quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Em direcção ao Infinito

Há uns dias que ando a pintar estes quadros.
Gosto muito do azul. Não tem nome. É puramente abstracto.

O do mar está menos conseguido.
Não sei se esta é a versão final. Deu-me muito trabalho e retoquei-o mais de vinte vezes, mudando ou acrescentando cores, usando gel, espátula, pincel ou os meus dedos.
Sei que está vivo, que me sugere movimento, mas as cores ainda não me agradam totalmente....





Não que me importe com isso. Van Gogh modificava as cores todas, dava-lhe brilhantismo, daí gostar tanto dos seus quadros mais vivos. Nada correspondia exactamente aquilo que ele via.

Fica aqui um poema do meu irmão escrito em castelhano.
Deste gosto mesmo. Sem reservas.
Ele enviou-me uma colecção para dar opinião. Adoro-os.

Destinam-se a um livro futuro.
Não sei se ele se vai zangar comigo por transcrevê-lo, mas não resisti:


NADAR


Sentado en la arena,

Mirando el mar,

Deseé ser un prolongamiento de mi mismo

Hasta el horizonte




O más allá de él.

Quisiera descubrir el significado de todas 

las palabras de todos los idiomas

Del portugués al sánscrito

Desde aquí hacia el infinito.

Y beber de un sólo trago,

Como un destino,

Todo lo que hay después de aquello que 

acaba

Pero que no termina.

Sentado en la arena

Mirando el mar,

Deseé tener la fuerza y la voluntad

De dar un grito

Correr hacia el agua

Nadar

Nadar

Nadar

Hasta ahogarme

En el infinito.


Pero todavía estoy 

aquí…


MÁRIO CORDEIRO




Obrigada, Mano pela inspiração.
Quando nado na piscina azul, também tenho desejos de me afogar no infinito....e por vezes até tenho a sensação de que isso é possível...

4 comentários:

  1. Parabéns ao seu irmão pelo poema. É lindo.
    Um abraço.

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    1. Também acho e como este tem muitos mais. Acho que ele devia publicá-los.....

      Bjinho

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  2. Lindo Poema! Se não fosse dito que era de ti, Mário, pensaria que poderia ser de Neruda... Beijos aos dois!

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  3. Bjo ao Neruda??? :)

    E como este há muitos mais escondidos nas Cezaredas. Oxalávenham a público porque são maravilhosos. Em castelhano até soam melhor que em português, a língua é mais líquida....
    Bjos, Mano!

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