terça-feira, 4 de março de 2014

Labor Day - ou seja, Um Segredo do Passado



O título em português nada significa, é mais um lugar comum sem ponta por onde se lhe pegue. Em Inglês joga-se com a ambiguidade de labor day que pode significar Dia do Trabalho ou Dia do Trabalho de Parto. Ao ver o filme, sabemos que se trata do segundo.

O filme nem sequer foi contemplado com uma crítica dos "carismáticos" críticos do Público. Nem uma mençãozinha no Ypsilon. Nem se dignaram a ver o filme, talvez porque não lhes cheirava a Óscar, nem a nenhuma intelectualidade de esquerda.




E, no entanto, é um filme que deixa marcas a quem o vê. Ainda sinto os olhos húmidos com que saí da sala onde estávamos apenas três pessoas adultas.

Filas e filas de pais com crianças lé fora esperavam para ver o LEGO. Pipocas e coca-cola, falta de paciência, espera, tudo o que detesto no cinema de massas em dias feriados.

Labor Day é um filme melodramático, romântico, dorido mas sem pitada de lamechice, com uma contenção de diálogo e uma expressividade de gestos e olhares notáveis.

Kate Winslet  ( onde vai o tempo de Titanic?) e Josh Brolin interpretam as personagens na perfeição em low profle e o enredo do filme, sempre eivado de suspense e dramatismo saudável, é equlibrado. Um filme que poderia ser um flop, mas que, quanto a mim, é um filme para ver e até rever.

A história resume-se a três dias de relativa e inesperada felicidade entre dois adultos condenados a uma existência inferior pelas circunstâncias da vida e um adolescente sensível em fase de amadurecimento, uma felicidade à revelia da justiça e dos restantes habitantes da pequena cidade do interior onde vivem. Uma felicidade simples, humana, quase telúrica, feita de empatia e necessidade de amor, que prende o espectador do primeiro ao último minuto.

Não acrescento mais, pois não quero ser spoilsport e estragar o prazer dos leitores ou espectadores.

 Vão ver. Sobretudo se gostam de Kate Winslet.

4 comentários:

  1. Gostava de ver. Não sei é se poderei, mas a sua crítica deu-me vontade de o ir ver. Vou tentar. Um beijo.

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  2. É um filme calmo, com conteúdo.

    Mas não é uma obra prima e tem alguns tiques americanos ( não muitos)....

    Bjo

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  3. Os filmes com pouca gente na sala são por norma os melhores. Vou tomar nota deste. Ontem fui ver "Um Agosto Quente". Credo que família!...Não saí mal disposta porque ouço muitas histórias com casos semelhantes àquela gente! Ui, Jesus!

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  4. Não tenha dúvida, Madalena, acho que já não aguentava ir a uma dessas sessões de sábado à noite a ouvir gargalhadas, risinhos, falatório ou restolhada de pipocas. Acho que ficava logo mal disposta, sobretudo se o filme fosse dramático!!

    Senti a sua falta, pode ter a certeza!

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