Há uns dias que ando a pintar estes quadros.
Gosto muito do azul. Não tem nome. É puramente abstracto.
O do mar está menos conseguido.
Não sei se esta é a versão final. Deu-me muito trabalho e retoquei-o mais de vinte vezes, mudando ou acrescentando cores, usando gel, espátula, pincel ou os meus dedos.
Sei que está vivo, que me sugere movimento, mas as cores ainda não me agradam totalmente....
Não que me importe com isso. Van Gogh modificava as cores todas, dava-lhe brilhantismo, daí gostar tanto dos seus quadros mais vivos. Nada correspondia exactamente aquilo que ele via.
Fica aqui um poema do meu irmão escrito em castelhano.
Deste gosto mesmo. Sem reservas.
Ele enviou-me uma colecção para dar opinião. Adoro-os.
Destinam-se a um livro futuro.
Não sei se ele se vai zangar comigo por transcrevê-lo, mas não resisti:
NADAR
Mirando el mar,
Deseé ser un prolongamiento de mi mismo
Hasta el horizonte
Quisiera descubrir el significado de todas
las palabras de todos los idiomas
Del portugués al sánscrito
Desde aquí hacia el infinito.
Y beber de un sólo trago,
Como un destino,
Todo lo que hay después de aquello que
acaba
Pero que no termina.
Mirando el mar,
Deseé tener la fuerza y la voluntad
De dar un grito
Correr hacia el agua
Nadar
Nadar
Hasta ahogarme
En el infinito.
Pero todavía estoy
aquí…
MÁRIO CORDEIRO
Obrigada, Mano pela inspiração.
Quando nado na piscina azul, também tenho desejos de me afogar no infinito....e por vezes até tenho a sensação de que isso é possível...
Gosto muito do azul. Não tem nome. É puramente abstracto.
O do mar está menos conseguido.
Não sei se esta é a versão final. Deu-me muito trabalho e retoquei-o mais de vinte vezes, mudando ou acrescentando cores, usando gel, espátula, pincel ou os meus dedos.
Sei que está vivo, que me sugere movimento, mas as cores ainda não me agradam totalmente....
Não que me importe com isso. Van Gogh modificava as cores todas, dava-lhe brilhantismo, daí gostar tanto dos seus quadros mais vivos. Nada correspondia exactamente aquilo que ele via.
Fica aqui um poema do meu irmão escrito em castelhano.
Deste gosto mesmo. Sem reservas.
Ele enviou-me uma colecção para dar opinião. Adoro-os.
Destinam-se a um livro futuro.
Não sei se ele se vai zangar comigo por transcrevê-lo, mas não resisti:
NADAR
Sentado en la arena,
Mirando el mar,
Deseé ser un prolongamiento de mi mismo
Hasta el horizonte
Quisiera descubrir el significado de todas
las palabras de todos los idiomas
Del portugués al sánscrito
Desde aquí hacia el infinito.
Y beber de un sólo trago,
Como un destino,
Todo lo que hay después de aquello que
acaba
Pero que no termina.
Sentado en la arena
Mirando el mar,
Deseé tener la fuerza y la voluntad
De dar un grito
Correr hacia el agua
Nadar
Nadar
Hasta ahogarme
En el infinito.
Pero todavía estoy
aquí…
Obrigada, Mano pela inspiração.
Quando nado na piscina azul, também tenho desejos de me afogar no infinito....e por vezes até tenho a sensação de que isso é possível...
Parabéns ao seu irmão pelo poema. É lindo.
ResponderEliminarUm abraço.
Também acho e como este tem muitos mais. Acho que ele devia publicá-los.....
EliminarBjinho
Lindo Poema! Se não fosse dito que era de ti, Mário, pensaria que poderia ser de Neruda... Beijos aos dois!
ResponderEliminarBjo ao Neruda??? :)
ResponderEliminarE como este há muitos mais escondidos nas Cezaredas. Oxalávenham a público porque são maravilhosos. Em castelhano até soam melhor que em português, a língua é mais líquida....
Bjos, Mano!