terça-feira, 18 de junho de 2013

Liberdade de expressão

Há momentos em que apetece fechar o blogue  e esquecer que existem leitores.

Muitos dos que por aqui passam , não deixam qualquer marca a não ser na estatística. Nada escrevem, mas sei que vêm e lêem, inclusivé pessoas da família que às vezes me surpreendem.

Mas há alguns leitores que consideramos fiéis - nunca o são na totalidade, pois há muitos factores que determinam atitudes neste ciberespaço - e que nunca nos passaria pela cabeça perder dum momento para o outro.


Foi isso que aconteceu neste fim de semana. Perdi dois leitores assíduos - aparentemente combinados, sincronizados ( como na natação) ou irmanados por uma mesma intenção - que se sentiram revoltados por eu ter defendido a causa dos professores dum modo mais veemente, sugerindo eu, com razão, que as pessoas em questão, fossem dar umas aulas para verem in loco, como é difícil ser professor e como se lhes pede hoje o impossível. Ofendi-os por dizer a verdade.

Defendi a greve e, como está visto, a intransigência do Ministério em mudar a data, vai provavelmente causar mais distúrbios entre alunos injustiçados. Os professores fizeram o que podiam para chamar a atenção para a sua situação precária, condições de trabalho e descalabro do sistema público. Com imensa razão, como é visível, desde que MLR destruiu por completo o tecido pedagógico. Aliás o mesmo vai acontecer em breve com outro funcionários públicos e nessa altura quero ver se também não estrebucham.

Não fico mais pobre pelo facto de duas pessoas deixarem de ler o que aqui escrevo, mesmo que uma delas emprestasse o seu brilho e inteligência ao blogue du modo muito especial ( falo do Paulo de Abreu e Lima, meu Amigo virtual (?) de longa data). Em relação à segunda, é uma Maria vai com todas e todos, não me aquece, nem me arrefece, perdoem-me a sinceridade.

Penso que a liberdade está em exprimir aquilo que se pensa, não o que soa bem, o que nos confere status, o que nos grangeia amigos ( virtuais), ou o que é politicamente correcto.

Nunca moderei os comentários que me escreviam e infelizmente, apaguei um meu e apenas por ingnorância outros que não queria apagar.

Assumo as minhas posições e defendo-as até à "medula".
O que não quer dizer que não aceite outras posições, sobretudo quando são expressas por pessoas que sabem do assunto ( só esses) e que não se limitam a mandar bitaites sobre assuntos que desconhecem. Não falo de finanças ou de economia, mas de educação, que é aquilo que domino.

7 comentários:

  1. Lamento os males entendidos! Mas não seja por isso a causa da hipótese de fechar o blog. Seria um disparate!...
    Os amigos, conhecidos e família lêem, são capazes de comentarem em privado, mas raramente em público. Se escrever e tirar fotografias, que são belas, servir para dar satisfação pessoal, numa espécie de terapia, não se importe com o resto!...O que vier é "lucro".
    Beijinho.

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  2. Muito obrigada, Madalena.

    Tem toda a razão. Há momentos e momentos...os amigos virtuais vão e vêm...e nós ficamos.

    Um beijinho

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  3. Gosto bastante do seu blogue, embora nem sempre esteja totalmente de acordo com as suas opiniÕes. Mas isso é um direito que nos assiste, se respeitarmos a democracia.Só não aceito o insulto e a deturpação, o que não é o seu nem o meu caso. Por isso, Virgínia, continue a publicar o seu blogue que é muito bonito.

    Um abraço.

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  4. Graciete, se deixasse de aqui vir, sentiria muito a sua falta. A Graciete é das pessoas que mais admiro porque sempre defendeu as suas ideias e eu sempre as respeitei, mesmo quando não concordava com elas. È uma pessoa que tem um ideal e que dá a cara por esse ideal. Gosto muito de si e espero que não deixe de vir aqui com os seus comentários. Um beijinho grande.

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  5. "O que está em causa para o Governo na greve dos professores é mostrar ao conjunto dos funcionários públicos, e por extensão a todos os portugueses que ainda têm trabalho, que não vale a pena resistir às medidas de corte de salários, aumentos de horários e despedimentos colectivos, sem direitos nem justificações, a aplicar a esses trabalhadores. É um conflito de poder, que nada tem a ver com a preocupação pelos alunos ou as suas famílias." (in http://abrupto.blogspot.pt/2013/06/a-greve-o-que-esta-em-causa-para-o.html)

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  6. Tens toda a razão, Pepe.

    Sabemos que isso é verdade, mas se aceitamos sem nunca reclamarmos, estamos a contribuir cada vez mais para a ditadura da Troika, do governo ou dos que se governam.

    É importante falar.....

    Bjo

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