terça-feira, 1 de julho de 2014

O milagre da Vida

Todos os dias devíamos celebrar o milagre da Vida.
Porque ela está sempre por um fio.
Porque nada é garantido, a não ser a Morte.

Sinto-me comovida perante a perda duma pessoa que nada me é, que só conheço da televisão, que foi aluna na escola onde eu fui professora, que tem uma aparência forte mas, no fundo, é frágil como todas as mulheres perante a perda dum filho. É uma dor sem igual.


Não consigo imaginar dor semelhante. Espero nunca ter de a sentir. Porque é pressuposto os filhos morrerem depois dos Pais, é pressuposto vivermos e celbrarmos as suas pequenas vitórias e sucessos desde o dia em que nascem e modificam a nossa vida para sempre.

Como no caso da Praia do Meco, não me interrogo sobre a culpa ou a responsabilidade de quem causou este acidente, apenas me pergunto : Porquê?

Não consigo sequer pensar no consolo dos crentes.
Porque não creio numa vida no Além.
Só acredito na memória viva dos momentos que vivemos juntos.
Por isso eles são tão importantes e devem ser vividos a 100%. Pode não haver Amanhã.

7 comentários:

  1. Não escrevi nenhuma mensagem a propósito do fatídico acontecimento. Mas se tivesse escrito, acho que seria muito semelhante pois partilho de todos os sentimentos que expressas
    Ab
    Regina

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  2. Escrevi o que sinto. Impressionou-me muito esta e outras mortes de jovens. Custa-me muito a aceitar o fim.

    Obrigada pelo comentário.

    Bjo

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  3. Estou de acordo consigo, Virgínia. E não consigo sequer imaginar uma dor como essa. Não encontro mais palavras.
    Um abraço.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. De Vinicius de Morais:

    De manhã escureço
    De dia tardo
    De tarde anoiteço
    De noite ardo.

    A oeste a morte
    Contra quem vivo
    Do sul cativo
    O este é meu norte.

    Outros que contem
    Passo por passo:
    Eu morro ontem

    Nasço amanhã
    Ando onde há espaço:
    – Meu tempo é quando.

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  6. Obrigada, Mano. Foi óptimo estar contigo hoje. E foi bom estar com a família, são todos tão giros, tão amigos e tão nossos. Este poema é muito rico e tem de ser lido muitas vezes para compreender a sua mensagem. Gosto muito de Vinicius.

    Um bom domingo . Bjinho!

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