial com e para a minha filha. Daí ser-me tão importante vê-la feliz...o que acontece com facilidade, pois tanto ela como eu, não somos exigentes e a sua condição aproximou-nos indelevelmente para sempre.

Hoje foi para a praia , eu fiquei mais uma hora no hotel. Depois fui ter com ela. Via um pontinho minúscuo no meio da praia imensa, um casaco amarelado, uma toalha de praia , auriculares, olhos no longe em contemplação. Parecia um filme... era um filme, a nossa vida é um filme, preso por fios ténues, que vamos procurando entrelaçar todos os dias, dia a dia.

Hoje disse-lhe que se não fosse ela e os outros irmãos, não me importava de partir desta vida assim, sentada numa duna a olhar o pôr do sol. Seria a verdadeira Morte, aquela que mais desejamos pois chega num momento de extrema felicidade. Bastaria um clique e apagavam-se as luzes, como o sol desaparece no horizonte.

Felizmente - ou infelizmente - não podemos escolher esse momento, esse é o verdadeiro drama das nossas vidas, os outros dependem de nós, nós dependemos deles. Até os nossos ex- dependem de nós, por estranho que pareça e hoje Dia de S. Valentim, senti saudades do antigamente.

A praia estava linda, um espelho enorme, reflectindo rochas, pedras, figuras, casinhas, dunas.....uma imagem fiel de tudo o que se via à volta na água ténue deixada pelas ondas. Um espectáculo que raras vezes vejo.

Andei pela água durante horas, até dancei a ouvir música no meu iPod, não havia vivalma, ninguém me ia pedir satisfações, era livre, era jovem, era eu.


Depois do almoço percorremos o pinhal enorme , a mata de Ofir, onde ainda se preserva a Natureza, sem deixar construir casas, apenas uma meia dúzia de afortunados...e a Estalagem Parque do Rio, onde passei alguns dias de verão há muitos anos. Estava quase vazia, mas a piscina lindíssima, com a sua moldura de pinheiros à volta.


À tardinha fomos explorar o jardim do hotel que acaba nas dunas por cima da praia,
Infelizmente não se pode aceder à praia por esse lado, pois seria perigoso. O acesso faz-se por outro lado do jardim, que vai dar quase ao mesmo sítio e donde se desfruta o panorama do sol poente, por cima do pontão, onde um pescador obstinado lançava a linha...e voltava a lançar. Um casal de namorados fazia juz ao dia do Santo.



Por ali ficámos até o sol desaparecer no horizonte, caladas, felizes....

2 comentários:

  1. Que lindo post e fotos sobra Ofir e a Estalagem do Rio que eu tão bem conheço!!!
    Fiquei contente com o ar feliz da sua filha.
    Um beijo grande para ela. Outro para si.

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  2. Sim, estas fotos foram tiradas a pensar em si, Graciete.

    Bjo

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