Há momentos que gostaríamos de meter numa garrafinha ou numa caixa bem fechada e não deixar fugir, nem as imagens, nem os sentimentos, nem os sons, nem os gestos....
Nestes dias tive os meus netos comigo e amei cada instante com eles, mesmo quando as vozes da TV vinham interferir com a minha boa disposição.
As crianças são, por vezes, egoístas, imediatas, só pensam no seu bem estar e prazer momentâneo, mas ontem tive uma prova de que se preocupam comigo e de que são sensíveis.
Estava o meu filho João a tocar o Strangers in the Night no piano e o meu ex-marido resolveu cantar, pois essa era uma das canções que dançávamos juntos in illlo tempore. O espanto foi geral, para mim foi o desabar daquela pressão que a ida dos meus netos para os EU exerce na minha mente.
Comecei a chorar, primeiro, devagarinho sem que ninguém notasse. O Daniel olhou para mim, depois o André e por fim o Paulinho e vieram os três de rompante abraçar-me. Foi muito pior....não consegui engulir o choro. A voz do "vocalista" ainda ressoava e já eu estava a dar explicações aos meus netos, dizendo que tinha pena de eles se irem embora...era uma desculpa, não a verdadeira, pois eu chorava a minha vida a dois que terminara.
Não lhes disse que a letra desta canção é parte da história da minha vida: encontrei o meu namorado por acaso numa viagem de estudantes, ele diz que mal olhou para mim se deu um clique, eu não tenho essa certeza, mas a verdade é que a partir dum passeio de barco em Amsterdam em que estivémos de mãos dadas, ficámos ligados para sempre, à distância, com hiatos pelo meio, mas com muitas memórias boas e más no nosso baú.
Strangers in the night exchanging glances
Não posso dizer que a nossa história acaba tão bem como na canção, mas uma coisa é certa: desde então, estivémos juntos em muitos momentos da nossa vida, temos uma família linda em comum e somos amigos especiais mesmo que separados....
E isso é LINDO!
Nestes dias tive os meus netos comigo e amei cada instante com eles, mesmo quando as vozes da TV vinham interferir com a minha boa disposição.
As crianças são, por vezes, egoístas, imediatas, só pensam no seu bem estar e prazer momentâneo, mas ontem tive uma prova de que se preocupam comigo e de que são sensíveis.
Estava o meu filho João a tocar o Strangers in the Night no piano e o meu ex-marido resolveu cantar, pois essa era uma das canções que dançávamos juntos in illlo tempore. O espanto foi geral, para mim foi o desabar daquela pressão que a ida dos meus netos para os EU exerce na minha mente.
Comecei a chorar, primeiro, devagarinho sem que ninguém notasse. O Daniel olhou para mim, depois o André e por fim o Paulinho e vieram os três de rompante abraçar-me. Foi muito pior....não consegui engulir o choro. A voz do "vocalista" ainda ressoava e já eu estava a dar explicações aos meus netos, dizendo que tinha pena de eles se irem embora...era uma desculpa, não a verdadeira, pois eu chorava a minha vida a dois que terminara.
Não lhes disse que a letra desta canção é parte da história da minha vida: encontrei o meu namorado por acaso numa viagem de estudantes, ele diz que mal olhou para mim se deu um clique, eu não tenho essa certeza, mas a verdade é que a partir dum passeio de barco em Amsterdam em que estivémos de mãos dadas, ficámos ligados para sempre, à distância, com hiatos pelo meio, mas com muitas memórias boas e más no nosso baú.
Strangers in the night exchanging glances
Wondering in the night
What were the chances we'd be sharing love
Before the night was through
Something in your eyes was so inviting
Something in your smile was so exciting
Something in my heart told me I must have you
Strangers in the night, two lonely people
We were strangers in the night
Up to the moment when we said our first hello
Little did we know
Love was just a glance away
A warm embracing dance away
And ever since that night we've been together
Lovers at first sight, in love forever
It turned out so right for strangers in the night
Love was just a glance away
A warm embracing dance away
Ever since that night we've been together
Lovers at first sight, in love forever
It turned out so right for strangers in the night
FRANK SINATRA
Não posso dizer que a nossa história acaba tão bem como na canção, mas uma coisa é certa: desde então, estivémos juntos em muitos momentos da nossa vida, temos uma família linda em comum e somos amigos especiais mesmo que separados....
