domingo, 3 de agosto de 2014

Domingo com Missa


Não sou praticante, nem sequer devota. Mas emociono-me com música sacra bem cantada e tocada. Gostaria de poder ir todos os domingos a uma igreja onde se cantasse a missa como se fosse um concerto. Até me ajudaria a acreditar em Deus.... alguma música sacra, como a de Bach ou de Mozart, elevam os não fieis até aos céus.

Hoje estou a ouvir o Mezzo, o canal mais apetecido por mim de toda a TV, aquele que me anima nas horas de solidão, que me transmite beleza, perfeição e paz. É um canal que nunca me desilude, mesmo quando transmite ópera ou jazz, são sempre programas que me ensinam algo sobre música e me deixam o espírito livre.

Ouvir este maestro John Eliot Gardiner, que durante anos foi o maestro titular na igreja de St Martin-in-the Fields em Londres, a dirigir a Missa em C-minor de Mozart, chamada
Missa Solemnis,  com a orquestra nacional da Suécia e um coro magistral faz-nos acreditar em Deus, na presença divina qualquer que ela seja, algo de grandioso e acima de nós mortais.
A harmonia é tal, a consonância com os instrumentos e vozes de tal modo sublime, que fico extasiada, o fulgor e brilhantismo ultrapassam todas as performances que, em geral, ouvimos.


Penso que foi esta a Missa cantada no casamento do meu filho João na Igreja da Lapa em 2000, uma cerimónia lindíssima em que um amigo alemão veio tocar o órgão da Igreja e uma parte do coro da Sé do qual ele fizera parte cantou as partes principais da Missa.
Nunca esquecerei a comoção e beleza daquele momento. Foi certamente um dos dias mais felizes da minha vida.

Mozart estava inspirado quando criou esta missa....e outras. Há quem o considere um compositor rococo, leve e até sensual ( se isso tem significado na música clássica), mas acima de tudo, Mozart é na minha opinião, duma sensibilidade que dói, duma harmonia sem par.

Nunca compreendi como é que uma personalidade tão controversa quanto genial nos deixou peças de uma religiosidade profunda como esta, ele que andava pelo vaudeville e levava uma vida boémia, desprezado por grande parte dos seus contemporâneos e morrendo na miséria.




2 comentários:

  1. Mozart foi um génio, infeliz e incompreendido !!!!!!!!!!!
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  2. No ano passado a Luisa encontrou um conto na internet sobre Mozart. Incluimo-lo nas nossas leituras para os alunos. Tem tido êxito. Um cientista consegue reinventar Mozart a partir dos genes encontrados na sua tumba, mas o novo Mozart torna-se um génio de música rock e não o compositor clássico que conhecemos....o conto é delicioso....infelizmente só tenho a versão inglesa.

    Bjinho

    ResponderEliminar