domingo, 7 de setembro de 2014

Fins de semana sem adrenalina


Nunca gostei muito de fins de semana,  quando tinha os filhos pquenos e sobretudo, desde que deixei de trabalhar e de ter filhos em casa. São longos e chatos.

Em jovem e mesmo recem-casada adorava os sábados , eram dias em que podíamos fazer o que entendêssemos, porventura ir ao cinema em Lisboa depois de almoço ou dar um volta - nunca muito longe pois o meu ex-marido detestava conduzir nesses dias - dormir sestas,  passear com os miudos, . Mas, mais tarde o trabalho avolumava-se, os dias arrastavam-se e as crianças cansavam-me. Nem me lembro de sábados muito felizes.
Em dada altura, os filhos começaram a ter aulas no Colégio Alemão, de modo que lhes cozinhava um almoço suculento para quando eles chegassem, se sentissem mesmo bem. Eram momentos felizes a que se juntava um professor alemão de quem ficámos amigos e que morava num apartamento por cima do nosso.

Os domingos eram mais interessantes. Íamos almoçar ao Barão, restaurante perto de casa, onde se comia bem ou à Abadia na Baixa. Depois ou havia futebol na TV ou ouvia-se música, dormiam-se sestas e estudava-se. Eu tinha sempre trabalho ou para a editora ou para a escola, o meu marido processos e mais processos. Os domingos eram passados a trabalhar. Os miudos tinham festas de anos ou brincavam com os amigos. Já não precisavam de nós...

Durante anos tive a 2ª feira livre por ser orientadora de estágio. Era o meu dia preferido. Fui várias vezes a Braga, onde o meu filho estudava na Católica, ia ao seu apartamento, arrumava-lhe a roupa, passeava pela cidade e ouvia música na camioneta para lá e para cá. Era uma evasão de casa, por vezes nem chegava a ver o meu filho. Braga representava liberdade. Também aproveitava as 2ªs feiras para fins de semana prolongados , indo a Munique por 4 dias para ver o meu filho mais velho. Era uma viagem cara e com stopover em Frankfurt, mas a alegria dele quando me via valia tudo.



Agora odeio os fins de semana, a não ser quando posso estar em família, como hoje. Vou almoçar com o ex- e filhos. Vamos à Cufra no Edifício Transparente.



A Luisa vai embora na 5ª e estou muito nervosa com essa viagem, mas procuro pensar positivo. Já comprei uma mala nova e leve para poder levar a minha roupa e o laptop, sem o qual não viajo. Enquanto ela trata das suas burocracias na universidade e no banco, eu passeio pela cidade, tiro fotos, vou ao museu, descubro um pouco mais esse recanto da Europa que sempre me cativou mesmo nas alturas de crise. Gosto da maneira de viver dos ingleses e sinto-me sempre bem na terra deles.

Ainda não fui à Feira do Livro pois ontem estava a chuviscar, hoje há demasiados eventos a decorrer  e não me apetece muita animação. Gosto mais de ver os livros com pouca gente à volta e sossego. O local é magnífico e vou aproveitar para estar por ali noutro dia qualquer.

Fazem-me falta os meus pequenitos "em carne e osso" ( como diz o André), cada vez o Campo Alegre anda mais tristonho, as árvores perderão as folhas, como eu perdi os meus queridos. O que vale é que em Outubro ainda os verei " em carne e osso" ....se Deus quiser.

As fotos foram tirada há pouco na rampa do Edifício Transparente. O Parque estende-se em frente, convidativo e verde. A Luisa ficou por lá. Eu vim para casa com os homens..... :)


10 comentários:

  1. Primavergininhamiga (acho que já acertei e vou passar a chamar-te assim, quer queiras ou não queiras. Queres?...)

    Esta narrativa de um fim-de-semana de que não gostas deve ser também publicada em volume tipo Lista Telefónica - Páginas Amarelas... Olha se gostasses...

    Por cá as coisas são muito mais simples. Nos sábados a prima Raquel trabalha que nem uma mul, ups, moira. Já nas sextas-feiras de noite começa a "fainar" (adoro inventar palavras...): são pratos para as noras que não comem picantes; são picantes para quem os come e se delicia com eles; são pratos especiais para a neta e os netos; uns gostam mais do "arroz da Avó" outros preferem as massas. E eu continuo a tentar arranjar ma$$a$ ( os €€€€€ estão cada vez mais caros e raros).

    Depois segue-se a almoçarada sempre animada e em especial pelo Dr. Luís Carlos que faz rir toda a malta, mesmo se falar da maldita crise e da pulha da autoridade ou seja da austeridade - que são a mesmíssima coisa.

    Eu farto-me de labutar. Vou ao pão (178,9 metros), venho com o pão (curioso, é a mesma distância) sento-me ao computas e vai de escrevinhar textículos. Por vezes a malta netada (outra palavra jovem) rouba-me o computas e eu nem com compotas fico por mor dos diabretes e dos diabetes (moderados). Futebol televisado (e eu a dar-lhe...), computas, uma sopa de legumes, computas, xixi e leito nupcial. (Isto tá muito bem escrito, não tá?)

