Há quem lhes chame suite, cantata, ópera, poema....
Sejam o que forem, formam uma das mais belas peças musicais de sempre, fazendo vibrar as audiências em todo o mundo desde que foi composta por Carl Orff em 1937. No seu nome primitivo destaca-se o facto de serem canções seculares para cantores e coros em conjunto com instrumentos e imagens mágicas.
A obra assenta em 24 poemas medievais escolhidos duma colecção de poesia latina escrita pelos goliardos e que remonta aos século XII e XIII, chamada "Carmina Burana". O nome significa literalmente Canções Beuern, referindo-se ao mosteiro Benediktbeuern onde os manuscritos forma encontrados.
A maior parte da estrutura do trabalho é baseado no conceito da Roda da Fortuna. A alegria torna-se em amargura e a esperança em luto.
Ontem ouvi-a já pela 4ª ou 5ª vez no Coliseu do Porto.
Há uns 28 anos, o Círculo Portuense de Ópera apresentou várias récitas coreografadas, num espectáculo duma beleza e vigor inesquecíveis.
O meu filho João que, na altura tinha uns dez anos, participou nela com outros miudos do Colégio alemão e durante semanas não se ouvia outra música em casa. Ficaram-me no ouvido vários poemas, todos eles melódicos e ritmados, capazes de seduzir qualquer pessoas, mesmo as que não gostam de música clássica em especial.
Ontem revivi esse momento, ouvindo de novo a cantata, desta vez em concerto com dois coros magníficos , o Cor Jove de l'Orfeó Català e o Ensemble Vocal Pro Musica a que se associou o Cor Junior do Curso de Musica Silva Monteiro, do qual faz parte o meu neto Daniel, seguindo as pisadas do seu Pai.
A interpretação foi notável a todos os níveis numa sala apinhada e pouco propícia ao silêncio. O Coliseu é uma sala emblemática, mas não oferece a qualidade duma Casa da Música e em geral, não me satisfaz em termos acústicos. Desta vez, apenas os microfones dos vocalistas estavam um pouco desfazados, o resto foi excelente e os coros e orquestra minimalista harmonizaram-se na perfeição.
No final todos estavam de pé, ouviram-se gritos de Bravo, assobios de aplauso, palmas, etc. Tudo em delírio. Infelizmente não deram encores :).
O meu neto todo vestido de negro parecia um adolescente apesar de só ter 10 anos. Os olhos brilhavam de felicidade e deu-me um abraço no final que dizia tudo.
Fica aqui o poema mais conhecido : Fortuna. Impossível não me virem as lágrimas aos olhos ao ouvir esta peça transcendente.
Eu ouvi Carmina Burana já há muitos anos numa noite maravilhosa de verão, em Évora, junto ao templo de Diana. E também vi o ballet julgo que em Lisboa. Momentos inesquecíveis. E o toque do meu telemóvel é também um excerto de CARMINA BURANA.
ResponderEliminarGosto muito.
Um abraço.
Não consigo ouvi-la sem sentir um calafrio na espinha. O meu neto diz que lhe mete medo, coitado!! Mas eles cantaram tão bem! E aguentaram até às 11 ali firmes! Adorei...
ResponderEliminarBjinho