terça-feira, 12 de julho de 2016

a minha rua linda


Moro numa das ruas - se não a rua - mais belas do Porto.
Na realidade, o meu apartamento não dá para esta rua, mas da janela do meu quarto vejo-a bem. A frente da casa dá para o Campo Alegre, uma avenida enorme e barulhenta, mas com o Botânico e árvores por todos os lados. A transversal chama-se António Cardoso e é dela que estou a falar.

Hoje percorri-a toda - são 800m no google map - e aproveitei a ocasião para experimentar o meu i'Phone e tirar fotos de flores.

Há pelo menos dez espécies de flores diferentes - hortenses, canas da ìndia, buganvílias, agapantos, hibiscos, lírios, lantanas,  etc., todas arranjadas em canteiros junto aos prédios ou nos jardins das casas independentes. Um manancial de cor e de bom gosto. Não sei quem trata delas, penso que são os condóminos que pagam aos jardineiros, mas nesta época do ano, as flores estão no máximo da sua força e a rua transforma-se num verdadeiro jardim.

Muitas vezes vim aqui buscar os filhos a festas de anos de colegas do colégio alemão e secretamente invejava as famílias que se podiam dar ao luxo de viver nesta zona, embora a mim, pessoalmente, me desse muito mais jeito viver perto da Escola onde dava aulas na Ramada Alta. Nunca me imaginei a vir viver para este local.


As árvores que ladeiam toda a rua
e que, volta e meia, são abalroadas pelos carros, são um tesouro. Ai de quem algum dia se lembre de as tirar, haveria uma sublevação local. São árvores frondosas como já não há muitas no centro da cidade. Devem ser resquícios de quintas senhoriais do século passado.


 A meio da rua fica o BB Gourmet , um restaurante e confeitaria muito famosa aqui na zona. frequentada por gente muito bem, pois a maioria vive por aqui. Gosto de lá ir jantar por vezes e volta e meia, tomo um chá à inglesa. Hoje tomei uma limonada porque estava cheia de sede depois de vir da Clínica Maló e do Pingo Doce. Sentia-me feliz por poder andar bem, mas tinha necessidade de me sentar e comer alguma coisa doce! Acabei por escolher uns scones, que nem sequer são muito doces, mas souberam-me pela vida. A minha filha foi lá ter comigo e trouxe as compras no resto do caminho.

Viver num local assim nunca teria sido realidade se a minha vida não tivesse dado uma volta em 2005. Foi nessa altura que o meu filho, que tinha comprado um apartamento aqui, insistiu para que eu comprasse um também para ficar perto dos netos. Dava-lhes jeito e eu ficava mais acompanhada. O meu apartamento fica no prédio contíguo ao dele. Nessa altura, ainda estava a trabalhar na Escola e de 2006 a 2008,  até à reforma,  ia de autocarro para as aulas às 8.30, o que era um sacrifício grande.

Em 2008, veio a reforma e passei a ser mais uma "madame" privilegiada que só trabalhava para a editora e podia ficar em casa quando queria. Foram anos mais agradáveis, em que apreciei mais este bairro e sobretudo os seus encantos naturais. As pessoas são um pouco diferentes daquelas a que estava habituada na Ramada Alta, mas até foi bom poder mudar de ambiente.


Ficam aqui as fotos das flores da "minha" rua. Como podem ver, não são minhas, mas enriquecem-me a vista e a alma.

6 comentários:

  1. Um privilégio! mas merecido, logo, uma benção. Que a magia dos poemas de Sophia, certamente impregnados no ar que respiras, te possam sempre acompanhar. Que fotografias lindas, mas linda é de facto a Natureza, e é pena que tanta gente lhe passe ao lado! Haja quem a perpetue - bem Haja!

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  2. As fotografias foram tiradas pelo i'Phone e depois só as cortei como queria. Estou admirada com a definição deste objecto tão pequeno, cada vez admiro mais os criadores da Apple, geniais sem qualquer dúvida. Tenho vários objectos agora, i'Pad ( que uso como livro mais do que qualquer outra coisa, já tenho uns 20 descarregados da Amazon), o Mac onde estou a escrever e me é essencial e o i'Phone oferecido pelo João no meu dia de anos.
    O que acho fantástico é que estas flores estão cuidadas como se fossem de uma só pessoa e não há vandalismos, ninguém corta as rosas, que estão à beira do passeio, nem decapita os agapantos ou as hortenses. Para mim isto é um milagre de civismo. E os bairros sociais não são longe daqui, como se sabe. As pessoas apreciam, amam o habitat em que vivem e procuram preservá-lo. Sophia gostaria de viver aqui, a casa onde nasceu é uma galeria de arte ( Cordeiros, de seu nome :). Penso muitas vezes nela, sobretudo no Jardim Botânico.

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  3. Muito nos conta e nos apresenta lugares tão bonitos. É um lugar privilegiado, sem dúvida . Também gostava um dia mudar para um lugar mais ao meu gosto, mesmo sabendo que tenho, onde vivo, qualidade de vida, no aspecto de estar tudo perto ou à mão nas condições básicas . Não vivo em stresses . Quando quero ambientes mais chiques e culturais tenho de tomar os transportes e levam-me para onde quero.(risos) Dentro das minhas quatro paredes está-se bem e a vizinhança do prédio é muito sossegada e prestável . Sei que posso contar com uma das minhas vizinhas como fosse de família . Já não é nada mau . Caí aqui de para-quedas e cá estou vai para 29 anos. ..

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  4. Sabe, Madalena, a vida dá tanta volta!!
    Também vivi 29 anos ou mais na Ramada Alta, que é um bairro bastante inferior a este em termos de qualidade de vida. Encontrava os meus alunos e pais deles todos os dias, toda a gente me conhecia nas lojas da zona, já não aguentava mais o peso duma vida profissional muito intensa. O sítio era bom no que se refere a lojas, havia tudo à beira, aqui não, há mais parques que lojas.... :)

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  5. Gosto muito dessa zona do Porto. Houve uma altura em que costumava lá ir lanchar, ao fim-de-semana, na Alicantina.
    (eu moro nas Antas)

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  6. Aind agora a minha filha foi à Alicantina buscar filetes de pescada com salada russa, meia dose, chega para nós as duas e é óptimo. Fica bastante perto de minha casa.
    Bjinho

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