    No domingo nem falar. Um homem precisa de descansar - do descanso, perdão, das canseiras do descanso.

    Entretanto já deves saber da alhada em que me meti com uma tal Chiado Editora, uma corja de filhos da prostiputa para tentar publicar um novo livro de crónicas NA PRIMEIRA PESSOA. Se souberes de algum Editor ou alguma Editora, apita.

    Bjs da priminha Raquelinha e qjs d'eu para tu (não gosto de ti, ups do ti)

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  2. Se os meus não têm adrenalina, os teus são cheios dela ...:)
    A Raquel , como sempre, a pensar nos outros, deve ter aprendido com a Tia minha Avó!! O Luis é dos que nunca se cala, não é? Fazem-nos rir , mesmo quando não querem....o Miguel é mais discreto e calado, gosto muito dele!
    Quantos netos tens?
    O meu Daniel com 10a anos já vem no jornal local como violinista de jazz no dia aberto da Arts Academy, acreditas? Mal chegou a Mountain View....
    Só conheço a Porto Editora e tb não é de fiar, já uma vez roeram a corda à Regina, minha amiga....

    Bom, fico por aqui, ainda estou a digerir o almoço de que NÂO gostei :)))

    Bjinhos a todos!

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    1. Primavirgininhamiga (assim é que está certo, com i

      O teu Daniel é um espantooooooo como diz o Jô Soares. O puto tem muita pinta, é bué fixe. Obrigado pela foto. A prima Raquel também gostou muito. Vai ser um novo Gidon Kremer - de que gosto muitíssimo.

      Tenho (temos) quatro netos e uma neta. Vou mandar-te fotos deles nas Bodas de Oiro. Estavam muito felizes, de tal modo (como verás) que os dois mais velhos, o João e o Rodrigo (do Miguel e da Margarida) até compraram blazers mas não usaram gravata... Gravata, Avô????????? Segue em seguida (pleonasmo...) imeile recheado como o peru

      Bjs da Raquel e qjs meus

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    2. É....sai ao Pai!!

      Já vi as tuas fotos e gostei muito.

      Acho que a gravata já não se usa....só em cerimonias oficiais!! E a tua era familiar embora importante!

      Obrigada! Bjo.

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  3. Então pertencemos ao mesmo clube,por não ser fã dos fins de semana. O domingo nem se fala. No começo deste ano resolvi por fim a este sentimento de desagrado por esses dias, mas não está ser fácil. Isto vem de longa data!
    Posso imaginar o quanto é difícil ir com a filha lá para Inglaterra e ter de vir sozinha. Já passei mais ou menos por esta situação. Sabe o que fiz? Tive de ir para o aeroporto muito cedo e foi o que me valeu porque detesto despedidas...Temos que pensar que é o que os filhos querem. Se se sentirem bem onde ficam acho que é melhor do que estarem desconfortáveis encostados a nós. Depois temos as comunicações para nos vermos em "carne e osso", acho uma graça!...(riso) Na viagem de regresso de Inglaterra pense que falta pouco para ver os seus netos. Só precisa de força para se mentalizar que isto tudo tudo vai correr bem e nos contar neste blogue as novidades a que já nos acostumou. Da minha parte desejo-lhe óptimas viagens. Grande abraço!...

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  4. Pena não vivermos na mesma cidade formávamos m clube dos anti-domingueiros!!! Hoje por acaso tive um fantástico e tenho os meus dois filhos aqui ao pé....só o jogo da selecção é que foi deplorável!! Vou-me despedir da Luisa no quarto dela e depois sigo de taxi para a estação de comboios, pois tenho de apanhar um, antes de chegar ao aeroporto de Stansted. São tres horas a meditar e provavelmente a choramingar disfarçadamente. A música ajuda muito :). Nunca impedi nenhum dos meus filhos de fazer o que queria, pelo contrário, apoiei-os sempre ( e o meu ex-marido culpa-me de tudo por isso!!). Sempre confiei neles, mas a vida não tem sido fácil para a minha filha...e há que tomar muitas precauções em matéria de saúde no RU. É um sistema exemplar, é o que vale.
    Nós tb temos de combinar um encontro em carne e osso depois destas viagens, OK?
    Bjinho

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  5. Boas viagens e felicidades.
    Eu também não gosto dos fins de semana!!!!!!!!!!!!

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    1. Obrigada, Graciete, gostou da Festa? Pensei em si este fim de semana! Bjinho

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  6. Gostei muito. Senti uma melhoria no comportamento das pessoas, sobretudo durante o concerto de sexta e o comício de domingo.
    O concerto foi quase uma apoteose, principalmente com o"encore" Muito mais jovens e crianças, mas conscientes do que representava a Festa. Fiquei muito cansada, mas com mais esperança. Um beijo grande para si, outro para a Luísa e a continuação de felicidade para a sua extraordinária família é o que muito lhe desejo.

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  7. Muito obrigada, Graciete. Continuarei a escrever em Leeds, pois levo a máquina fotográfica e a computador comigo!!
    Bjinho

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