quinta-feira, 24 de julho de 2014

A Imigrante

Já há muito que não via um filme tão triste e , ao mesmo tempo, tão belo! Música de Puccini, filme sem sorrisos e cheio de angústia. Que nos prende do princípio ao fim.



O nome dos actores levou-me a vê-lo logo que se estreou - hoje - antes de ler qualquer estapafurdice no Público ou no IMDB ou noutro site qualquer, que me toldasse a minha própria visão.

É um filme americano, mas que poderia ser italiano, segundo Luis M. Oliveira, um filme italiano dos anos 30 feito no seculo XXI. O décor, a filmagem, a cor, os rostos , os cenários, o ambiente nocturno e soturno fazem lembrar os filmes neo-realistas, mas como todos os filmes americanos - e ainda bem - há sempre uma réstea de esperança e de redenção para as personagens, aqui vítimas da 1ªGG que aportaram a Ellis Island depois duma viagem de martírio e de ansiedade.

O filme é Marion Cotillard e Joaquin Phoenix, Ewa e Bruno no filme.
As suas vidas cruzam-se, os comportamentos mudam e as ambiguidades recrudescem.
Para um, torna-se difícil coadunar a sua vida dúbia de proxeneta e o amor que sente pela imigrante que resgatou da deportação, para ela, a única ambição é salvar a irmã, doente em Ellis Island, e conseguir sobreviver num mundo cão e hostil.
O jogo de sentimentos e de palavras, de gestos e olhares é sublime.
O filme também me lembra os livros russos, o ambiente pesado de Ana Karenina ou de Crime e Castigo.
O realizador, James Gray, ele próprio descendente de refugiados russos que emigraram para os E.U. tem-se dedicado a fazer filmes sobre o mesmo tema, como Little Odessa e Duplo Amor.

Um filme do qual se sai para a luz do shopping com algum prazer.
A nossa vida com todos os dissabores e insatisfação está a anos-luz do sofrimento vivido por outras pessoas, nos anos 20 ou agora. Só temos de agradecer as nossas benesses.

21 comentários:

  1. Não é um comentário a este post, Como sei que adora a cidade do Porto, tomei a liberdade de lhe enviar uma cópia de uma postagem de um blogue de que não sou o autor, mas somente um visitante.

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  2. Caro Anónimo,

    Enviou para onde? Para o meu mail? Não o encontrei. Para o FB?
    Por favor seja mais explícito. Fiquei com curiosidade....

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  3. Tem toda a razão! Por lapso, não lhe enviei o site que anunciei. Assim, com as minhas desculpas, lho envio agora.
    http://diversidadesquecidas.blogspot.pt/2014/07/uma-cidade-com-alma.html
    Os meus cumprimentos.

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    1. Obrigada. Vou vê-lo e depois dou-lhe o meu feedback. Volte sempre!

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    2. Já o vi. Confirma o que penso desta cidade , embora nem sempre me identifique com as pessoas do Porto. Muitas que vivem aqui são de fora...
      Obrigada!

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  4. Boa noite, Virginia!
    Ainda há pouco estava a propor ver este filme. Agora que li a sua opinião fico na dúvida...Não é por nada, mas ando numa de querer estar em ambientes mais suaves ou que não me façam entristecer...Beijinhos...Vou continuar na leitura dos posts....Ah! A foto do blogue está soberba! Aquele dourado misturado na água está fantástico!

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    1. Há filmes tristes e deprimentes que não devemos ver quando andamos em baixo, há outros que retratam uma situação dramática, mas que nos deixam ver luz ao fundo do túnel. É o caso deste. Mais em baixo do que eu tenho andado é difícil, mas depois de ver o filme fiquei com a sensação de que sou uma privilegiada em tudo.
      A foto é exactamente aquilo que se vê na praia da Luz ao pôr do sol. As rochas reflectem-se nas poças e a água fica dourada. Tenho mais fotos destas , umas com pessoas, outras com gaivotas....
      Bjinho

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  5. Estou como a Madalena Amaral: tristezas e angústias, bastam-me as que não consigo evitar. Isso faz-me perder alguns bons filmes... ou pelo menos adiar a sua visão.

