quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Ainda a fotografia...e a pintura

Hoje escrevi uma longa resposta ao meu amigo Paulo sobre Fotografia e não quero repetir o que já escrevi, mas só acrescentar que nunca conseguiria ser uma Fotógrafa, pela simples razão de que me falta a paciência....tempo tenho, máquina também, mas nunca tive, nem terei paciência para estudar o solfejo da fotografia,  matraquear as notas no teclado, nem passar horas a ler o manual de instruções ou a manejar  comandos digitais.

O mesmo me acontece com a pintura, comprei mais de dez livros da Amazon sobre a arte de pintar em aguarela, em guache, em acrílico, a óleo, a pastel de óleo, etc.
Quando me apetece pintar, sento-me ou fico em frente à tela a a pintura sai espontâneamente, sem qualquer preparação psicológica, nem necessidade de consultas ou pesquisas. Por vezes sai mal, por vezes sai bem, por vezes sai assim-assim. Sai o que sai.

Ontem veio aqui a minha casa uma jovem japonesa, amiga da minha filha de Leeds. Ofereci-lhe uma das minhas caixinhas pintadas - aquela que mais gostava e que guardei do Natal precisamente porque a queria oferecer a alguém especial. Mal a conheço, mas o facto de ela ter vindo ao Porto, depois de ter estado em Leeds no mesmo MA da minha filha e de ter passado aqui dois dias com ela a passearem juntas, fez-me pensar que a amizade é algo que merece recompensa, nos dias que correm.

Quando lhe mostrei algumas das minhas pinturas e fotos , ela ficou espantada e vi na sua expressão facial alguma admiração e carinho. Nem queria acreditar que aquela caixinha era para ela, achava que eu deveria guardá-la....era demasiado bonita para eu lhe oferecer...é a mentalidade asiática, muito mais de contenção do que de exuberância.

Sei que nunca serei capaz de vender quadros a sério....nem baratos, nem caros. Acabo por oferecer aqueles de que mais gosto e só às pessoas que merecem e que apreciam. Verifico em todos os Natais que as pessoas de família a quem ofereço quadros- envio-as pelos meus filhos quando não estou com elas -  nem sequer se dignam telefonar-me a agradecer e a dizer que gostaram. Isso desgosta-me e cada vez mais me convenço de que há pessoas e pessoas....por isso, prefiro ofereço-los a quem aqui vem e revela verdadeiro interesse por eles. Este quadro aqui ao lado foi oferecido a uma pessoa, que me disse, mais tarde , ter mudado a cor duma parede da sala para dar bem com as cores da pintura....uma pessoa excepcional, a médica da minha filha, que não esperava a prenda e a adorou.

Exposições , por exemplo, deixaram de me interessar...dão demasiado trabalho, gasta-se dinheiro a emoldurar as obras, mesmo no IKEA e depois não sei até que ponto é que as pessoas compreendem o que aquele quadro...ou aquela fotografia encerra de mim própria, o que ela traduz, tudo o que eu quis dizer no momento em que pintei ou fotografei. E não gosto de me expôr. Cada vez menos.


 Esta foto do avião , por exemplo, que foi muito elogiada no FB, não revela nenhum skill especial, mas apenas um momento, um segundo, em que disparei o botão...quando o avião pairava sobre as nuvens e se preparava para aterrar.

Quando vejo uma paisagem bela, desejaria que todos os meus amigos ou filhos estivessem ali comigo e pudessem sentir o mesmo que eu....aconteceu-me isso no Brasil, por exemplo.

Na impossibilidade de isso acontecer, tiro fotografias, pode ser que ao vê-las no blogue ou no FB, as pessoas sintam num milésimo de segundo aquilo que eu senti.

4 comentários:

  1. Com muito ou pouco trabalho, as suas fotografias revelam talento e eu gosto delas.

    Um abraço.

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  2. Obrigada, Graciete.

    Aprecio os seus posts e penso que me fariam muita falta, pois são assíduos e sinceros.

    Bjo

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  3. Os hobbies são isso mesmo, têm sobretudo de nos dar prazer e se com ele dermos prazer aos outros tanto melhor. mas que fique claro: quisesse e seria uma fotógrafa e pintora de topo, a todos os níveis. Did I make myself clear...? :)

    Bjos

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  4. Pois é, Paulo, a minha vida depois de casada só me permitia hobbies em casa. Dediquei-me em tempos a pintar soldadinhos a montar aviões da 2ª GG para o meu ex- que adorava essas coisas, ele próprio gastava balúrdios a comprar modelos de chumbo numa loja especializada. Infelizmente, depois de sair de casa, ficou tudo para lá atirado...e já nem sei se não foram para o lixo. Tb fiz muitos fatos para bonecas da minha filha....
    A fotografia renasceu muitos anos depois, quando comecei a viajar de novo....anos 90...e consegui comprar uma Canon. Só tinha uma Olympus, pequena e tinha estado 15 anos enclausurada neste país, muito belo, mas minúsculo, para as minhas ânsias de espaço.
    Quanto ao tôpo, meu querido Paulo, não será para mim...if you know what I mean...:))

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