E isso é LINDO!
Recordar é viver!...A sensibilidade é de cada um... não se transmite!
ResponderEliminarLinda a sua história com o seu ex-marido. Compreendo muito bem a sua comoção!!!
ResponderEliminarUm abraço
É espantoso como me sinto bem em casa do meu filho quando há almoços da família nuclear. Os meus netos não compreendem bem a minha relação com o Avô deles- já me fizeram inúmeras perguntas, mas ainda são pequeninos para eu lhes poder dar uma explicação que os satisfaça. Gostam dele porque faz parte da família, é o seu Avô, um pouco distante e com pouco jeito para lidar com eles, mas Avô na mesma. Ontem parte da conversa foi com o meu filho mais novo como é habitual. Falam do que sabem e gostam. São parecidos.
ResponderEliminarAgradeço do coração a generosidade da minha nora, que tem sempre uma trabalheira - embora eu tenha feito o almoço todo em minha casa - mesmo em vésperas de ir embora, disse logo que achava uma óptima ideia. \Hoje os meninos estiveram cá parte da tarde, mas já sinto em mim e neles o peso da partida....a vida tem alguns momentos menos bone para contrabalançar os óptimos!!
'Ha mar e mar, há ir e voltar' e, no teu caso, também há um continente mas, com facebookadas, twittadas, skypadas e uma ou outra visita à West Coast, as saudades quase se vão apagar. Um ano passa num àpice (vê lá como o meu Dioguinho cresceu um ano quase sem darmos por isso...) e, de repente, tens o Pessoal todo de volta.
ResponderEliminarFilipe
Obrigada, Mano, espero que passe depressa.....já tenho marcada viagem em Outubro para San Francisco e curiosamente terei a companhia da nora e filho nessas viagens, u em cada uma, o que ajuda muito. Hoje vai ser o doa da despedida a sério, mas procuro não dramatizar....ainda tenho um mês e meio para estar com a Luisa e Zé. Vou gozar esses momentos, antes que ambos partam também.
ResponderEliminarBjinhos
E onde passa esse filme? É que a descrição é de tal forma "de filme" que custa a crer que foi verdade... mas nós sabemos que sim.
ResponderEliminarE bem me lembro - (esta parte tem a ver com o Filipe, também), como mandava cartas sucessivas ao Manel e assinava FTM (Futuro Tio Mim), e depois (ATM (Actual Tio Mim)... em 1965, depois 1966, quando nasceu a "avó Patrícia"...
Mas mantenho o que escrevi (teimosia sempre foi o meu forte, ou não me teriam apelidado de "jumento"): vive o TEU quotidiano sem necessariamente estar a contar os dias para a viagem aqui ou ali. Uma peregrinação interior, como diria o Alçada Baptista, faz muito bem à saúde, sem menosprezo pelos outros.
Olhe que me provocou lágrimas . Tenho o riso fácil mas também o choro. Existir amizade e bem querer depois de uma separação é coisa rara e bonita!
ResponderEliminarSabe, a primeira vez que ouvi o som de Frank Sinatra, foi o meu pai assobiar precisamente esta melodia. Como foi emigrante sabia falar inglês e dizia que a letra desta composição era muito bonita e a voz do cantor também. Na altura era criança e não percebia patavina. O certo que me ficou na memória. Como a vida dá tanta volta! Abraço sentido.
Madalena, comove-me....
ResponderEliminarFrank Sinatra tem algumas canções que nos tovcam muito fundo.... e eu estou uma época de lamechiche. Mas tudo passa, daqui a dias já estarei mais calma e sorridente...
Custou-me tanto dar um abraço ao meu neto e a carinha dele está aqui na minha mente com um nó na garganta....já passei por estas fases todas na vida e ainda pior....sei que sobrevivo.
Bjo