quinta-feira, 25 de abril de 2019

Mudança de visual


Hoje para comemorar o Dia da Liberdade (?),  usei a dita para aplicar ao blogue uma foto dum quadro que pintei há dez anos e a que chamei "Árvores doidas" visto que as cores estão trocadas e as árvores parecem esbracejar numa ânsia de libertação.

É a minha imaginação a falar!!

Aproveito para colocar aqui um poema Liberté de Paul Éluard, que o M. me ofereceu quando nos namorávamos, em 1965.

LIBERTÉ

Sur mes cahiers d’écolier
Sur mon pupitre et les arbres
Sur le sable sur la neige
J’écris ton nom

Sur toutes les pages lues
Sur toutes les pages blanches
Pierre sang papier ou cendre
J’écris ton nom

Sur les images dorées
Sur les armes des guerriers
Sur la couronne des rois
J’écris ton nom

Sur la jungle et le désert
Sur les nids sur les genêts
Sur l’écho de mon enfance
J’écris ton nom

Sur les merveilles des nuits
Sur le pain blanc des journées
Sur les saisons fiancées
J’écris ton nom

Sur tous mes chiffons d’azur
Sur l’étang soleil moisi
Sur le lac lune vivante
J’écris ton nom

Sur les champs sur l’horizon
Sur les ailes des oiseaux
Et sur le moulin des ombres
J’écris ton nom

Sur chaque bouffée d’aurore
Sur la mer sur les bateaux
Sur la montagne démente
J’écris ton nom

Sur la mousse des nuages
Sur les sueurs de l’orage
Sur la pluie épaisse et fade
J’écris ton nom

Sur les formes scintillantes
Sur les cloches des couleurs
Sur la vérité physique
J’écris ton nom

Sur les sentiers éveillés
Sur les routes déployées
Sur les places qui débordent
J’écris ton nom

Sur la lampe qui s’allume
Sur la lampe qui s’éteint
Sur mes maisons réunies
J’écris ton nom

Sur le fruit coupé en deux
Du miroir et de ma chambre
Sur mon lit coquille vide
J’écris ton nom

Sur mon chien gourmand et tendre
Sur ses oreilles dressées
Sur sa patte maladroite
J’écris ton nom

Sur le tremplin de ma porte
Sur les objets familiers
Sur le flot du feu béni
J’écris ton nom

Sur toute chair accordée
Sur le front de mes amis
Sur chaque main qui se tend
J’écris ton nom

Sur la vitre des surprises
Sur les lèvres attentives
Bien au-dessus du silence
J’écris ton nom

Sur mes refuges détruits
Sur mes phares écroulés
Sur les murs de mon ennui
J’écris ton nom

Sur l’absence sans désir
Sur la solitude nue
Sur les marches de la mort
J’écris ton nom

Sur la santé revenue
Sur le risque disparu
Sur l’espoir sans souvenir
J’écris ton nom

Et par le pouvoir d’un mot
Je recommence ma vie
Je suis né pour te connaître
Pour te nommer

Liberté.

Paul Eluard

Poésie et vérité 1942

7 comentários:

  1. A continuação de muitos e muitos dias em e com Liberdade. Que os nossos mais novos a saibam defender e cuidar, porque não podemos dar-lha como herança.
    Para eles, que o seu nome não fique escrito apenas nos quadros que pintou, mas nos ideais que defendeu.
    Beijinho

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  2. Sim, sou muito liberal no que à educação diz respeito, mas para mim a liberdade começa com o respeito pelos outros. Não há Liberdade pisando tudo e todos, como hoje em dia se defende para atingir os fins. Vivemos sem liberdade, mas com respeito. E depois começámos a ver uma desordem nas prioridades e um desrespeito pelos valores essenciais que regem a sociedade. Esta desordem começou logo no dia 26/4. Vivi-a numa Escola de Lisboa onde era professora.
    Bom fim de semana, Júlia. Bjinho

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  3. De Poznan vai um grande Bom Dia! Sei bem a que se refere. Já trabalhava em Peniche nessa época. Terra com mar e..cadeia política. Dividia a casa com uma professora efectiva a quem calhou a lotaria de ficar na direcção da escola, uma vez que o director pertencia a outra escola e tinha de regressar ao quadro de origem.
    Foi um clima de guerra: os ismos, radicalismos e fanatismos vieram ao cima. O pior de cada um, alguns até frequentavam a minha casa. Pneus furados, papéis intimidatórios, resultado, passámos a ter um elemento do MFA a guardar nos para a lei ser cumprida, além de advogado.
    A vacina das RGA na faculdade de letras de Lisboa, ainda não tinha sido suficiente para mim.
    Não perdoei, não esqueci e não me tiraram .a alegria e o respeito pela Liberdade.
    Avançámos muito em tecnologia, mas a nível humano ainda assistimos a muito básico,preverso e primitivo. Mas valeu a pena! Como dizia alguem respeitavel, não é perfeito, mas é o melhor possível.
    Muito do que me incutiram, foi na base do medo. Gostaria que não acontecesse aos meus. Eles que escolham.
    Tenha um bom dia! Beijinho



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    1. Deve ser interessante viver num país da ex-cortina de ferro, tão diferente do que era nos anos 60 quando as visitei. Fui já a Praga depois em 1998 e adiferença era natória, mas algum encanto tinha-se perdido. São países lindos mas muito industrializados para meu gosto. É uma das coisas que gosto em Portugal e a ausencia de fábricas - que pressupõe tb uma economia rasteira - e locais onde custa a respirar. O mar dá-nos uma grande liberdade, as praias são preciosas se conseguirmos preservá-las. Viver em Peniche deve ser totalmente diferente :). Bom fim de semana.

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  4. Desculpe as gralhas, escrevo sem quase olhar....

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  5. Eu não conseguia viver na Polónia durante muito tempo, , não tem mar, para mim uma necessidade. E os dias sao muito pequenos, noites longas. Tem imensos lagos e frondosos bosques, dá para contemplar. Gosto das amplas ruas, dos impecáveis transportes, muitos parques infantis com muits criançada. Não vejo lixo nem pessoas a pedir. E gosto de estar com os meus, única razão que me faz ir.
    Não gostamos do Natal lá, tudo fechado.Preferimos Berlim, mais alegre, e não precisamos de escala nos voos.
    Bom fim de semana.
    Beijinhos

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  6. Este ano passei o natal em leeds por causa da minha filha e foi horrível.

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