segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Domingo sem história

Um verdadeiro domingo feliz.

Passado com parte da família, dois filhos calmos e adultos. Como se nunca tivessem saído de casa, estão aqui à vontade.
Uma das coisas que admiro na minha filha é a sua presença sempre sorridente e feliz. Sai todos os dias , mas vem com flores, fruta ou pão do supermercado.
O meu filho é mais reservado, mas sei que se sente bem aqui...os comandos da Tv são dele (!), o laptop está à sua disposição para poder ouvir as suas bandas preferidas ou escrever no FB.

O trabalho do tribunal não pára. Já devia ter entrado em férias a 15 de Julho e vai ficar até ao dia 10 na comarca a acabar sentenças. Quem diz que a justiça é morosa, devia ir assistir a uns dias de trabalho dos juizes novos nestas comarcas de província, cheias de complicações e dificuldades em agilizar os processos. Por vezes, a net vai abaixo e o acesso aos dados do Ministerio fica vedado, o que atrasa imediatamente os serviços, sem falar da falta da electricidade que impede a gravação obrigatória dos julgamentos. Um país subdesenvovido numas coisas e demasiado actualizado noutras.
Felizmente, em Setembro, irá mudar de comarca, pelo menos nesta estará a dois kms de Espanha, se quiser sair do país para arejar.

À tardinha, depois de termos assistido a mais um jogo de preparação do FCP contra o Everton - não jogaram mal, mas a equipa ainda está perra.... fiz uma tarte de amêndoa que o meu filho adora e um lombo assado com batata a murro para o jantar. Tudo como dantes....

Como o meu filho saiu logo a seguir, pois tinha de acabar umas sentenças, a minha filha e eu resolvemos ver o Lago dos Cisnes completo do Brava HD.
Fechámos as luzes e estivémos as duas embebidas nos amores torturados de Siegfried e Odete, princesa transformada em cisne por um feiticeiro.
Este bailado tem acompanhado a minha existência, desde os 10 anos quando as minhas irmãs trouxeram dois discos do festival de Edimburgo em 1956, cuja capa ( a que se vê aqui) ainda encontrei na Internet.
Na altura, contaram-me a história - ou eu li-a nas capas dos discos e fiquei apaixonada por aquela obra, que ouvi vezes e vezes sem conta. Sentava-me no chão junto ao "pick-up" ( nome dado à aparelhagem) e sonhava com os cisnes, o lago, os amores desventurados e a dança....
Mais tarde os meus pequenitos adoravam as canções da Ana Faria baseadas em peças clássicas e no leitmotif do bailado; todos em casa conheciam e cantavam Tchaikowsky sem saber.

A minha Luisa comoveu-se no fim, quando a música se torna plangente, mesmo dramática e chorou, o que não é habitual nela....O concerto foi transmitido do Covent Garden em Londres e a  bailarina principal era excepcional.

Fica aqui um excerto - o final -  para se deleitarem....


3 comentários:

  1. Já vi várias vezes "o Lago dos Cisnes" de que gosto muito. Mas nunca mais vi a" Morte do Cisne" tão bem dançada como há muitos, muitos anos no Coliseu, pela Yvette Chauviré. Foi magnífico, também até às lágrimas.
    Um abraço.

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  2. Vi a Yvetter Chauviré no Coliseu de Lisboa - deve ter sido na mesma altura em que havia concertos em Lisboa e Porto da Gubenkian. Lembro-me que ela bisou, tais eram os aplausos do Coliseu em peso.
    Não sou especialmente apreciadora de ballet clássico, mas assim bem dançado e com música desta torna-se um espectáculo esplendoroso. Admiro imenso estes bailarinos que dedicam uma vida inteira de sacrífício só para atingirem e ultrapassarem mesmo os níveis de perfeição que se exige. O meu neto André adora ballet e tem mesmo um feeling para a dança, estou em crer que vai ser bailarino. Tem sempre as notas máximas nos exames internacionais e só tem 8 anos ainda!! Pena é que no nosso país seja tudo tão caro e não haja nada nas escolas publicas. Pelo menos no meu tempo havia a mocidade portuguesa, onde aprendi a andar a cavalo!!

    bjinhos

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  3. Pois foi dessa experiência vossa - a que não fui por ser a 4ª da família, byekkk - que veio o meu amor pelo Lago dos Cisnes. As manas contaram-me a história e eu chirava ao ouvir a música na sala. Nunca mais me esqueço.....ainda hoje a parte final me dá arrepios. Depois disso ouvi várias vezes o 2º acto no palco, mas nunca a obra inteira. No vídeo acima tens a versão que citas da Ana Makarova. É fenomenal. Tb gosto muito do Casse-noisettes, que o João tocou com a Orquestra da FEUP há pouco tempo.
    Adorava ir a S. Petersburgo, mas duvido que isso aconteça. Para já é Leeds e Palo Alto.....para lá de Melgaço....

    Bjos

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