domingo, 20 de julho de 2014

Carmina Burana


Há quem lhes chame suite, cantata,  ópera, poema....


Sejam o que forem, formam uma das mais belas peças musicais de sempre, fazendo vibrar as audiências em todo o mundo desde que foi composta por Carl Orff em 1937. No seu nome primitivo destaca-se o facto de serem canções seculares para cantores e coros em conjunto com instrumentos e imagens mágicas.

A obra assenta em 24 poemas medievais escolhidos duma colecção de poesia latina escrita pelos goliardos e que remonta aos século XII e XIII, chamada "Carmina Burana". O nome significa literalmente Canções Beuern, referindo-se ao mosteiro Benediktbeuern onde os manuscritos forma encontrados.

A maior parte da estrutura do trabalho é baseado no conceito da Roda da Fortuna. A alegria torna-se em amargura e a esperança em luto.



Ontem ouvi-a já pela 4ª ou 5ª vez no Coliseu do Porto.

Há uns 28 anos, o Círculo Portuense de Ópera apresentou várias récitas coreografadas, num espectáculo duma beleza e vigor inesquecíveis.

O meu filho João que, na altura tinha uns dez anos, participou nela com outros miudos do Colégio alemão e durante semanas não se ouvia outra música em casa. Ficaram-me no ouvido vários poemas, todos eles melódicos e ritmados, capazes de seduzir qualquer pessoas, mesmo as que não gostam de música clássica em especial.

Ontem revivi esse momento, ouvindo de novo a cantata, desta vez em concerto com dois coros magníficos , o Cor Jove de l'Orfeó Català e o Ensemble Vocal Pro Musica a que se associou o Cor Junior do Curso de Musica Silva Monteiro, do qual faz parte o meu neto Daniel, seguindo as pisadas do seu Pai.

A interpretação foi notável a todos os níveis numa sala apinhada e pouco propícia ao silêncio. O Coliseu é uma sala emblemática, mas não oferece a qualidade duma Casa da Música e em geral, não me satisfaz em termos acústicos. Desta vez, apenas os microfones dos vocalistas estavam um pouco desfazados, o resto foi excelente e os coros e orquestra minimalista harmonizaram-se na perfeição.

No final todos estavam de pé, ouviram-se gritos de Bravo, assobios de aplauso, palmas, etc. Tudo em delírio. Infelizmente não deram encores :).

O meu neto todo vestido de negro parecia um adolescente apesar de só ter 10 anos. Os olhos brilhavam de felicidade e deu-me um abraço no final que dizia tudo.


Fica aqui o poema mais conhecido : Fortuna. Impossível não me virem as lágrimas aos olhos ao ouvir esta peça transcendente.



2 comentários:

  1. Eu ouvi Carmina Burana já há muitos anos numa noite maravilhosa de verão, em Évora, junto ao templo de Diana. E também vi o ballet julgo que em Lisboa. Momentos inesquecíveis. E o toque do meu telemóvel é também um excerto de CARMINA BURANA.
    Gosto muito.
    Um abraço.

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  2. Não consigo ouvi-la sem sentir um calafrio na espinha. O meu neto diz que lhe mete medo, coitado!! Mas eles cantaram tão bem! E aguentaram até às 11 ali firmes! Adorei...
    Bjinho

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