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    1. Benvinda, Gi. Acho que é a primeira vez que aqui vem, não é?
      Também não sou de ver fiilmes de tortura ou de miséria ou de guerra, violentos ou desumanos. Este não é desses, é triste mas belo. E a Marion Cotillard ilumina o filme do princípio ao fim, só por ela vale a pena vê-lo.
      Obrigada! Volte sempre.

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    2. Obrigada, Virginia. Não é a primeira vez que cá venho, mas é a primeira vez que comento. E aproveito para agradecer também a sua visita ao meu Garden, onde fico contente por a poder receber.

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  6. Virgínia, viu o "Parade's End", que passou na RTP2 com o nome "O fim de uma época" ? Gravei e ando a ver - é excelente, do melhor que os ingleses sabem fazer.

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    1. Já a tenho e vou começar a ver amanhã, pois já é tarde e não me quero deitar às 500.
      Muito obrigada pela info.
      Bem haja, Mario!

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    2. Afinal a minha filha tem o DVD e nunca me tinha dito nada!! É assim.....mas vou ver com certeza. É do que estou a precisar....

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  7. Perguntei-me muitas vezes como se chamaria em Inglês. Ainda bem que mo disse, pois vou descarregar e ver no laptop. Gosto muito de ver no original sem legendas...não sei se com a Zon, se pode ver a série desde o início....acho que
    não!
    Bom fim de semana!

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    1. É baseado na obra de Ford Madox Ford, "Parade's End", uma tetralogia de 4 romances que se passam nas vésperas e durante a 1ª grande guerra. Tem aquele fôlego de grande novela histórico-romântica.

      'Parade' é no sentido de 'código de honra' - a questão moral de fundo é o fim dos códigos de honra da aristocracia, substituídos pelos interesses financeiros.

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    2. Já constatei o significado de Parade, aqui figurado. E li o que vem na Wiki sobre a minisérie. É bom ter alguma coisa de jeito para ver e ouvir o inglês :) ( sem falar do Yorkshire, que adoro).
      Obrigada.

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  8. Olá Virgínia
    Tenho andado cansada e com alguns problemas que me afligem. Portanto, apesar de confiar bastante nas suas críticas, não me sinto com muita disposição para ir ver esse filme.
    Vou tentar aproveitar um bocadinho o Sol quando ele fizer o favor de nos visitar.
    Um abraço.

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  9. Sim, não há nada como uma atrde de sol num local bonito para espairecer....
    Ele hoje está a abrir e a temperatura excelente para o resquinho. Fui à Baixa trocar os meus quadradinhos para a toalha e andei pelo Via Catarina. Estava-se bem.

    Bom fim de semana e resoluç~soe dos problemas, Graciete! Bjinho.

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  10. Desculpe as gralhas...não sei onde estava com a cabeça!!

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  11. Como sei que gosta de cinema, lembrei-me de lhe recomendar um magnífico filme que vi e considero um dos melhores que vi ultimamente.
    Chama-se "IDA". Um preto e branco lindíssimo, o que só por si valeria a pena ver. Mas os rostos e os planos. tocaram-me imenso. Nem
    sequer posso considerar um filme triste, eu gostei muito, mesmo muito, e por isso o recomendo. Também posso sugerir o filme "Violette".
    Sempre bom cinema!
    Uma boa tarde.
    M.Júlia

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  12. Obrigada Maria Julia, não vi o Ida porque a minha filha foi sozinha e depois acabei por não ver. AQuanto ao Violette não vai aqui no Porto.

    Muito obrigada pelos seus conselhos, segui-lo-ei sempre que puder.

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