segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Nick Cave


Já há muito que não ouvia Nick Cave, um dos meus cantores preferidos há uma década atrás.


Tem uma voz e um recitar de palavras que não se compara com outro que conheça, embora haja cantores - sobretudo homens - que me levam aos céus, como Leonard Cohen ou Tom Waits para não falar de Mathew Bellamy dos Muse ou Neil Hannon dos Divine Comedy. Aprecio menos as vozes de mulheres, e para mim a Lisa Gerrard é o expoente máximo do canto feminino alternativo.

Li no Ipsilon que Nick Cave tinha publicado dois albuns recentemente e fiquei com curiosidade de os ouvir, pois o concerto que ele deu aqui no Coliseu a que fui deixou muito a desejar, o som estava péssimo e as canções escolhidas eram muito barulhentas, nada do que eu estava habituada a ouvir a a amar.
 Aliás do Nick só gosto dos slows, que ele tem produzido em grande número de há duas décadas para cá. As baladas fazem-me calafrios na espinha, mas há mais de dez que me impressionam profundamente.

Diz o Ipsilon:

O ano passado foi generoso para Nick Cave. O seu último álbum, Push The Sky Away foi amplamente elogiado, tendo figurado em inúmeras listas dos melhores de 2013. Mais do que isso: as suas performances em palco geraram unanimidade. Nos últimos anos (com os Bad Seeds, com os Grinderman), recuperou a aura de grande performer, a que não deverá ser alheio o renovado interesse em torno dos espectáculos ao vivo. 
Talvez por isso, no final do ano, Nick Cave resolveu lançar um disco ao vivo (Live From KCRW) que passou quase despercebido. Mas coisa rara: é um excelente álbum ao vivo. Os seus concertos são quase sempre um balanço entre a impetuosidade, quando se aproxima das barreiras e da assistência, provocando-a, irado, e a graciosidade, quando se senta ao piano, ou apenas quando faz uso do seu vozeirão arrebatado. 
O que é interessante em Live From KCRW é que tudo se passa de forma descontraída. Gravado em Abril último capta esse ambiente relaxado, numa interacção tranquila com o público, enquanto a banda se entrega aos temas de forma sedutora, numa listagem de canções que contempla o último álbum (Wide lovely eyes, Mermaids, Push the sky away e Higgs boson blues), e canções de sempre como The mercy seat, And no more shall we part, Jack the ripper ou People ain’t no good. 

No more shall we Part é uma das canções mais pungentes que conheço, sou capaz de a ouvir vezes e vezes sem conta, assim como " Are you the one I'm looking for", uma verdadeira canção de amor que ainda me faz vibrar depois de anos sem a ouvir.


4 comentários:

  1. É muito bom quando nos identificamos com um artista.
    Cadinho RoCo

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  2. Sem dúvida...e este é mesmo muito bom....
    Vem do Brasil? Benvindo!!

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  3. E hoje desaparece, aos 94 anos, um outro grande cantor, Peter Seeger, um grande cantor folk de que podemos destacar "We shell Overcome" o hino de luta pelos direitos cívicos americanos. Esteve em Portugal em Dezembro de 1983.
    Mais um acontecimento triste!!!

    Um beijo.

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  4. O Peter Seeger foi o precursor de muitos músicos de protesto, Joan Baez, Bob Dylan, etc. Confesso que na altura ouvi tanto dessa música, que me fartei.Ainda tenho os albuns em casa do meu ex-, mas são relíquias do passado, agora já não tinha paciência para os ouvir de fio a pavio como costumava.
    Vou mudando, embora haja alguns sagrados como digo acima.
    Boa semana, Graciete. Bjinhos

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